Ibovespa hoje: Com Brasília ‘pacificada’, agenda econômica volta ao radar
O Ibovespa abre o pregão desta terça-feira (10) aliviado com a sensação de que “o pior já passou”. A resposta enérgica de autoridades menos de 24 horas após os atos antidemocráticos em Brasília no domingo (8) desloca o foco do mercado financeiro para a agenda econômica.
Com isso, as atenções se concentram na divulgação da inflação oficial ao consumidor brasileiro ao final de 2022 (9h). Será a terceira vez consecutiva que o IPCA vai encerrar o ano acima da meta perseguida pelo Banco Central.
Além disso, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, discursa (11h) em evento na Suíça. Na ocasião, ele deve reiterar que há sinais animadores sobre o comportamento dos preços, mas descartar cortes na taxa de juros dos Estados Unidos neste ano.
A fala de Powell acontece dias após a criação de mais vagas nos EUA que o esperado em dezembro e antes da divulgação do índice de preços ao consumidor norte-americano (CPI) em dezembro, na quinta-feira. Juntos, esses eventos devem calibrar as apostas de um aperto menor de aperto no juro em fevereiro.
Enquanto aguardam, os mercados globais viram o barco, ameaçando interromper a sequência de ganhos neste início de 2023. Portanto, o alento de ontem vindo do exterior para o Ibovespa pode ter se dissipado.
Sai Brasília saqueada, entra Brasília pacificada
Por aqui, o radar dos investidores permanece na capital federal. Porém, saem de cena as imagens de vandalismo às sedes dos Três Poderes e entra em campo a equipe do ministro Fernando Haddad (Fazenda).
O governo Lula manteve a previsão de anúncios econômicos nesta semana, conforme previamente esperado. Trata-se de um sinal de que o Executivo continua funcionando normalmente, apesar da depredação no Palácio do Planalto.
Para tanto, Haddad reúne-se nesta manhã com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (10h). No encontro, também estarão presentes o ministro da Casa Civil, Rui Costa, além de líderes do governo no Legislativo.
O problema é que o decreto de intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal pode atrasar algumas medidas. Entre eles, mudanças no Imposto de Renda e no próprio teto de gastos.
Isso porque, em casos de intervenção federal, votações que alteram a Constituição ficam suspensas. Resta saber se o período até 31 de janeiro, decretado por Lula, será suficiente para “quebrar a espinha dorsal” das ações coordenadas em Brasília.
Mais que isso, é preciso aferir se a união demostrada pela cúpula dos poderes será mesmo suficiente. Ou se só irão acabar jogando mais gasolina na fogueira.
Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h50:
EUA: o futuro do Dow Jones caía 0,16%; o do S&P 500 oscilava com -0,01%; enquanto o Nasdaq avançava 0,14%;
NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) ainda não abriu negociação no pré-mercado, assim como os ADRs da Vale; já o da Petrobras tinha alta de 0,68%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 recuava 0,55%; a bolsa de Frankfurt cedia 0,38% e a de Paris tinha queda de 0,48%, enquanto a de Londres perdia 0,17%;
Câmbio: o índice DXY subia 0,19%, a 103.19 pontos; o euro oscilava com +0,02%, a US$ 1,0737; a libra caía 0,13%, a US$ 1,2169; o dólar tinha leve alta de 0,05% ante o iene, a 131,96 ienes;
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,545%, de 3,593% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,233%, de 4,216%, na mesma comparação;
Commodities: o futuro do ouro tinha leve alta de 0,04%, a US$ 1.878,50 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,75%, a US$ 75,19 o barril; o do petróleo Brent ganhava 0,54%, a US$ 80,08 o barril; o contrato futuro mais líquido do minério de ferro (maio/23) negociado em Dalian (China) fechou em alta de 0,54%, a 834 yuans a tonelada métrica, após ajustes.