Bula do Mercado

Ibovespa hoje: Ata do Fed traz cautela no exterior e eleições entram no radar

17 ago 2022, 7:58 - atualizado em 17 ago 2022, 7:58
ações
Ibovespa deve ter pregão volátil, em meio à cautela externa antes da ata da última reunião do Federal Reserve e com eleições presenciais entrando de vez no radar (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

O Ibovespa conseguiu encerrar mais um pregão em alta ontem, mas a cautela nos mercados globais na manhã desta quarta-feira (17) pode trazer uma dose extra de volatilidade. É cheia a agenda econômica do dia e o destaque fica com a ata do Federal Reserve, à tarde (15h).

Porém, o documento já vem defasado. Afinal, não teve tempo para capturar a desaceleração da inflação ao consumidor nos Estados Unidos (CPI) em julho, nem a deflação dos preços ao produtor (PPI) no mesmo período. Tampouco o surpreendente crescimento da produção industrial americana, divulgado ontem.

Ainda assim, a previsão é de que a ata do Fed confirme a expectativa de ajuste menos intenso na taxa de juros dos EUA em setembro. No mercado futuro, as apostas estão divididas, com praticamente 50% de chance de alta de 0,50 ponto percentual ou 0,75 pp, cada.

Além da ata do Fed hoje, os investidores também já deslocam a atenção para o famigerado simpósio econômico de banqueiros centrais na bucólica cidade de Jackson Hole (Wyoming), na semana que vem. Já no calendário do dia, saem as vendas no varejo dos EUA.

Juntos, os eventos do Fed e os dados econômicos testam a dinâmica recente mais positiva dos ativos globais de risco, em especial das bolsas. Contudo, não se pode descartar algum espaço para correção nos preços, após a recuperação recente, ainda que seja uma realização de lucros temporária.

Eleições no radar – parte II

No Brasil, a campanha eleitoral começou com força ontem, mas os riscos de instabilidade política parecem afastados. Portanto, o jogo será jogado “dentro das quatro linhas” e as próximas pesquisas serão importantes para ditar o rumo dos ativos domésticos no curto prazo.

Divulgado nesta manhã, o levantamento Genial/Quaest mostra estabilidade na corrida ao Planalto. Lula tem 45% e Bolsonaro soma 33%. Amanhã sai o Datafolha.

Aliás, a ansiedade do presidente é por alcançar um empate técnico com o rival até o fim deste mês. Já a do mercado recai na nova política fiscal que irá ajustar ou substituir o teto de gastos. Afinal, ambos os candidatos mais bem colocados na disputa presidencial já falam em manter o novo valor de R$ 600 para o Auxílio Brasil e revisar a tabela do Imposto de Renda.

Essas incertezas em relação ao rumo das contas públicas depois do resultado das urnas em outubro podem ser decisivas para o rumo dos ativos locais. Soma-se a isso a postura do Fed em relação ao ritmo de alta na taxa de juros dos EUA.

É a combinação desses fatores, internos e externos, que podem dizer se o Ibovespa encerrará 2022 acima dos 110 pontos. Da mesma forma, definir se o dólar irá romper o suporte informal de R$ 5,05 ou superar a resistência em R$ 5,15.

Por ora, é o apetite estrangeiro que tem dado suporte aos negócios locais. Dados da B3 mostram que o fluxo de capital externo acumulado apenas neste início de mês já está em R$ 10 bilhões, garantindo a alta em dez dos 12 pregões de agosto. A ver se o Fed e as eleições não estraguem a festa.

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h50:

EUA: o futuro do Dow Jones tinha queda de 0,46%; o do S&P 500 caía 0,65%; e o do Nasdaq recuava 0,76%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha baixa de 0,36%; a bolsa de Frankfurt perdia 0,93%; a de Londres recuava 0,39% e a de Paris cedia 0,47%.

Câmbio: o DXY tinha alta de 0,07%, a 106.58 pontos; o euro oscilava com -0,01%, a US$ 1,0173; a libra tinha -0,02%, a US$ 1,2095; o dólar subia 0,51% ante o iene, a 134,91 ienes.

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos caía a 2,865%, de 2,812% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 3,270%, de 3,241% na sessão anterior

Commodities: o futuro do ouro tinha queda de 0,13%, a US$ 1.787,50 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,67%, a US$ 87,09 o barril; o do petróleo Brent cedia 0,26%, a US$ 92,10 o barril; o minério de ferro para janeiro teve queda de 1,19% em Dalian (China), a 706,50 yuans

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