Ibovespa hoje: Crise de energia na Europa rouba a cena em dia de feriado nos EUA
O Ibovespa deve ter uma semana arrastada, com os feriados nos Estados Unidos, hoje, e no Brasil, na quarta-feira, esvaziando a liquidez dos mercados. A bolsa brasileira testa a dinâmica própria diante da pressão vinda do exterior, especialmente da Europa, em meio à crise de energia na região.
O prolongamento da paralisação do envio do gás russo pelo Nord Stream 1 agravou ainda mais a situação. Com isso, cresce a expectativa por uma decisão agressiva (“hawkish”) do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira.
Mas a previsão de que a taxa de juros suba 0,75 ponto percentual (pp) não segura o euro na paridade de US$ 1. Já a atividade na região da moeda única segue sentindo a pressão dos custos, que inviabiliza muitos negócios, aprofundando a tendência de contração.
Da mesma forma, a fraqueza do yuan chinês (renminbi), que caiu ao menor nível em mais de dois anos, e o novo aperto nas restrições em algumas cidades chinesas por causa da covid-19 reforçam os sinais de desaceleração econômica na China. Porém, o minério de ferro fechou em alta hoje, mesmo diante de um forte terremoto em Sichuan.
Ao mesmo tempo, há o receio de que o cartel de países produtores de petróleo e aliados (Opep+) confirme um corte na produção da commodity durante reunião nesta segunda-feira (5), içando os preços do barril. As referências WTI (americana) e Brent (internacional) sobem quase 3% nesta manhã.
Inflação x recessão
Portanto, o risco de recessão global continua no radar. Vale lembrar que os dados em linha com o esperado sobre o emprego nos Estados Unidos (payroll) na última sexta-feira (2) serviram de argumento aos mercados de que o Federal Reserve vai recuar no ritmo de aumento da taxa de juros.
Contudo, a falta de mão de obra para os postos de trabalho existentes segue pressionando a inflação, mantendo a postura hawkish do Fed para combater a alta dos preços. Da mesma forma, a zona do euro deve passar por um forte aperto monetário, enquanto a China desacelera enquanto ergue novos lockdowns.
E ainda tem eleição
Por aqui, faltam 27 dias para o primeiro turno das eleições. Segundo a pesquisa FSB, encomendada pelo BTG, a distância entre o ex-presidente Lula e o presidente Jair Bolsonaro segue abaixo de dez pontos percentuais (pp).
A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 8h05:
EUA: o futuro do Dow Jones tinha leve alta de 0,26%; o do S&P 500 subia 0,10%; e o do Nasdaq tinha baixa de 0,05%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha queda de 1,25%; a bolsa de Frankfurt cedia 2,52%; a de Londres perdia 0,68% e a de Paris caía 1,77%.
Câmbio: o DXY subia 0,25%, a 109.81 pontos; o euro caía 0,24%, a US$ 0,9933; a libra oscilava com +0,02%, a US$ 1,1514; o dólar subia 0,20% ante o iene, a 140,49 ienes.
Commodities: o futuro do petróleo WTI subia 2,72%, a US$ 89,16 o barril; o do petróleo Brent ganhava 2,89%, a US$ 95,71 o barril; o minério de ferro para janeiro avançou 2,10% em Dalian (China), a 679,50 yuans.
Siga o Money Times no Facebook!
Curta nossa página no Facebook e conecte-se com jornalistas e leitores do Money Times. Nosso time traz as discussões mais importantes do dia e você participa das conversas sobre as notícias e análises de tudo o que acontece no Brasil e no mundo. Siga agora a página do Money Times no Facebook!