Mercados

Ibovespa engata ritmo de altas à espera de Copom; dólar cai a R$ 6,04

10 dez 2024, 18:12 - atualizado em 10 dez 2024, 18:12
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O Ibovespa estendeu os ganhos com expectativas de tramitação do pacote fiscal no Congresso em meio a negociações com o governo (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) engatou a segunda alta consecutiva com expectativas na tramitação do pacote fiscal, enquanto as atenções ficaram dividas entre o quadro de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro dia de reunião do Copom e dados de inflação de novembro.

Nesta terça-feira (10), o principal índice da bolsa brasileira subiu 0,80%, aos 128.228,49 pontos. 

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 6,0480 (-0,57%). 

No cenário doméstico, os investidores repercutiram rumores de que o governo federal deve liberar R$ 6,4 bilhões em emendas a parlamentares — o que levaria a um potencial avanço de pautas no Congresso, como o pacote fiscal.

O mercado também monitorou o efeito do quadro de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a tramitação das medidas. A jornalistas, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que o fato de o chefe do Executivo estar hospitalizado não impede a aprovação do pacote fiscal pelo Congresso Nacional ainda este ano.

Em segundo plano, o mercado reagiu ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país. O índice subiu 0,39% em novembro — apontando para uma desaceleração em relação à alta de 0,56% apurada em outubro. O resultado ficou levemente acima do esperado pelo mercado, de 0,36%.

IPCA também acelerou a alta acumulada em 12 meses para 4,87%, de 4,76% no mês anterior — acima do teto da meta de inflação.

Hoje também foi o primeiro dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A expectativa é de que o colegiado do Banco Central eleve a taxa básica de juros em 75 pontos-base, a 12,00% ao ano. A decisão será divulgada amanhã (11) depois do fechamento dos mercados.

Entre eles, os economistas consultados pelo Banco Central aumentaram a estimativa da Selic, de 11,75% para 12% para este ano, às vésperas da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Sabendo que a taxa básica de juros está a 11,25% ao ano, o relatório semanal projeta uma elevação de 0,75 ponto percentual na próxima reunião.

Altas e quedas da bolsa 

Os papéis da Gol (GOLL4) chegaram a disparar quase 17% após a companhia aérea protocolar o plano de reestruturação no Chapter 11 (equivalente à recuperação judicial no Brasil). A Corte de Falência de Nova York marcou a audiência para discutir o plano de reestruturação para o dia 15 de janeiro.

Entre as medidas, a empresa mencionou uma possível fusão da Abra, a holding da Gol, com a Azul (AZUL4). A criação de uma joint venture entre as companhias também foi uma alternativa apresentada.

Já entre as ações negociadas no Ibovespa, as ações cíclicas recuperaram parte das perdas da véspera com o alívio na curva de juros, em ajuste antes da decisão do Copom. Vamos (VAMO3) disparou mais de 10% e liderou os ganhos do principal índice da bolsa brasileira.

Já a ponta negativa foi dominada pelos frigoríficos e companhias exportadoras, que foram pressionados pelo enfraquecimento do dólar ante o real.  BRF (BRFS3), JBS (JBSS3) e Suzano (SUZB3) terminaram o dia entre as maiores quedas.

Em linhas gerais, as companhias mais expostas ao mercado externo tendem a ser prejudicadas com o desempenho negativo do dólar ante a moeda brasileira, já que as negociações e as receitas das empresas são atreladas à divisa norte-americana.

Entre os pesos-pesados do Ibovespa, Petrobras (PETR4;PETR3) também fechou com alta acompanhando o desempenho do petróleo, enquanto Vale (VALE3devolveu parte dos ganhos da véspera e encerrou em leve baixa — na contramão do minério de ferro.

Exterior 

Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street fecharam em tom negativo pela segunda vez consecutiva. Os investidores aguardam novos dados de inflação.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de novembro deve mostrar um ligeiro aumento nas pressões de preços amanhã (11). Os economistas consultados ​​pela Dow Jones esperam um aumento mensal e anual de 0,3% e 2,7%, respectivamente. Isso seria um aumento de 0,2% e 2,6%, respectivamente, do mês anterior.

Ainda que o CPI não seja a principal referência de inflação para Federal Reserve (Fed), o indicador deve calibrar as expectativas para a reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que acontece entre os dias 17 e 18 de dezembro.

Até agora, as apostas de corte de 25 pontos-base nos juros, para a faixa de 4,25% a 4,50%, são as majoritárias.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: -0,30%, aos 6.034,91 pontos;
  • Dow Jones: -0,35%, aos 44.247,83 pontos;
  • Nasdaq: -0,25%, aos 19.687,24 pontos. 

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Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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