Por que o Ibovespa virou para alta? Há luz no fim do túnel e rali pode voltar
Após começar mais um pregão no campo negativo, o Ibovespa (IBOV) inverteu o cenário e, às 12h45, subia 0,63%, cotado a 115.708 pontos. Segundo o analista da Benndorf, Victor Benndorf, trata-se de um movimento de bargain hunt.
Bargain hunt é o movimento quando os compradores voltam para o mercado, após uma forte queda. O analista explica que a recuperação de hoje, apesar de leve, é “natural”, trata-se de um movimento técnico.
Além disso, Benndorf ressalta que o Brasil vai na contramão do mundo em relação aos juros, pois já flexibiliza a política monetária. “A gente é um alvo de compra”, avalia.
“O Brasil ainda continua barato e os compradores devem tentar achar algum fundo”, diz o analista.
No radar hoje, a economia da China e dos Estados Unidos voltam a preocupar os investidores mundo a fora. Especialmente, após a gigante Evergrande entrar com um pedido de falência e 18 de 38 construtoras estatais listadas em Hong Kong relatarem prejuízos preliminares no primeiro semestre.
As atenções também se voltam para o lado da política, após o hacker Walter Delgatti dizer o nome do ex-presidente, Jair Bolsonaro, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). Segundo Delgatti, Bolsonaro teria lhe oferecido um indulto em troca de colocar em dúvida a lisura das urnas eletrônicas nas eleições de 2022.
Há esperanças para o Ibovespa
Após um rali que animou o mercado, o Ibovespa estagnou em julho e deslanchou em agosto. O índice bateu recorde histórico de 13 pregões seguidos em queda e acumula desvalorização de mais de 5% neste mês, chegando até a perder o patamar dos 115 mil pontos.
No entanto, apesar do momento pessimista, o rali de altas pode não ter chego ao fim, diz o Bank of America. Na análise de David Beker e da equipe do banco, o IBOV deve se recuperar e tem potencial para atingir 135 mil pontos até o final do ano.
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Segundo os analistas, o nível das taxas de longo prazo permite a valorização do Ibovespa. Os analistas também notam que as taxas reais historicamente continuam caindo à medida que o ciclo de flexibilização progride.
Além disso, a equipe do BofA lembra que a entrada de estrangeiros na B3 havia disparado em janeiro deste ano — com entradas de R$ 19 bilhões só no primeiro mês do ano –, mas está estagnada desde então. No momento, o índice está “à espera de compradores”, avaliam.
“Vimos saídas externas de R$ 8 bilhões da bolsa brasileira em agosto. Mas no acumulado do ano, os estrangeiros adicionaram R$ 14 bilhões à B3”, ressaltam.