Ibovespa abre em alta nesta quarta, à espera das reuniões do Federal Reserve e do Copom
Depois de se descolar dos principais mercados globais e encerrar em queda de 0,88% ontem (15), o Ibovespa volta a acompanhar o bom humor mundial e abriu em alta nesta quarta-feira (16). Às 10h04, o índice subia 0,27% e alcançava os 109.258 pontos.
O que impulsiona os negócios, nesta manhã, é percepção dos investidores de uma melhoras nas chances de uma solução negociada para encerrar a guerra da Ucrânia, após o presidente Volodymyr Zelensky sinalizar que pode abrir mão de ingressar na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), conforme exigido por Vladimir Putin, presidente da Rússia.
Os mercados também gostaram das declarações de autoridades chinesas de que pretendem adotar medidas para incentivar a economia e os mercados financeiros. A manifestação de Pequim foi interpretada como uma tentativa de desfazer os temores de que a China abandonaria grandes empresas de construção civil, como a Evergrande, à própria sorte, bem como manteria a repressão às empresas de tecnologia e internet.
O bom humor do mercado à vista também se reflete numa expressiva alta do Ibovespa Futuro. Por volta do mesmo horário, o índice subia 1,18% até os 111.028 pontos.
Ibovespa à espera do Federal Reserve e do Copom
A nota de suspense fica por conta das reuniões do Federal Reserve e do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, que decidirão os rumos das taxas básicas de juros dos EUA e do Brasil nesta que já ficou conhecida como “Super Quarta“.
A expectativa é que o Fed eleve os juros em 0,25 ponto percentual. Se isto ocorrer, será a primeira alta desde 2018, necessária para conter a escalada da inflação americana. Os analistas projetam que o ciclo de aperto monetário contará com sete altas de 0,25 pp.
Já para o Copom, as apostas se dividem entre um aumento de 1 ponto percentual ou de 1,25 pp. Atualmente, a Selic está em 10,75% ao ano. Os que defendem um aperto menor acreditam que a diretoria do BC vai considerar o recuo do barril de petróleo, após a disparada de preços causada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.
Por outro lado, quem mantém a projeção de uma alta maior defende que o BC precisa agir com firmeza para que as expectativas de inflação voltem a se ancorar ao redor da meta, inclusive com vistas a 2023.
A decisão do Fed será conhecida às 15h, como de praxe. Já o Copom anuncia sua resolução após o fechamento do mercado, sem horário certo.