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Ibovespa: Hapvida (HAPV3) derrete mais de 40% em março e lidera quedas; momento de comprar é agora?

31 mar 2023, 20:07 - atualizado em 31 mar 2023, 20:07
Hapvida HAPV3
Hapvida viu suas ações despencarem 41,65% em março (Imagem: Hapvida/YouTube)

A Hapvida (HAPV3) foi, de longe, a ação do Ibovespa que mais caiu em março. No mês, a operadora de planos de saúde protagonizou pregões altamente voláteis, chegando inclusive a cair mais de 30% em um único dia.

Com o fechamento desta sexta-feira (31), os papéis da companhia terminaram março com um tombo de 41,65%. Houve uma grande discrepância em relação à segunda ação de maior queda do Ibovespa, que caiu “apenas” 21,20%.

Empresa Ticker Variação em março (%)
Hapvida HAPV3 -41,65
Qualicorp QUAL3 -21,2
3R Petroleum RRRP3 -19,06
Rede D’Or RDOR3 -16,87
Arezzo ARZZ3 -14,87

Mas o que houve com a Hapvida para liderar o ranking das perdas deste mês?

O problema

Para entender por que investidores estão largando a tese da companhia, é preciso lembrar que os resultados do quarto trimestre de 2022 foram bem mal recebidos pelo mercado.

O pregão seguinte ao balanço teve o baque de mais de 30% das ações da operadora, que reverteu o lucro (desconsiderando ajustes) e apresentou prejuízo de R$ 316,7 milhões.

O que preocupa os investidores é a queima de caixa da Hapvida. Eles tentam entender a capacidade da companhia de destravar caixa sob as regras regulatórias, o que resolveria seu atual problema de solvência.

Em relatório publicado no mês, o Itaú BBA explica que a maior parte das dívidas da companhia está alocada na holding, enquanto as “verdadeiras” geradoras de caixa são as subsidiárias operacionais.

As regras regulatórias aplicáveis às operadoras (que é onde o dinheiro está de fato) impede distribuições a holdings se não houver atingimento do mínimo de caixa requerido, que serve como uma espécie de garantia regulatória. É pelo excesso de caixa que as subsidiárias conseguem repassar dinheiro à sua holding, sendo a forma mais convencional o pagamento de dividendos à controladora.

Por regra, as operadoras precisam de uma margem de solvência (capital) mínima para atravessar os períodos de incerteza. A questão é que a deterioração de caixa da Hapvida por conta do cenário macroeconômico desafiador acabou levando a uma deterioração acelerada da suficiência de capital da companhia.