Ibovespa (IBOV) quebra ciclo negativo e tem primeira alta em agosto; o que esperar nas próximas semanas?
O Ibovespa (IBOV) quebrou a trajetória de 13 quedas consecutivas nesta sexta-feira (18), mesmo com um noticiário negativo no exterior em meio a preocupações com a recuperação do setor imobiliário na China.
Referência para a Bolsa local, o índice fechou a sessão em alta de 0,37%, a 115.408,52 pontos. Apesar do leve “respiro” hoje, que também marcou a primeira alta em agosto, o Ibovespa recuou 2,25% na semana.
No mês, a desvalorização acumula 5,36%. Ontem, o Ibovespa renovou recorde ao engatar a maior sequência de quedas da história da B3.
Dierson Richetti, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital, explica que as quedas foram influenciadas, entre outros fatores, por um movimento de realização das compras por parte dos investidores.
“Isso é extremamente normal”, ressalta.
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Além disso, as dificuldades dos mercados internacionais têm impedido uma reação mais acalorada dos investidores com o ciclo de flexibilização dos juros no Brasil. A gigante Evergrande, que chegou a ser a segunda maior incorporadora da China, pediu recuperação judicial nos Estados Unidos, enquanto 18 de 38 construtoras estatais listadas em Hong Kong relataram prejuízos preliminares no primeiro semestre.
Nos EUA, temores sobre o caminho do aperto monetário do país continuam pressionando os índices acionários, que apresentaram um pregão misto nesta sexta.
Já na Europa, houve divulgação de indicadores econômicos importantes. Na zona do euro, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) avançou 5,3% em julho, ante os 5,5% de junho. Já o crescimento dos preços que não incluem alimentos e energia ficou estável, em 5,5% no último mês.
Para as próximas semanas, Richetti acredita que o mercado doméstico terá certa estabilidade. Segundo o especialista, é preciso um fato novo para o mercado voltar a subir com certa força, seja na questão política, seja na questão macro.
A boa notícia, defende, é que existem “muitas oportunidades boas no mercado”, com empresas “voltando para preços atrativos”.
“Mas o investidor não pode ir com muita sede ao pote, precisa ter certa cautela e ir fazendo compras parciais”, pondera.
Altas e baixas
As ações da Vale (VALE3) caíram 1,11% hoje, apesar do avanço do minério de ferro. Segundo Richetti, a baixa pode estar associada à incerteza com o momento atual da economia chinesa.
Já a Petrobras (PETR4) avançou 0,25%, refletindo a alta do petróleo.
Ações de consumo foram os destaques de valorização do dia. Magazine Luiza (MGLU3) liderou com salto de xx% em função da queda na curva de juros.
Destaque negativo, a Rede D’Or (RDOR3) perdeu 1,85%.