Mercados

Ibovespa recupera parte do tombo e fecha em alta com aprovação do pacote fiscal; dólar cai a R$ 6,12

19 dez 2024, 18:15 - atualizado em 19 dez 2024, 18:40
ibovespa
O Ibovespa fechou em alta, aos 121 mil pontos, com a melhora da percepção do mercado sobre o cenário fiscal (Imagem: Pixabay)

O Ibovespa (IBOV) recuperou parte do tombo da véspera com o avanço do pacote fiscal no Congresso Nacional — que refletiram no alívio da curva de juros e do câmbio.

Nesta quinta-feira (19), o principal índice da bolsa brasileira subiu 0,34%, aos 121.187,91 pontos. 

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 6,1237 (-2,27%). Durante a sessão, a divisa norte-americana renovou o recorde intradia a R$ 6.30, mas a moeda perdeu força após dois leilões do Banco Central, com a injeção de cerca de US$ 8 bilhões no mercado à vista. 

Em entrevista coletiva sobre o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o diretor de Política Monetária e próximo presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse não ver um ataque especulativo como justificativa para a alta do dólar nos últimos dias.

Roberto Campos Neto, que deixa a presidência do BC no final do mês, afirmou que a variação no valor da moeda está relacionada a disfuncionalidades sistêmicas.

Segundo ele, a instituição registrou a saída atípica de dólares no fim do ano, que incluiu o pagamento de taxas de dividendos, remessas de pessoas físicas e operações em plataformas e que, diante da constatação, o BC decidiu agir, vendendo dólares.

No cenário doméstico, os investidores também acompanharam a tramitação das medidas fiscais.

A Câmara dos Deputados aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) editada para diminuir a despesa obrigatória do governo federal, em dois turnos, e a matéria segue para análise do Senado. Caso aprovada pelo senadores sem alterações, a proposta vai à sanção presidencial.

Altas e quedas do Ibovespa 

Com o alívio na curva de juros, as ações cíclicas recuperaram  as perdas recentes. Entre os destaques do Ibovespa, Automob (AMOB3) voltou a liderar os ganhos e dispararam 40% durante o pregão.

Já na ponta negativa, os papéis ligadas a commodities lideraram as perdas. CSN (CSNA3) fechou entre as maiores quedas na esteira do desempenho do minério de ferro. Vale (VALE3também acompanhou a commodity.

O contrato de maio do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China, encerrou as negociações do dia com queda de 1,08%, a 778,5 yuans (US$ 106,66) a tonelada — depois de atingir o valor mais baixo desde 22 de novembro, a 767,5 yuans, no início da sessão.

A commodity atingiu o nível mais baixo em quase um mês ,em meio às preocupações com o cenário de demanda da China — principal mercado consumidor de minério — e a perspectiva de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve no próximo ano pesaram sobre as cotações.

Petrobras (PETR4;PETR3) também seguiu o petróleo e fechou em baixa.

Exterior 

Nos Estados Unidos, os investidores reagiram a novos dados de atividade econômica, enquanto ainda digerem a sinalização do Federal Reserve (Fed) de menor afrouxamento monetário em 2025.

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,1% no terceiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo o Departamento de Comércio em sua terceira estimativa e acima da expectativa do mercado. A expansão da atividade econômica refletiu melhorias nos gastos dos consumidores e no crescimento das exportações.

O  número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego caiu mais do que o esperado na semana passada, o que é consistente com um arrefecimento gradual das condições do mercado de trabalho.

Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 22.000, para 220.000 em dado com ajuste sazonal, na semana encerrada em 14 de dezembro, de acordo com dados divulgados pelo Departamento do Trabalho. Os economistas consultados pela Reuters previam 230.000 pedidos para a última semana.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: -0,09%, aos 5.867,08 pontos;
  • Dow Jones: +0,04%, aos 42.342,24 pontos;
  • Nasdaq: -0,10%, aos 19.372,77 pontos.

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Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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