Disparou! Ibovespa (IBOV) recupera os 100 mil pontos em dia de ata do Copom; HAPV3 avança 18%

O Ibovespa (IBOV) segue em tendência de recuperação na semana. Nesta terça-feira (28), o índice foi na contramão de Wall Street e engatou forte alta, superando o patamar emblemático de 100 mil pontos.

O Ibovespa encerrou o pregão em disparada de 1,52%, a 101.185,09 pontos, segundo dados preliminares.

O destaque do dia foi a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, quando as autoridades decidiram manter a Selic, taxa básica de juros do Brasil, em 13,75%.

A ata foi recebida com uma reação ligeiramente mais suave do que o comunicado da última semana.

Segundo o BC, “a harmonia entre as políticas monetária e fiscal reduz distorções, diminui a incerteza, facilita o processo de desinflação e fomenta o pleno emprego ao longo do tempo”.

A autoridade monetária destacou, no entanto, que segue avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado conseguirá assegurar a convergência da inflação e não hesitará em retomar o ciclo de aperto se for necessário.

A expectativa pelo novo arcabouço fiscal é um ponto central na condução dos juros no Brasil pelo BC. De acordo com a instituição, “a materialização de um cenário com um arcabouço fiscal sólido e crível pode levar a um processo desinflacionário mais benigno”.

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A proposta da nova regra fiscal ainda está para ser divulgada. Esperava-se a divulgação após a viagem do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, à China. Porém, com o adiamento da visita, foi aberta a possibilidade de uma antecipação da apresentação.

Luis Novaes, analista da Terra Investimentos, avalia que o movimento de alta do mercado está relacionado com a pressão que a ata do Copom coloca sobre a regra fiscal brasileira.

“O mercado pode estar projetando uma legislação mais pró estabilidade fiscal, em vez de permitir sem muitas travas a política expansionista do governo”, comenta.

Victor Carvalho, da Laic Asset Management, diz que o BC tentou mostrar ao mercado que não se pauta apenas pelo fiscal, embora esse fator tenha peso na formação de taxa de juro neutra que acaba condicionando o patamar da Selic. Pela leitura do especialista, a ata veio bem “hawkish” (mais agressiva).

Altas e baixas

As ações da Hapvida (HAPV3) foram destaque de alta nesta terça, com salto de mais de 18%. O movimento acontece após duas notícias envolvendo a companhia nesta semana: a venda e locação de 10 imóveis de controladas pela empresa pelo valor total de R$ 1,25 bilhão e o anúncio de que engajou os bancos Bank of America Merrill Lynch, UBS Brasil, BTG Pactual e Itaú BBA para analisar a viabilidade e estruturação de uma potencial oferta de ações.

Na esteira do avanço da Hapvida, a Qualicorp (QUAL3), outra empresa do setor de saúde, subiu 6,35%.

Nas baixas, a Rede D’Or (RDOR3) perdeu quase 5% após a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2022.

A Petrobras (PETR4) subiu 1,77%, dando suporte ao Ibovespa. Vale (VALE3) se recuperou e terminou o dia com valorização de 1,06%.

A Eletrobras (ELET3) subiu cerca de 5%, embalada por falas positivas do ministro de Minas e Energia sobre o processo de privatização da companhia.

Com informações da Reuters.