Mercados

Ibovespa encosta nos 125 mil pontos e sobe quase 1% com tramitação do pacote fiscal; dólar renova recorde a R$ 6,09

17 dez 2024, 18:23 - atualizado em 17 dez 2024, 18:37
Ibovespa
O Ibovespa reduziu as perdas e fechou em alta de quase 1% com tramitação do pacote fiscal na Câmara dos Deputados e nova intervenção do Banco Central no câmbio (Imagem: Pixabay)

O Ibovespa (IBOV) reduziu as perdas das sessões anterior e firmou-se no tom positivo com a expectativa de votação das medidas fiscais no Congresso Nacional ainda nesta semana. A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e novos leilões de dólares pelo Banco Central também movimentaram o pregão.

Nesta terça-feira (15), o principal índice da bolsa brasileira subiu 0,92%, aos 124.698,04 pontos. 

Já o dólar à vista (USBRL) quebrou o recorde anterior e terminou a sessão a R$ 6,0961 (+0,04%), no maior valor nominal de fechamento da história, mesmo após duas novas intervenções do Banco Central no câmbio. Durante a sessão, a divisa superou a cotação de R$ 6,20 pela primeira vez desde a criação do real, em 1994. 

Desde 12 de dezembro, o BC já injetou US$ 12,760 bilhões no mercado por meio de sete leilões à vista e de linha (com compromisso de recompra). É a maior intervenção no câmbio em um único mês desde março de 2020 — auge da pandemia de Covid-19.

No cenário doméstico, os investidores seguiram avessos ao risco de olho na tramitação do pacote fiscal no Congresso Nacional. Durante a tarde, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que a Casa votará um dos projetos do pacote fiscal ainda hoje (17). A previsão dele é de que outras duas propostas sejam analisadas pelo plenário na quarta-feira (18).

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que é preciso encontrar um “meio do caminho” que viabilize a aprovação no Congresso dos projetos que compõem o pacote fiscal sem desidratá-los.

Com o risco fiscal no foco, os operadores colocavam 75% de chance de uma alta de 1,25 ponto percentual na Selic, atualmente em 12,25% ao ano, em janeiro, perto do fechamento.

O mercado também repercutiu a ata da última reunião do . No documento, o colegiado afirmou que a alta recente do dólar e o pacote fiscal influenciaram na decisão de elevar a taxa básica de juros, a Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano.

Vale ressaltar que colegiado ainda sinalizou mais duas altas da mesma magnitude nas reuniões de janeiro e março de 2025 — que, segunda a ata, foi uma decisão unânime entre os membros do Copom.

Altas e quedas do Ibovespa 

Entre as ações mais negociada no Ibovespa, as ações da Automob (AMOB3) voltaram a disparar e lideraram os ganhos do índice, no segundo dia de negociações.

Entre os pesos-pesados do índice, Vale (VALE3) interrompeu a sequência de baixas depois de cinco quedas consecutivas, apesar do desempenho negativo do minério de ferro na China. Petrobras (PETR4;PETR3) fechou também em alta, na contramão do petróleo.

Já a ponta negativa do Ibovespa foi liderada por Hapvida (HAPV3), que caiu mais de 11%. Os papéis da operadora de saúde foram pressionados pelas novas medidas de reajuste nos planos de saúde propostas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Na avaliação do BTG Pactual, “o novo marco” pode penalizar a Hapvida por ser uma das operadoras “mais eficientes”, já a companhia é o “provedor de menor custo” do setor.

Exterior 

Nos Estados Unidos, os investidores seguiram calibrando as expectativas para a última decisão de política monetária no ano.

A reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed) começou hoje (17) e se estende até amanhã (18), quando o colegiado divulga a decisão acompanhada a da entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell.

Até agora, as apostas de corte de 25 pontos-base nos juros, para a faixa de 4,25% a 4,50%, são as majoritárias.

Em segundo plano, o mercado reagiu a novos dados. Entre eles, as vendas no varejo aumentaram 0,7% em novembro, após um ganho revisado para cima de 0,5% em outubro, informou o Departamento de Comércio do país.

Os economistas consultados pela Reuters previam que as vendas no varejo, que são em sua maioria mercadorias e não são ajustadas pela inflação, avançariam 0,5% no mês.

Em Nova York, o índice Dow Jones caiu pelo 9º dia consecutivo, na maior sequência de baixa desde 1978.

“O Dow Jones tem sido mais sensível a essa expectativa por sua composição, já que companhias mais cíclicas são mais relevantes nesse índice do que em benchmarks como o Nasdaq e o S&P500, cujas principais participantes são as big techs“, afirmou Paula Zogbi, gerente de Research e head de conteúdo da Nomad, em nota.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: -0,39%, aos 6.050,61 pontos;
  • Dow Jones: -0,61%, aos 43.449,90 pontos;
  • Nasdaq: -0,32%, aos 20.109,06 pontos. 

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Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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