Ibovespa (IBOV) supera Copom e, por pouco, não fecha a semana no vermelho; veja resumo
O Ibovespa (IBOV) termina esta semana com menos fôlego, encerrando esta sexta-feira (23) em leve alta de 0,04%, a 118.977,10 pontos. Com isso, o principal índice da Bolsa brasileira conseguiu fechar a semana no azul, acumulando ganhos de 0,18%.
Refletindo a fraqueza em Wall Street e com o mercado ainda digerindo um comunicado mais hawkish por parte do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o Ibovespa sente uma cautela maior dos investidores por ativos de risco.
Coloca mais pressão sobre os mercados as preocupações com o ritmo de aperto monetário na Europa e nos Estados Unidos.
Números divulgados hoje mostraram que a contração na indústria na zona do euro se aprofundou. O Índice de Gerentes de Compra (PMI, na sigla em inglês) industrial caiu para 43,6 pontos em junho. Enquanto isso, o PMI de serviços passou de 55,1 em maio para 52,4 pontos em junho. O PMI composto atingiu 50,3 pontos no mês, ante 52,8 em maio.
Nos Estados Unidos, o PMI de serviços caiu de 54,9 pontos em maio para 54,1 em junho. O indicador de indústria passou de 48,5 para 46,3. O PMI composto preliminar de junho caiu a 53 pontos, contra 54,3 registrados no mês anterior.
Nesta semana, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, foi sabatinado no Congresso dos EUA.
A mensagem do líder do banco central norte-americano sinaliza cautela em relação aos próximos movimentos sobre os juros do país. De acordo com Powell, um corte nos juros só deve acontecer até que as autoridades monetárias estejam confiantes com a desaceleração da inflação para a meta de 2% do Fed – o que elas não veem acontecendo tão cedo. No entanto, Powell afirmou que o ajuste dos juros ocorrerá em “ritmo cuidadoso”.
As expectativas de juros mais altos nas economias centrais, sem uma direção definida quanto à política monetária dos EUA, fazem com que os investidores busquem maior segurança, gerando movimento de aversão a risco, avalia a Guide Investimentos.
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E a queda da Selic?
Na reunião do Copom deste mês, as autoridades decidiram pela manutenção dos juros brasileiros, como esperado. No entanto, um comunicado considerado mais agressivo, sem uma sinalização clara de que haverá um corte em agosto, tem criado ruídos no cenário local.
Alguns agentes do mercado defendem, no entanto, que o movimento de baixa é natural, até pela forte performance da Bolsa nas últimas semanas.
De acordo com Vanessa Fiorezzi Lui, economista e operadora de renda variável na WIT Invest, o impacto do comunicado do BC é temporário e o mau humor do mercado não se prolongará.
Na avaliação do Itaú BBA, o Ibovespa, mesmo com a queda dos últimos pregões, encontra dificuldades em iniciar uma realização de lucros. “Por enquanto, seguimos com o cenário de mercado firme”, diz a corretora.
Superando os 121.600 pontos, o Ibovespa abrirá espaço para avaliação de busca do topo histórico em 131.200 pontos, acrescenta.
Altas e baixas
As ações da Petrobras (PETR4) despencaram 4,10% com a deterioração do cenário macroeconômico global. A queda também reflete um recuo nos preços do petróleo, além de um movimento de realização de lucros.
A Vale (VALE3) recuou 1,01%, também por preocupações quanto ao ritmo da economia mundial.
Assaí (ASAI3) disparou mais de 7% com o block trade de ações da companhia, marcando a saída da rede francesa Casino de seu quadro de acionistas. A operação prevê a alienação de fatia de 11,67% do capital total do Assaí, ao preço de R$ 12,68 por ação.
As elétricas também saltaram, após o Ministério de Minas e Energia definir diretrizes para tratar da renovação das concessões de distribuição de energia.
Do lado das baixas, a Yduqs (YDUQ3) derreteu 7,99%, em movimento de realização de lucros e com o corte de recomendação pelo JPMorgan.