Ibovespa hoje acende sinal de alerta com ameaça de novos atos antidemocráticos
O Ibovespa deve trocar o rali dos últimos cinco dias pela cautela nesta quarta-feira (11). A convocação para novos atos antidemocráticos em todas as capitais hoje acende o sinal de alerta não só do governo, mas também do mercado financeiro.
Com isso, os desdobramentos após o ocorrido em Brasília no domingo (8) voltam ao radar dos investidores. Até então, o Ibovespa absorvia as cenas de vandalismo com a invasão às sedes dos Três Poderes, vendo os episódios como um “tiro pela culatra”.
Porém, por mais que a insurreição no Brasil tenha chegado com dois dias de atraso e ficado para trás, a ameaça à democracia não acabou. O ex-presidente Jair Bolsonaro compartilhou ontem à noite em seu perfil no Facebook um vídeo em que contesta o resultado das eleições presidenciais.
A publicação viralizou rapidamente nas redes sociais antes de ter sido apagada, cerca de três horas depois. A insinuação de fraude eleitoral por Bolsonaro ajuda a alimentar a convocação por uma “mega manifestação nacional pela retomada do poder” prevista para hoje.
Novas ameaças, um alento
Tudo isso colocou o governo em alerta e deve instigar uma postura defensiva por parte dos investidores nos ativos locais. Porém, não se trata da única ameaça do dia.
Em carta aberta do Banco Central ao Ministério da Fazenda, o presidente Roberto Campos Neto admite o risco de a inflação estourar a meta novamente neste ano. Se confirmada a expectativa, será o terceiro ano seguido em que o IPCA ficará fora do intervalo de tolerância perseguido pelo BC.
A novidade deve mexer com as apostas para o espaço de cortes na taxa Selic em 2023, respingando também no dólar. Portanto, o ambiente doméstico está mais avesso ao risco hoje.
Ainda assim, possa ser que o apetite dos mercados globais sirva de alento. Lá fora, prevalece a esperança de uma postura menos agressiva do Federal Reserve no aumento dos juros.
Contudo, o cenário externo ignora o alerta feito pelo presidente do Fed, Jerome Powell dias após a divulgação dos dados de emprego (payroll) e antes do anúncio do índice de preços ao consumidor (CPI), amanhã. Por ora, permanece a expectativa de uma alta menor na taxa em fevereiro.
Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 8h:
EUA: o futuro do Dow Jones subia 0,18%; o do S&P 500 avançava 0,18%; enquanto o Nasdaq avançava 0,16%;
NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) oscilava em baixa de 0,07% no pré-mercado; nos ADRs, o da Vale subia 0,22% e o da Petrobras tinha alta de 0,38%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 avançava 0,46%; a bolsa de Frankfurt tinha alta de 0,85%; a de Paris subia 0,72% e a de Londres ganhava 0,55%;
Câmbio: o índice DXY oscilava com +0,04%, a 103.27 pontos; o euro subia 0,15%, a US$ 1,0751; a libra caía 0,12%, a US$ 1,2136; o dólar tinha alta de 0,19% ante o iene, a 132,49 ienes;
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,577%, de 3,621% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,237%, de 4,262%, na mesma comparação;
Commodities: o futuro do ouro tinha alta de 0,63%, a US$ 1.888,40 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,25%, a US$ 75,27 o barril; o do petróleo Brent ganhava 0,42%, a US$ 80,42 o barril; o contrato futuro mais líquido do minério de ferro (maio/23) negociado em Dalian (China) fechou em alta de 1,19%, a 844 yuans a tonelada métrica, após ajustes.