Ibovespa

Ibovespa (IBOV) respira aliviado nesta terça (23) mas Lula ainda deve fazê-lo sofrer; e agora?

23 jan 2024, 16:00 - atualizado em 23 jan 2024, 16:05
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Ibovespa opera em alta no pregão desta terça-feira (23) (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) respira aliviado no pregão desta terça-feira (23), após fechar as três primeiras semanas de 2023 em queda e perder o patamar dos 127 mil pontos. Às 15h40, o índice saltava 1,23%, a 128.154 pontos.



O principal índice da bolsa brasileira é impulsionado pelas ações da Vale (VALE3) e pelos dados mais benignos da arrecadação federal de dezembro, de acordo com analistas.

A arrecadação do governo fechou 2023 em R$ 2,318 trilhões, uma queda real de 0,12% na comparação anual, informou a Receita. O dado de dezembro apresentou uma alta mensal de 5,15%, a R$ 231,2 bilhões.

Na análise de Matheus Spiess, da Empiricus Research, essa queda já era esperada. “O mercado já trabalhava bem essa expectativa porque sabia que a arrecadação foi prejudicada por uma ressaca das medidas que haviam sido tomadas em 2022. Havia uma tentativa de restaurar a arrecadação e isso foi feito”, diz.

Apesar do otimismo hoje, o analista ressalta que o Ibovespa pode sofrer mais no primeiro trimestre. “Surfaremos mais na nossa própria dinâmica até conseguirmos nos descolar de muitas notícias e ruídos derivados de Brasília”, afirma.

É natural que os três primeiros meses do ano sejam repletos de debates fiscais. “Vai pressionar a curva de juros e terá consequência sobre ativos de risco”, destaca.

Para Fábio Perina e equipe do Itaú BBA, se o índice perder a atual região de suporte, em 126.400 pontos, sairá da tendência de alta iniciada no final do ano passado.

“Encontrará próxima importante região em 124.800 pontos, outro ponto crucial que, se perdido, poderá dar início a primeira tendência de baixa de curto prazo em 2024”, avaliam.

2024 será negativo para o Ibovespa?

Apesar de certa cautela com o Ibovespa no curto prazo, a visão dos analistas segue construtiva. Spiess, da Empiricus, diz que, depois do primeiro trimestre, o mercado deve começar a ter um presságio mais positivo.

Para o analista, o responsável pela mudança será o ciclo de flexibilização de juros no Brasil e nos Estados Unidos. O afrouxamento monetário tende a ser positivo no longo prazo para os ativos de risco, mesmo que no curto prazo tenha um “balançar”.

A equipe do BBA também reforça que o momento internacional pode contribuir para uma retomada, uma vez que os índices S&P 500 e Dow Jones marcaram novas máximas históricas no último pregão.

Entretanto, para isso ocorrer, o Ibovespa precisa ultrapassar a primeira resistência em 130.100 pontos. “Se conseguir, abrirá caminho para uma recuperação mais consistente que poderá levar o índice aos níveis de 132.000 e a máxima de dezembro, em 134.400 pontos”, projetam.

“O índice ainda em processo de realização de lucros e mostra uma fragilidade frente aos mercados americanos. A expectativa do mercado local iniciar uma retomada pegando uma carona com o bom momento dos índices americanos S&P 500, Dow Jones e Nasdaq existe, mas até o momento nenhum sinal dela”, afirmam.

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