Ibovespa hoje: Ações globais sobem, mas petróleo cai, em meio à crise de energia
O Ibovespa deve acompanhar a recuperação engatada pelos mercados internacionais nesta terça-feira (30), um dia após a queda em Wall Street apagar os ganhos dos negócios locais. Os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram em alta, beneficiados pelo recuo do petróleo.
Embora as ações globais e os preços da commodity industrial sejam tradicionalmente correlacionados de forma positiva, percebe-se um movimento mais recente de divergência entre ambas as classes de ativos. E o que explica essa discrepância é o temor de uma segunda onda inflacionária por causa da crise de energia.
Os riscos de desabastecimento em pleno inverno – no hemisfério norte, mas especialmente na Europa – assustam os investidores, que não encontram alento no discurso dos bancos centrais dos dois lados do Atlântico Norte. Ao contrário.
O tom agressivo (“hawkish”) do Federal Reserve e do Banco Central Europeu (BCE) de aumento mais forte dos juros para combater a inflação ainda elevada pode acelerar uma rápida piora dos dados econômicos, arrastando o mundo de vez para uma recessão global.
Dinâmica própria
Mas o movimento divergente das ações globais e os preços do petróleo ainda não se aplica na bolsa brasileira. Ontem, foram os ganhos do setor de óleo e gás que deram suporte ao Ibovespa, segurando o índice acionário no campo positivo.
O destaque ficou com a alta de mais de 2% da Petrobras, sendo que a ação preferencial (PETR4) renovou a máxima histórica. Há quem diga que o céu é o limite para o papel, que ainda está barato. Já a Vale deve decepcionar mais uma vez hoje, em meio à queda de quase 3% dos preços do minério de ferro na China (Dalian).
Vale lembrar que, nesta semana, o investidor receberá cerca de R$ 60 bilhões em dividendos das duas blue chips. A expectativa é de que boa parte desses recursos sejam reaplicados no mercado doméstico. E é esse fluxo que explica o flerte do dólar com a marca de R$ 5,00.
Com isso, os ativos domésticos passam ao largo da turbulência externa, esnobados os riscos globais. Essa dinâmica própria também parece estar à prova de choques do cenário eleitoral. Talvez porque ainda não haja nenhuma novidade na disputa.
Ontem, a pesquisa Ipec mostrou estabilidade na corrida presidencial. Resta saber se o debate de domingo e o início da campanha no rádio e na TV ampliam as chances de um segundo turno, diante da expectativa de crescimento dos candidatos da terceira via.
A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h50:
EUA: o futuro do Dow Jones tinha alta de 0,68%; o do S&P 500 subia 0,85%; e o do Nasdaq avança 1,17%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha alta de 0,76%; a bolsa de Frankfurt subia 1,86%; a de Londres ganhava 0,26% e a de Paris crescia 1,17%.
Câmbio: o DXY recuava 0,32%, a 108.48 pontos; o euro subia 0,34%, a US$ 1,0031; a libra oscilava com +0,08%, a US$ 1,1715; o dólar caía 0,31% ante o iene, a 138,30 ienes.
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos subia a 3,062%, de 3,104% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 3,409%, de 3,437% na sessão anterior
Commodities: o futuro do ouro tinha queda de 0,23%, a US$ 1.745,60 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI cedia 1,89%, a US$ 95,18 o barril; o do petróleo Brent recuava 1,97%, a US$ 100,90 o barril; o minério de ferro para janeiro teve queda de 2,92% em Dalian (China), a 697 yuans.
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