Ibovespa: Guerra em Israel muda cenário e índice dispara; por quê?
O Ibovespa acompanha as bolsas em Wall Street e sobe com força nesta terça-feira (10). Por volta das 12h42, o índice exibia alta de 1,28%, a 116.632 pontos.
A disparada contrasta com a tensão mundial devido à guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Mas para a analistas, o temor pode fazer com que a economia americana desacelere, diminuindo a necessidade de mais juros para controlar a inflação.
Em relatório enviado a clientes, a Ágora recorda que os juros dos Treasuries, os tesouros públicos americanos, caíram fortemente, refletindo ainda alguma procura por segurança por parte dos investidores – “lembrando que, na renda fixa, quando o preço do título sobe (em função da maior demanda) o rendimento do título caí”.
Além disso, as falas menos duras (ou hawkish no linguajar do mercado) do vice-presidente do Federal Reserve (Fed), Philip Jefferson, sobre sinais de desaceleração da inflação, que ocorreram simultaneamente ao aumento das incertezas geopolíticas causadas pelo conflito entre o Hamas e Israel, contribuíram para baixar a temperatura dos investidores.
Na China, temores persistem sobre o ritmo de crescimento da segunda maior economia do mundo, especialmente após a incorporadora Country Garden alertar que não terá condições de honrar pagamentos de dívida em meio a vendas fracas.
Os preços futuros do minério de ferro registraram perdas de 1,74% na madrugada em Dalian, cotados ao equivalente a US$ 112,29 por tonelada.
Mesmo assim, a ação da Vale (VALE3) subia 0,81%, a R$ 66,92, ajudando a não atrapalhar o índice.
“Esses ajustes externos sugerem que o dia possa ser novamente positivo para os ativos domésticos hoje, embora (assim como ontem) a grande representatividade das petroleiras dentro do Ibovespa possa impactar o desempenho geral do mercado”, discorre a Ágora.
Por fim, os analistas notam que a elevação para o desempenho do Brasil neste ano pelo FMI, prevendo a economia crescendo 3,1% ante 2,1% anteriormente, embora bem-vinda, não deve exercer grandes influências sobre os negócios –”as projeções já estão bastante alinhadas com o consenso de mercado, por exemplo”.
Para Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos, em uma análise gráfica, os investidores estão tentando encontrar um rumo onde seria um melhor momento de compra.
Em sua visão, após sucessivas quedas do Ibovespa, com aversão ao risco, o aumento dos Treasuries americanos e a preocupação de que o juros lá fora vai permanecer por mais tempo e mais alto para conseguir conter a inflação, estão, momentaneamente, sendo dissipados.
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Altas e baixas do Ibovespa
As ações da CVC (CVCB3) disparavam 9,74% e lideravam as maiores altas do dia. Em seguida vinha Magazine Luiza (MGLU3), que subia 7,53%. A empresa anunciou que lançou seu próprio seguro de saúde. Do mesmo setor, Casas Bahia (BHIA3) subia mais sutilmente, com ganhos de 1,72%.
Com exceção de Prio (PRIO3), que recuava 1,40% e liderava as baixas do dia, as petroleiras operavam em alta. O avanço é menos expressivo, com PetroReconcavo (RECV3), Petrobras (PETR4) e 3R Petroleum (RRRP3) ganhando 1,81%, 0,20% e 0,46%, respectivamente.
A ponta negativa não tinham tantos destaques. Depois da Prio, Suzano (SUZB3) era a segunda maior queda, com desvalorização de 0,21%. No setor de papel e celulose, Klabin (KLBN11) ganhava 0,09%.
Com Janaína de Camargo