Ibovespa hoje: Aqui e lá fora volatilidade e quebra de expectativas são única certeza
O Ibovespa começa a semana tendo como pano de fundo o cenário internacional e as eleições. Enquanto lá fora os números do payroll deram ímpeto à postura agressiva do Federal Reserve, aqui os investidores alimentam expectativas de virada na disputa presidencial, com Jair Bolsonaro (PL) passando à frente de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Tal aposta ganhou força após a divulgação da pesquisa Datafolha, na qual o petista aparece com 49% das intenções de voto contra 44% do atual presidente. Hoje, sai a primeira pesquisa do Ipec (ex-Ibope) desde o início do segundo turno. Nos próximos dias também estão previstos outros levantamentos.
A ver, então, se os números confirmam um eventual favoritismo de Bolsonaro. Além disso, o primeiro confronto direto entre Lula e Bolsonaro está confirmado para o domingo (16). O tom acusatório e a postura agressiva, que já têm sido a marca das campanhas eleitorais, deve ser o mote do debate.
Enquanto isso, lá fora, havia uma expectativa de que uma desaceleração do mercado de trabalho nos Estados Unidos poderia forçar o Fed a reduzir o ritmo de alta dos juros. Portanto, tanto aqui quanto lá, as narrativas que moviam o mercado financeiro estão caindo por terra.
Como resultado, os ativos de risco passam por ajustes. Nesta manhã, os índices futuros em Nova York estão no vermelho, em uma sessão esvaziada pelo feriado do Dia de Colombo. Já o dólar segue forte, o que penaliza as commodities
Porém, muitas vezes, tanto as ações globais quanto as moedas caem em bloco, contaminadas pela aversão ao risco. Em outras, sobem juntas no mesmo rali. Apesar da sintonia no comportamento, nenhum desses ativos está mentindo.
Vaivém intenso
O que há é uma forte volatilidade dos mercados globais, em meio às incertezas em relação ao cenário à frente. E esse vaivém dos negócios tende a ganhar força por causa do início da temporada de balanços em Wall Street. A safra traz como destaque os resultados dos bancos norte-americanos, que devem dar pistas sobre os riscos de recessão nos EUA.
Aos poucos, o mercado vai se dando conta de que dificilmente o aperto agressivo do Fed para combater a inflação conseguirá apenas um pouso suave da economia. As chances de uma estagflação permanecem altas. Ainda mais diante dos choques de oferta, por causa da pandemia e da guerra na Ucrânia.
Aliás, a situação no leste europeu permanece tensa e longe de um desfecho. Por outro lado, a estratégia de “Covid-Zero” na China mantém a atividade em desaceleração. O índice dos gerentes de compras (PMI) do setor de serviços chinês caiu a 49,3 em setembro, de 55,0 um mês antes, em meio ao impacto das medidas em várias cidades.
Desde a Segunda Guerra Mundial, nunca houve um caso em que o Fed tenha alcançado um pouso suave com inflação acima de 5% (atualmente está acima de 8%) e desemprego abaixo de 5% (atualmente é de 3,7%). E se um pouso forçado é o cenário base para os EUA, é ainda mais provável na Europa, devido ao choque de energia e à posição do Banco Central Europeu (BCE) “atrás da curva”.
A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h35:
EUA: os futuros do Dow Jones caía 0,22%; o S&P 500 recuava 0,34%; enquanto o Nasdaq tinha baixa de 0,48%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 cedia 0,17%; a bolsa de Frankfurt subia 0,39%; enquanto a de Paris caía 0,41% e a de Londres recuava 0,36%
Câmbio: o DXY tinha alta de 0,26%, a 113.09 pontos; o euro caía 0,33%, a US$ 0,9708; a libra tinha queda de 0,31%, a US$ 1,1058; o dólar subia 0,12% ante o iene, a 145,49 ienes.
Commodities: o futuro do petróleo WTI caía 0,44%, a US$ 92,22 o barril; o do petróleo Brent recuava 0,65%, a US$ 97,34 o barril; o minério de ferro para janeiro fechou em alta de 2,21% em Dalian (China), a 739,50 yuans.
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