Mercados

Ibovespa firma-se em queda após pedido de demissão de Teich

15 maio 2020, 13:08 - atualizado em 15 maio 2020, 13:09
Ministro da Saúde, Nelson Teich
Por volta do meio-dia, o mercado foi surpreendido com o anúncio do Ministério da Saúde de que Teich pediu demissão (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

A bolsa paulista firmava-se em queda nesta sexta-feira após o pedido de demissão do ministro da Saúde, Nelson Teich, e com investidores digerindo uma bateria de resultados corporativos, incluindo prejuízo histórico da Petrobras.

Às 12:36, o Ibovespa (IBOV) caía 1,31%, a 77.974,63 pontos. O volume financeiro era de 11,3 bilhões de reais. Na semana, o Ibovespa acumula baixa de quase 3%.

Além dos balanços, investidores acompanhavam o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que retraiu 5,90% em março ante o mês anterior – menos do que a expectativa em pesquisa da Reuters, de queda de 6,95%..

“Evidentemente, o indicador reflete a primeira parte da retração da economia em consequência as medidas de isolamento social implementadas desde meados de março. Esperamos continuidade do movimento na próxima leitura”, afirmou Felipe Sichel, estrategista-chefe do modalmais.

Por volta do meio-dia, o mercado foi surpreendido com o anúncio do Ministério da Saúde de que Teich pediu demissão, menos de um mês após assumir o cargo em 17 de abril. O Ibovespa renovou mínimas da sessão após a notícia.

No exterior, o petróleo avançava, assim como bolsas na Europa adotaram um viés positivo. Em Wall Street, o S&P 500 caía, com novos ruídos nas relações comerciais entre os Estados Unidos e a China pressionando negócios.

O governo Trump avançou nesta sexta-feira no bloqueio de envios de semicondutores de fabricantes de chips globais para a Huawei.

“A extensão do banimento da empresa chinesa de telecomunicações Huawei de operar nos EUA até 2021 adicionou sentimento de aversão a risco no mercado americano”, destacou a equipe da Elite Investimentos, em relatório a clientes.

Destaques

Petrobras (PETR4) subia 1,32%, apesar do prejuízo histórico de 48,5 bilhões de reais de janeiro a março, com analistas destacando positivamente o desempenho operacional da companhia no período, bem como a geração de caixa. Petrobras (PETR3) avançava 3,11%, puxada pela alta dos preços do petróleo no mercado externo.

CSN (CSNA3) caía 4,41%, após prejuízo líquido de 1,3 bilhão de reais no primeiro trimestre, em resultado que mostrou quedas nas vendas de aço e minério de ferro na comparação anual, impactadas pelos efeitos da pandemia de coronavírus e chuvas do início do ano. A alavancagem medida pela relação dívida líquida sobre Ebitda subiu para 4,78 vezes no final de março. No setor de mineração e siderurgia, Vale (VALE3) subia 0,91%.

JBS (JBSS3) recuava 5,69% após apresentar prejuízo de 5,9 bilhões de reais no primeiro trimestre, uma vez que a forte valorização do dólar atingiu em cheio a linha financeira da companhia, ofuscando o aumento da receita do período. Em teleconferência com analistas, a empresa disse que a demanda nos EUA, sua principal geradora de receita, está muito forte, com Estados do país reduzindo medidas de isolamento social.

B3 (B3SA3) valorizava-se 4,12%, conforme a volatilidade severa dos mercados financeiros oriunda da crise do coronavírus turbinou as receitas do primeiro trimestre da companhia, que reafirmou meta de pagar aos acionistas até 150% do lucro aos acionistas em 2020.

Suzano (SUZB3) cedia 3,74%, em meio ao prejuízo líquido de 13,4 bilhões de reais no primeiro trimestre, afetado pelo forte impacto da desvalorização do real contra o dólar na dívida em moeda estrangeira do grupo. O Ebitda ajustado, contudo, somou 3,03 bilhões de reais, alta de 10% e acima do que esperavam analistas, em média. Executivos da companhia afirmarma que a empresa vê motivos estruturais para elevar preços de celulose nos EUA e Europa no final nestre trimestre, mas que a demanda por papel de imprimir e escrever segue em queda.

Fleury (FRLY3) perdia 3,17%. A rede de clínicas de medicina diagnóstica teve queda no lucro do primeiro trimestre, já acusando os primeiros efeitos da pandemia do coronavírus.

Cyrela (CYRE3) recuava 6%, após divulgar lucro líquido de 28 milhões de reais no primeiro trimestre, uma queda ante os 48 milhões de reais em resultado positivo obtido no mesmo período do ano passado.

Sabesp (SBSP3) caía 4%, após prejuízo líquido de 657,9 milhões de reais no primeiro trimestre, revertendo lucro de 647 milhões um ano antes, com aumento de despesas financeiras decorrente da valorização do dólar frente ao real e aumento de provisões em meio à pandemia do Covid-19. Também no radar está o início das discussões de revisão tarifária.

Itaú Unibanco (ITUB4) tinha variação negativa de 1,95%, com Bradesco (BBDC4) em baixa de 2,55%, enquanto agentes financeiros continuam monitorando potenciais medidas contra o Covid-19 com efeitos potencialmente nocivos ao sistema financeiro. Banco do Brasil (BBAS3) caía 1,46%.

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