Sem desacelerar, Ibovespa (IBOV) engata 5º pregão seguido de alta e chega aos 115 mil pontos
O Ibovespa (IBOV) terminou esta quarta-feira (7) novamente em alta, estendendo o rali engatado desde o início do mês. O índice de referência da Bolsa brasileira apresentou valorização de 0,77% no dia, a 115.488,16 pontos, maior patamar em sete meses.
O tão aguardado dado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio saiu, mostrando desaceleração em relação ao mês anterior. Em maio, o indicador subiu 0,23%, ante a alta de 0,61% registrada em abril.
Os dados vieram bem abaixo do esperado. O mercado projetava um crescimento de 0,33%.
Com os números de maio, o indicador acumula alta em 12 meses de +3,94%, de +4,18% no mês anterior, abaixo da mediana projetada, de +4,03%.
O IPCA melhor que o esperado renova as expectativas do mercado quanto aos próximos passos que o Banco Central tomará em relação à trajetória dos juros no Brasil.
Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, avalia que os dados reforçam que o BC começa a ter cada vez mais espaço para iniciar o corte da Selic. O especialista projeta que o corte dos juros se dará entre agosto e setembro, desde que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, pare de subir os juros na próxima reunião, marcada para acontecer neste mês.
Dados divulgados ontem também reforçam um cenário de proximidade da queda da Selic. O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou o maior recuo desde abril de 1947, quando caiu 2,59%. Da Fundação Getulio Vargas (FGV), o levantamento mostra que o indicador recuou 2,33% em maio.
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Altas e baixas
O Ibovespa recebeu suporte das ações de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), que subiram 1,58% e 2,92%, respectivamente, puxadas pela recuperação nos preços das commodities no exterior.
Carrefour Brasil (CRFB3) e Yduqs (YDUQ3) foram destaques de alta nesta quarta. A varejista do segmento alimentício avançou 3,46%, após o Bradesco BBI reiterar “compra” com um novo preço-alvo de R$ 16. Enquanto isso, a empresa do setor de educação subiu 3,91%, com o Itaú BBA elevando o preço-alvo de R$ 11 a R$ 18, mas mantendo a recomendação de “market perform”.
A B3 (B3SA3) registrou ganhos de 2,29%. O BBA elevou as estimativas para a companhia e reforçou a recomendação de “outperform”.
Entre as baixas, IRB (IRBR3) despencou 6,24% e Azul (AZUL4) reverteu para queda, caindo 3,51%, apesar de ser uma das ações beneficiadas pela queda dos juros.