Bula do Mercado

Ibovespa é conduzido por ventos vindos do exterior e sinais de virada de clima nas eleições

19 out 2022, 8:07 - atualizado em 19 out 2022, 8:10
Ibovespa
Ibovespa tenta engatar terceiro dia consecutivo de alta, ainda sem ver tempo ruim nesta semana, em meio aos ventos favoráveis vindos do exterior (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa tenta engatar o terceiro dia consecutivo de ganhos nesta quarta-feira (19), ainda sem ver tempo ruim nesta semana, depois de terminar a semana passada sem um pregão em alta. Os ventos favoráveis vindos do exterior impulsionam os ativos de risco locais. 

Em resumo, dois eventos positivos ajudam a dar sustentação aos mercados globais, em especial às ações. Primeiro, a mudança de planos na questão fiscal do Reino Unido, com os investidores acreditando que, tendo derrubado o chanceler e o primeiro-ministro britânicos, agora podem também levar o Banco da Inglaterra (BoE, o banco central inglês).

Porém, a inflação ao consumidor (CPI) no Reino Unido acima das expectativas relembra que a Europa ainda tem um longo caminho de aperto dos juros pela frente. Aliás, na zona do euro, o CPI ficou dentro do esperado em setembro, mas ainda sem forças para descartar uma recessão mais profunda no velho continente.

Seja como for, com a solução da crise da dívida britânica encaminhada, é a animação com a temporada de balanços nos Estados Unidos que dá ritmo aos negócios. Netflix, ontem à noite, disparou quase 15% no after hours, após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2022. 

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Eleições balançam

Hoje, os mercados globais ainda devem ser influenciados pelos resultados da Tesla, do bilionário Elon Musk, e da IBM, após o fechamento. Já na agenda econômica, após os dados de inflação na Europa, agora é a vez dos números do setor imobiliário nos EUA. À tarde (15), tem o Livro Bege do Federal Reserve

Por aqui, a contagem regressiva para o segundo turno das eleições agita os negócios locais. Ontem, relatos de uma suposta virada de Jair Bolsonaro (PL) sobre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) impulsionou as ações de estatais, em especial Banco do Brasil e Petrobras, em meio à perspectiva de avanço na pauta de privatização.

Na pesquisa Ipespe, divulgada na terça-feira (18), o petista seguiu liderando, mas oscilou um ponto para baixo, de 54% para 53%, enquanto o candidato à reeleição oscilou um ponto para cima, de 46% para 47%. Considerando a margem de erro, de três pontos porcentuais, os dois estão tecnicamente empatados.

Vale lembrar que nos arredondamentos do segundo turno, dois décimos se tornam dois pontos percentuais. Já nesta quarta-feira, a pesquisa Genial/Quaest mostrou Lula com 52,8% dos votos válidos e Bolsonaro com 47,2%. No calendário eleitoral do dia, mais duas pesquisas serão divulgadas: PoderData e Datafolha, no final da tarde.

O fato é que à medida que se aproxima o dia 30 de outubro, o Ibovespa e o dólar vão ficando cada vez mais agitados, e os negócios mais tensos. Ainda que a eleição não seja o principal gatilho para os mercados locais, que estão sendo conduzidos muito mais pelos ventos que sopram do exterior.

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h55:

EUA: os futuros do Dow Jones tinha leve baixa de 0,09%; o S&P 500 oscilava com -0,05%; enquanto o Nasdaq tinha leve alta de 0,02%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 oscilava com +0,01%; a bolsa de Frankfurt estava estável; a de Paris crescia 0,31% e a de Londres tinha ligeira queda de 0,01%

Câmbio: o DXY subia 0,47%, a 112.66 pontos; o euro caía 0,66%, a US$ 0,9795; a libra tinha queda de 0,53%, a US$ 1,1262; o dólar subia 0,25% ante o iene, a 149,59 ienes.

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 4,078%, de 4,011% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,507%, de 4,444% na sessão anterior.

Commodities: o futuro do ouro caía 1,04%, a US$ 1.638,20 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 1,33%, a US$ 83,16 o barril; o do petróleo Brent avançava 1,04%, a US$ 90,97 o barril; o minério de ferro para janeiro fechou em alta de 0,36% em Dalian (China), a 688 yuans.

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