Ibovespa (IBOV) garante 3ª alta seguida; Americanas (AMER3) é derrubada
O Ibovespa (IBOV) conseguiu fechar em alta nesta quinta-feira (19), recebendo suporte de Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) e marcando seu terceiro pregão positivo seguido. O foco das atenções, no entanto, ficou na Americanas (AMER3), que, como esperado, entrou com pedido de recuperação judicial.
O índice de referência da Bolsa brasileira apresentou ganhos de 0,62%, a 112.921,88 pontos.
As ações preferenciais da Petrobras subiram 3,03%, em dia positivo para os preços do petróleo. A empresa pagou nesta quinta a segunda parcela da remuneração aos acionistas referente aos resultados do terceiro trimestre.
A Vale mostrou valorização de 0,43%, também se beneficiando dos preços das commodities (minério de ferro), com os mercados otimistas quanto à recuperação econômica na China.
A Americanas, por outro lado, teve pouco a comemorar. As ações tombaram mais de 40% após a confirmação do pedido de recuperação judicial, fecharam exatamente em R$ 1 cada.
A Americanas, que está com dívidas que somam R$ 43 bilhões, informou que apresentou pedido imediato de recuperação judicial, após o fracasso das negociações entre acionistas e credores para acertar o valor da injeção de capital na varejista.
Em recuperação judicial, a Americanas terá um prazo de blindagem por 180 dias em que todas suas obrigações de dívida ficam suspensas.
A relação entre a Americanas e seus credores está mais balançada do que nunca. A varejista explica que a atitude de alguns desses credores culminou no esvaziamento de seu caixa e, por isso, foi dada entrada no pedido de recuperação judicial.
“[…] alguns poucos credores, sem pensar nos impactos para a coletividade, tomaram medidas precipitadas que culminaram no perigoso esvaziamento do caixa da companhia e, consequentemente, inviabilizaram a sua operação a curto prazo e uma solução negocial coletiva sem o remédio recuperacional”, diz a Americanas na petição.
A B3 informou nesta quinta-feira (19) que, a partir de amanhã, a Americanas deixará de fazer parte de seus índices.
A varejista terá seus títulos excluídos de todos os índices da B3, informou a companhia, em comunicado. Isso inclui o Ibovespa.
De acordo com a B3, o ativo será excluído de IBOV, IGCX, ICO2, ICON, IBXX, IGCT, IGNM, IBRA, IVBX, ISEE, ITAG, SMLL, IBXL e GPTW ao seu preço de fechamento após o encerramento do pregão regular desta sexta, “sendo sua participação redistribuída proporcionalmente aos demais integrantes da carteira com o pertinente ajuste nos redutores dos índices”.
Falas de Lula repercutem
Investidores também repercutiram declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fez críticas à independência do Banco Central.
Na véspera, Lula disse em entrevista à Globo News que é uma “bobagem” achar que o BC independente faz mais agora do que quando o presidente indicava o comando da autoridade monetária.
Em seminário promovido pela UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta que entendeu o que Lula quis dizer, relativizando as críticas do presidente.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, assegurou que não interferirá na autoridade monetária, acrescentando ainda que Lula respeita a autonomia do BC.
Com informações da Reuters.