Com feriado em NY e à espera de Copom, Ibovespa (IBOV) fecha aos 120 mil pontos; dólar ‘dá um susto’ e sobe a R$ 5,44
No mercado não se falou de outra coisa nesta quarta-feira (19): é dia de Comitê de Política Monetária (Copom). Mas como a decisão é divulgada somente após o fechamento dos mercados, as negociações foram norteadas por expectativas sobre a Selic.
O Ibovespa (IBOV) fechou em alta de 0,53%, aos 120.261,34 pontos. O principal índice da bolsa brasileira até ameaçou perder os 119 mil pontos com a abertura da curva de juros brasileira ao longo da sessão, mas ganhou fôlego na última hora da sessão com bancos e exportadoras.
Já o dólar à vista renovou a máxima do ano ao alcançar R$ 5,48. Ao longo do dia, a moeda norte-americana reduziu os ganhos e encerrou a R$ 5,44, com alta de 0,14%.
Com a aposta majoritária de manutenção da taxa básica de juros em 10,50% ao ano, os investidores devem concentrar as atenções nos votos dos membros do Banco Central (BC), depois da “surpresa” da decisão anterior.
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Vale lembrar que na última reunião do Copom, em maio, os diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva votaram em um corte de 0,50 ponto percentual (p.p.), e os diretores remanescentes da gestão de Jair Bolsonaro formaram maioria por uma redução de 0,25 p.p. — o que fragilizou a credibilidade do Banco Central.
Agora, a expectativa é de que a decisão seja unânime, mas uma nova divisão não está descartada.
Além dos olhos sobre o Copom, a sessão foi marcada por instabilidade e liquidez limitada pela ausência dos mercados norte-americanos por conta do feriado de Juneteenth, nos Estados Unidos.
Altas e quedas do Ibovespa
Entre os ativos do Ibovespa, os frigoríficos foram o destaque do dia. BRF (BRFS3) liderou os ganhos do índice (e do setor) desde o início do pregão. Os papéis BRFS3 subiram 4,38%, a R$ 20,03.
Já as ações de Marfrig (MRFG3) fecharam como uma das maiores altas do Ibovespa, com avanço de 3,60%, a R$ 10,94.
Os papéis seguiram repercutindo a decisão da China de abrir uma investigação antidumping sobre importações de carne suína na União Europeia.
Na avaliação de analistas, a ação abre espaço para que as companhias da América Latina tenham mais exposição ao mercado chinês.
Na ponta negativa, Azul (AZUL4) estendeu as perdas da sessão anterior e fechou com a maior perda do pregão. A companhia aérea teve baixa de 3,79%, a R$ 8,13, pressionada pelo forte avanço do dólar. Isso porque a maior parte dos custos das empresas é atrelado à moeda norte-americana, que atingiu R$ 5,48 nas máximas do dia.
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Petrobras (PETR3;PETR4) seguiu nos holofotes com a cerimônia de posse de Magda Chambriard como presidente da estatal.
Por fim, os papéis da Weg (WEGE3) também não passaram despercebidos pelos analistas — e investidores.
O Itaú BBA reiterou a visão positiva para a companhia, apoiada por uma inflexão nas expectativas de faturamento (topline) e margens nos próximos trimestres.
“Os dados mais recentes de faturamento e custos continuam mostrando uma tendência mista para o 2T24. Embora os preços dos motores exportados e das matérias-primas sustentem o elevado nível de rentabilidade reportado no 1T24, nossos indicadores antecedentes continuam sinalizando uma tímida aceleração do crescimento no trimestre (provavelmente acelerará no 2S24)”, escreve o analista Daniel Gasparete, do Itaú BBA.
O sentimento atual dos investidores em adicionar nomes defensivos ao portfólio e a desvalorização do real também beneficia as ações, diz o relatório do banco.
O Santander acompanhou o Itaú BBA e elevou recomendação da Weg de neutra para outperform (equivalente à compra). O banco também subiu o preço-alvo da ação de R$ 43 para R$ 52, o que representa uma potencial valorização de 35,5% em relação ao fechamento da última terça-feira (18).