Bula do Mercado

Ibovespa hoje: Duelo entre recessão e aperto do Fed volta a castigar os mercados

11 out 2022, 8:04 - atualizado em 11 out 2022, 8:12
Ibovespa
Ibovespa deve ficar refém do fantasma da recessão nos EUA, que volta a assustar os mercados globais, em meio à inflação e juros altos (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa deve ser novamente contaminado pelo sinal negativo vindo das bolsas internacionais nesta terça-feira (11). Ainda que o desempenho local mostre sinais de resiliência, a véspera de feriado nacional tende a redobrar a postura defensiva dos investidores

Lá fora, muitos índices de ações globais são negociados nos níveis mais baixos desde o início da pandemia, em 2020. Os mercados vão alternando as narrativas, ora dando espaço para o tema de inflação e juros altos. Em outros momentos, prevalecem os temores de recessão.

Os investidores podem até se segurar na expectativa de menores aumentos nos juros pelo Federal Reserve, à medida que fique mais claro uma contração econômica nos Estados Unidos. Porém, antes, os ativos de risco devem passar por uma reprecificação. 

Por ora, a sinalização para o dia é que novas mínimas devem ser testadas. Os índices futuros em Nova York apontam para um quinto dia consecutivo de perdas. As perdas são lideradas pelas ações do setor de tecnologia, tendo como pano de fundo as medidas dos Estados Unidos contra a China na batalha dos chips. 

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Fed ou recessão?

Porém, essa queda das techs é consequência do movimento dos Treasuries americanos. Ou seja, o apetite por risco é esmagado pelas preocupações com novos aumentos dos juros pelo Fed, em meio aos esforços para combater a alta desenfreada dos preços ao consumidor.

Esse receio levou os rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro dos EUA às máximas do ciclo. O papel de 2 anos (T-bill), mais sensível à política monetária de curto prazo do Fed, voltou a ficar acima de 4,3%, no máxima desde 2007. Já o rendimento do bônus de 10 anos (T-note) testa novamente a faixa de 4%.  

Na quinta-feira, após o feriado no Brasil, será conhecida a inflação ao consumidor nos EUA (CPI) em setembro. O indicador é muito aguardado para calibrar as apostas para o ritmo de alta dos juros nos EUA. Por ora, a expectativa de um novo aumento de 0,75 ponto percentual (pp) em novembro segue majoritária.

Se confirmada, será a quarta vez seguida que o Fed manterá o aperto nessa magnitude. Além disso, será a sexta vez neste ano que haverá aumento na taxa de juros nos EUA. Já no Brasil, hoje sai o IPCA e a dúvida é se haverá nova deflação – a terceira seguida – ou se haverá uma retomada da alta nos preços do varejo. A conferir.

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 8h:

EUA: os futuros do Dow Jones caía 0,71%; o S&P 500 recuava 0,80%; enquanto o Nasdaq tinha baixa de 0,79%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 cedia 0,88%; a bolsa de Frankfurt caía 0,86%; enquanto a de Paris caía 0,63% e a de Londres recuava 1,02%

Câmbio: o DXY oscilava em alta de 0,01%, a 113.16 pontos; o euro subia 0,11%, a US$ 0,9715; a libra tinha alta de 0,05%, a US$ 1,1063; o dólar tinha leve baixa de 0,04% ante o iene, a 145,66 ienes.

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,939%, de 3,890% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,316%, de 4,312% na sessão anterior

Commodities: o futuro do ouro caía 0,28%, a US$ 1.670,50 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI recuava 2,37%, a US$ 88,92 o barril; o do petróleo Brent recuava 2,11%, a US$ 94,16 o barril; o minério de ferro para janeiro fechou em baixa de 1,28% em Dalian (China), a 730 yuans.

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