Mercados

Ibovespa firma alta com pacote fiscal e Lula, mas tem saldo negativo na semana; dólar cai a R$ 6,07

20 dez 2024, 18:20 - atualizado em 20 dez 2024, 18:38
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O Ibovespa engatou uma nova alta com aprovação do pacote fiscal no Congresso e após Lula reafirmar autonomia do Banco Central (Imagem: Pixabay)

Depois de um início de semana negativo, o Ibovespa (IBOV) conseguiu reduzir as perdas em mais uma sessão, engatando a segunda alta consecutiva.

Nesta sexta-feira (20), o principal índice da bolsa brasileira subiu 0,75%, aos 122.102,15 pontos. No acumulado dos últimos cinco pregões, o índice caiu 2%. 

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 6,0721 (-0,84%). Na semana, a divisa avançou 0,68%. 

No cenário doméstico, os investidores reagiram a conclusão da tramitação do pacote fiscal no Congresso Nacional.

Durante a manhã, o Senado Federal aprovou o projeto de lei que restringe o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e limita o aumento real do salário mínimo, concluindo a votação de três propostas do ajuste fiscal proposto pelo governo antes do recesso parlamentar.

O Congresso, em sessão conjunta, também promulgou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), aprovada na véspera, que prevê a redução das despesas obrigatórias do governo.

Além disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não vai interferir no trabalho de Gabriel Galípolo, que assume a presidência do Banco Central em janeiro com o fim do mandato de Roberto Campos Neto.

Altas e quedas da bolsa

Entre os ativos negociados na B3, as ações da Ambipar (AMBP3) chegaram a cair mais de 16% após o Bradesco BBI rebaixar a recomendação de neutra para venda. O banco também cortou o preço-alvo de R$ 135 para R$ 120 — uma desvalorização projetada de 25% ante o preço de fechamento da quinta-feira (19). 

Já no Ibovespa, a ponta positiva foi liderada pelas ações cíclicas, em mais um dia de alívio na curva de juros. Vamos (VAMO3), Raízen (RAIZ4) e Hapvida (HAPV3) ficaram entre as maiores altas do pregão.

Entre os pesos-pesados, Vale (VALE3descolou da baixa do minério de ferro e terminou a sessão em leve alta. Petrobras (PETR4;PETR3), por sua vez, caiu em meio à fraqueza do petróleo.

A ponta negativa foi liderada por Automob (AMOB3), que caiu cerca de 8% em uma realização dos ganhos recentes após subir mais de 30% na véspera.

Na semana, MRV (MRVE3) liderou os ganhos do Ibovespa. Já CVC (CVCB3) foi a ação com pior desempenho no acumulado dos últimos cinco pregões.

Exterior 

Nos Estados Unidos, os investidores reagiram a novos dados de atividade econômica, que reforçaram a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed) deve reduzir o afrouxamento monetário em 2025.

O índice de preços (PCE) dos Estados Unidos subiu 0,1% em novembro. Em um ano, o PCE foi a 2,4% e deu mais um passo na direção contraria à meta de 2% perseguida pelo Fed.

A variação mensal veio abaixo das projeções do mercado, de 0,2% na comparação mensal e de 2,5% na anual.

Após o dado, o mercado reforçou a aposta de que o Fed não mudará os juros na próxima reunião. Os traders veem 91,4% de chance do Banco Central norte-americano manter a taxa referencial de juros, entre 4,25% a 4,50%, em janeiro, segundo a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group.

Por outro lado, dezenas de republicanos rejeitaram o projeto de lei de gastos do presidente eleito, Donald Trump, na última quinta-feira (19), deixando o Congresso sem um plano claro antes que o financiamento do governo expire à meia-noite.

Os planos de Trump sobre tarifas, cortes de impostos e desregulamentação estavam entre os fatores que levaram o Fed a aumentar sua previsão de inflação para 2025 e reduzir pela metade as projeções de cortes na taxa de juros.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: +1,09%, aos 5.930,85 pontos;
  • Dow Jones: +1,18%, aos 42.840,26 pontos;
  • Nasdaq: +1,03%, aos 19.572,60 pontos.

Na semana, o saldo foi negativo. Dow Jones recuou mais de 2%, na terceira semana consecutiva de perdas. O S&P 500 caiu 2%, enquanto o Nasdaq teve baixa de 1,8%.

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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