Ibovespa hoje: Bolsa acompanha espera dos mercados por Powell

O Ibovespa deve acompanhar mais de perto a cautela dos mercados internacionais nesta sexta-feira (26), apesar de as eleições também estarem no radar local. O grande dia da semana chegou e os investidores aguardam o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, a partir das 11h.

Caso ele endosse o tom mais duro (“hawkish”) entoado por outros colegas nos últimos dias, o mercado será obrigado a rever o otimismo recente. Diante das esperanças de que haverá um “pivô do Fed” antes do próximo verão, a fala de Powell em Jackson Hole pode ser um alerta de que a taxa de juros nos Estados Unidos não cairá tão cedo.

Portanto, o discurso de Powell será observado de perto, com os investidores em busca de pistas sobre o ritmo do aperto monetário. A expectativa é de que ele apoie a promessa do Fed de combater a inflação, descartando qualquer mudança na taxa de juros antes que a queda dos preços seja sustentável o suficiente.

Porém, antes da fala de Powell, sai uma rodada importante de dados econômicos, incluindo o indicador de inflação preferido do Fed, o chamado PCE (9h30). Também serão conhecidos a renda pessoal e os gastos com consumo. Enquanto aguardam esses eventos, os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram em queda.

Na Europa, as bolsas estão mistas, em meio ao aumento exponencial dos preços de energia na região, o que também se configura em um desafio para o Banco Central Europeu (BCE). Na Ásia, a sessão foi positiva – exceto em Xangai. Entre as commodities industriais, o petróleo e o minério de ferro avançam.

Eleições no radar

Por aqui, o mercado também repercute a sabatina do ex-presidente Lula no Jornal Nacional. A despeito da retórica do petista em temas sensíveis, como a corrupção, chama a atenção a postura dos entrevistadores. William Bonner e Renata Vasconcellos pareciam mais amistosos em relação ao observado quando o presidente Jair Bolsonaro estava na bancada.

Com isso, o resultado obtido por Bolsonaro na segunda-feira parece ser ainda maior. Seja como for, ambos os candidatos tiveram dificuldades em falar com o eleitor indeciso, dando pistas de qual deve ser a estratégia durante a campanha no rádio e na TV, que começa hoje.

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Ao que tudo indica, a complacência do mercado doméstico com a disputa presidencial mostra que não importa quem ganhe a eleição daqui a cerca de 40 dias.  Tanto Lula quanto Bolsonaro parecem em condições de entregar um plano de governo capaz de estabilizar os ruídos políticos de curto prazo. A conferir.

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h55:

EUA: o futuro do Dow Jones tinha baixa de 0,31%; o do S&P 500 caía 0,44%; e o do Nasdaq recuava 0,56%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha queda 0,42%; a bolsa de Frankfurt cedia 0,43%; a de Londres oscilava com +0,03%, enquanto a de Paris caía 0,38%.

Câmbio: o DXY recuava 0,24%, a 108.21 pontos; o euro subia 0,39%, a US$ 1,0015; a libra estava estável, a US$ 1,1836; o dólar subia 0,30% ante o iene, a 136,92 ienes.

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos subia a 3,080%, de 3,030% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 3,380%, de 3,392% na sessão anterior

Commodities: o futuro do ouro tinha queda de 0,66%, a US$ 1.759,70 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 1,45%, a US$ 93,86 o barril; o do petróleo Brent avançava 1,71%, a US$ 101,04 o barril; o minério de ferro para janeiro teve alta de 1,47% em Dalian (China), a 724 yuans.

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