Ibovespa futuro tem queda com exterior e ‘risco Lula’
A segunda-feira inicia com queda de 0,54% aos 107.245 para o índice futuro do Ibovespa, com o dólar comercial recuando 0,08% a R$ 4,1602 , O clima deve permanecer incerto no início da semana, com o noticiário externo pouco favorável e a liberdade do ex-presidente Lula ampliando as incertezas no campo político local, principalmente em relação ao avanço da votação das reformas no Congresso Nacional.
A temporada de balanços continua e também pode afetar o desempenho do mercado brasileiro.
Cenário Interno
Emissão
O Tesouro informou nesta sexta-feira que, com a emissão de 2,5 bilhões de dólares de seu novo título Global 2050, realizada na segunda-feira, utilizou cerca de 1,04 bilhão de dólares na recompra de títulos.
Em nota à imprensa, o Tesouro informou que 1,0 bilhão de dólares foram empregados na recompra preferencial, modalidade em que o investidor entregou os títulos antigos e mais curtos e comprou o Global 2050.
Os outros 40 milhões de dólares foram usados na recompra não preferencial, com o investidor entregando títulos antigos em troca de dinheiro.
Grau de Investimento
O ministro da Economia, Paulo Guedes, prevê que o Brasil reconquistará o grau de investimento concedido pelas agências de classificação de risco em 2020, cinco anos depois de ter perdido o selo de bom pagador, e ressalta que a atividade econômica já começou a reagir, garantindo a retomada do crescimento.
“Acho que o Brasil será grau de investimento no ano que vem, não sei se no começo do ano, mas já está ficando claro que nosso trabalho é consistente, e não é de um ano.
Nós trocamos o mix de política econômica, estamos firmes no fiscal e o juros desabou”, afirmou o ministro em entrevista exclusiva à Reuters.
Guedes destacou que há “uma explosão no crédito” e movimentos significativos na construção civil e na massa salarial e previu que a economia crescerá 1% em 2019 e pelo menos 2,5% no ano que vem.
Cenário Externo
China
Os índices acionários da China recuaram nesta segunda-feira, com a bolsa de Xangai registrando a maior queda em mais de quatro meses, uma vez que os investidores permaneceram atentos à saúde da economia chinesa em meio a incertezas em torno do acordo comercial proposto com os Estados Unidos.
Os preços ao produtor da China registraram a maior queda em mais de três anos em outubro, uma vez que o setor industrial enfraqueceu devido ao declínio da demanda e à guerra de tarifas entre EUA e China, reforçando a perspectiva de que haverá mais estímulo.
Acordo Comercial EUA x China
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste sábado que as negociações comerciais com a China estavam seguindo “muito bem”, mas que os EUA só fechariam um acordo com Pequim se esse fosse o negócio certo para os EUA.
Trump falou com repórteres na Base de Andrews antes de partir para uma visita a Tuscaloosa, Alabama. Ele disse que as negociações se moveram mais lentamente do que ele gostaria, mas que a China queria um acordo mais do que ele.
“As negociações comerciais com a China estão indo muito bem eu acho, muito bem, e se fizermos o acordo que queremos, será um grande acordo, e se não for um grande acordo, não o farei”, afirmou.
Reino Unido
A economia do Reino Unido cresceu no ritmo anual mais lento em quase uma década nos três meses encerrados em setembro, uma vez que a desaceleração global e as preocupações com o Brexit afetaram o investimento empresarial e a manufatura.
O crescimento do Produto Interno Bruto no terceiro trimestre desacelerou a 1,0% sobre o ano anterior, de 1,3% no segundo trimestre, informou a Agência Nacional de Estatísticas, nível mais fraco desde os três primeiros meses de 2010 e pouco abaixo das expectativas dos economistas em pesquisa da Reuters de 1,1%.
Bolsas Internacionais
Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,26%, a 23.331 pontos. Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 2,62%, a 26.926 pontos. Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 1,83%, a 2.909 pontos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 1,76%, a 3.902 pontos.
O começo da semana mostra-se negativo também para os principais mercados acionários da Europa. Em Frankfurt, o DAX recua 0,50% aos 13.162 pontos, enquanto que em Londres, o FTSE perde 1,21% aos 7.270 pontos. Já em Paris, o CAC retrocede 0,13% aos 5.882 pontos.
Commodities
A jornada desta segunda-feira foi mais uma vez marcada pela forte queda na cotação dos contratos futuros do minério de ferro, que são transacionados na bolsa de mercadorias de Dalian, na China.
O ativo com o maior volume de negócios, com data de vencimento em janeiro do próximo ano, cedeu 2,39% encerrando a 591,50 iuanes por tonelada, o que representa uma variação de 14,50 iuanes em relação aos 606,00 iuanes de liquidação da sexta-feira.
A sessão também foi negativa para as operações com os papéis futuros do vergalhão de aço, que são operacionalizados na bolsa chinesa de mercadorias de Xangai.
Dessa forma, o contrato mais líquido, com entrega para o primeiro mês de 2020, caiu 39 iuanes para 3.373 iuanes por tonelada. Já o segundo mais negociado, de maio, caiu 19 iuanes para 3.215 iuanes por cada tonelada do produto.
O dia também é de expressiva redução nos preços do petróleo nas principais praças. Em Londres, o barril do tipo Brent recua 1,23%, ou US$ 0,77, a US$ 61,74. Já em Nova York, o WTI cai 1,45%, ou US$ 0,83% a US$ 56,41.
Mercado Corporativo
BR Properties
A administradora de imóveis comerciais BR Properties (BRPR3) anunciou no fim da sexta-feira que aprovou a realização de oferta pública primária de ações, com a qual poderá levantar até 1 bilhão de reais.
Em fato relevante, a empresa informou que ofertará inicialmente 62,5 milhões de ações. Esse volume poderá ser acrescido em até 35% (21,875 milhões de ações) até a conclusão do bookbuilding, em 21 de novembro. O preço por ação deverá ser divulgado nesta data.
Considerando o preço de fechamento da ação da companhia na sexta-feira, de 11,80 reais por papel, a oferta poderá chegar a um montante de 737,5 milhões de reais, alcançando 995,625 milhões de reais com as ações adicionais.
Cessão Onerosa
O Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), entidade que reúne petroleiras locais e multinacionais como associadas, defendeu que o governo brasileiro adote um calendário de licitações “menos concentrado” no setor e em regime único, sob modelo de concessão.
O posicionamento da instituição, em nota nesta sexta-feira, acontece após resultados que frustraram expectativas em dois importantes leilões de áreas de petróleo e gás nesta semana, que falharam em atrair grandes petroleiras privadas internacionais.
O leilão de excedentes da cessão onerosa, na quarta-feira, levantou 70 bilhões de reais, de 106,5 bilhões esperados, com participação apenas da Petrobras e das chinesas CNODC e CNOOC, que se associaram à estatal pela área de Búzios, mas com fatia de apenas 10% no ativo.
Já a 6ª Rodada de licitação levantou 5 bilhões, de 7,85 bilhões em bônus cobrados, e vendeu apenas um de cinco blocos, para grupo entre a Petrobras e a CNODC.
Exxon
Enquanto o maior leilão de petróleo do Brasil se aproximava, a Petrobras mantinha conversas cada vez mais frenéticas para encontrar empresas estrangeiras dispostas a compartilhar enormes bônus de assinatura e investimentos, segundo fontes familiarizadas com o assunto.
Nenhuma das negociações com empresas privadas avançou tanto quanto aquelas mantidas com a norte-americana Exxon para a formação de um consórcio.
Mas as conversas foram encerradas dias antes da rodada de licitações, segundo quatro das fontes, que pediram anonimato para tratar do assunto confidencial.
Com isso, a petroleira estatal terminou por fazer uma parceria com apoio simbólico de empresas estatais chinesas para realizar lances no leilão, considerado como frustrante pelo mercado, que aguardava forte presença das grandes empresas privadas estrangeiras.
Petrobras
Os preços médios do diesel nos postos brasileiros subiram levemente na semana, a décima alta consecutiva, mesmo após duas recentes reduções das cotações nas refinarias da Petrobras (PETR4), mostraram dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta sexta-feira.
A Petrobras anunciou corte de cerca de 3% nos preços do diesel em suas refinarias na sexta-feira passada, depois de uma redução de 1,5% em 25 de outubro.
Mas, nas bombas, o preço médio avançou para 3,718 reais por litro, ou 0,11% a mais que na semana anterior, segundo os números da ANP. Já a gasolina também subiu, pela segunda semana, para 4,402 reais por litro, alta de 0,36%.
Campo de Búzios
A Petrobras (PETR4) prevê colocar em operação um total de 10 plataformas de produção de petróleo e gás no campo gigante de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos, até o fim da próxima década, incluindo as quatro que já estão em produção, disseram executivos da estatal nesta sexta-feira.
Com apenas as quatro plataformas em operação, com 150 mil barris de petróleo por dia de capacidade cada, a Petrobras já atingiu produção de 600 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/d) no ativo.
A quinta unidade deve entrar em operação no segundo semestre de 2022, informou a companhia em comunicado recente. A unidade terá a mesma capacidade das demais e já está em construção.
Carne Suína
As exportações de carne suína in natura e processada do Brasil registraram receita cambial de 149,6 milhões de dólares em outubro, maior saldo para um único mês nos últimos dois anos, informou nesta sexta-feira a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
De acordo com dados da ABPA, o desempenho é 38,4% maior que o verificado em igual período do ano passado. No mês, foram embarcadas 68,1 mil toneladas da proteína, alta de 8% na comparação anual, acrescentou a entidade.
Eneva
A Eneva (ENEV3), que explora gás natural em terra e opera diversas termelétricas, tem avaliado diversos ativos que a estatal Petrobras (PETR4) tem colocado à venda mais recentemente como parte de um plano de desinvestimentos, disse à Reuters um diretor da companhia nesta sexta-feira.
O foco da empresa é na possível aquisição de fatias minoritárias em reservas já descobertas ou em campo a ser desenvolvido, ainda não em produção, em busca de expandir o acesso a reservas de gás e em uma possível expansão da capacidade de geração, afirmou o diretor de Novos Negócios da Eneva Matheus Nogueira.
CVC
A operadora de turismo CVC (CVCB3) prevê uma melhora no volume de ofertas de assentos pelas companhias aéreas no Brasil a partir de fevereiro de 2020, o que poderia ajudar a reduzir a pressão recente sobre as margens, disse nesta sexta-feira o diretor-presidente da companhia.
“A partir de fevereiro a oferta de assentos pode melhorar”, disse Luiz Fernando Fogaça em teleconferência com analistas sobre os resultados do terceiro trimestre.
Na noite da véspera, a CVC informou que teve queda no Ebitda e na receita líquida de julho a setembro, no comparativo anual, refletindo efeitos do colapso da companhia aérea Avianca Brasil, que reduziu o número de assentos e aumentou o preço das passagens.
Agenda de Autoridades
Jair Bolsonaro
Em viagem oficial a Campina Grande (PB), o presidente participa da cerimônia de entrega de 4.100 unidades do Conjunto Habitacional Aluízio Campos. No final da tarde, de volta a Brasília, estará presente na solenidade de lançamento do Programa Verde Amarelo
Paulo Guedes
Reunião semanal com o secretário especial de Desburocratização. Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel;
Abertura da reunião de ministros de Comércio do BRICS;
Cerimônia de lançamento do Programa Verde Amarelo;
Reunião com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.