Bolsa de Valores

Ibovespa fechou semana no vermelho pela primeira vez no ano

08 fev 2019, 20:39 - atualizado em 08 fev 2019, 20:39

Por Investing.com – Processo mais lento que o esperado para a tramitação da reforma da Previdência no Congresso com exterior adverso influenciaram o primeiro encerramento semanal negativo do Ibovespa em 2019. A bolsa paulista perdeu 2,57% na semana, enquanto o real se desvalorizou ante o dólar. A moeda americana fechou em alta de 1,9% a R$ 3,7294, influenciado pelas notícias negativas das negociações comerciais entre EUA e China.

A semana incia com o vazamento da minuta da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Reforma da Previdência na segunda-feira. O documento prevê equiparação da idade mínima para homens e mulheres e geração de economia de até R$ 1 trilhão em 10 anos. O ministro-chefe da Casa Civil, Ony Lorenzoni, negou que a minuta fosse o projeto do governo para a Previdência. O governo, oficialmente, diz que o documento era uma das propostas estudadas pela equipe econômica.

O receio de dificuldade do relacionamento do governo com o Congresso e, assim, dificultar a tramitação da reforma nas duas Casas foi a tônica. O vazamento do texto da PEC da Previdência desagradou líderes partidários, a quem foram prometidos participação na elaboração do texto. Além disso, o líder do governo na Câmara, deputado federal Vitor Hugo (PSL-GO), marcou uma reunião por whatsapp com líderes partidários, dividindo-os entre “apoio consistente” e “apoio condicionado”. O encontro teve baixa participação, pois a divisão causou mal-estar, inclusive entre aliados do governo. Líderes partidários disseram que esperavam um convite, pelo menos, por telefone.

A expectativa de se utilizar a PEC elaborada pelo governo anterior para ir diretamente à votação no plenário da Câmara também foi por água abaixo. Há consenso de que não é possível. Rodrigo Maia, presidente da Câmara, já afirmou que dará “tratamento regimental” à proposta e avançará somente com respaldo no regimento da Casa, com consendo entre líderes e a Mesa Diretora.

Por fim, a ausência do presidente Jair Bolsonaro em Brasília e a especulação sobre seu estado de saúde também dificultam o avanço da reforma. O vice presidente, general Hamilton Mourão, disse que a palavra final da reforma é do presidente, que está internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, recuperando-se da cirurgia de retirada de uma bolsa de colostomia. O adiamento da alta, ocorrência de febre e uma tomografia com imagem compatível com pneumonia trouxeram dúvidas sobre a saúde do presidente, que respondeu no Twitter afirmando estar bem e tranquilo com a recuperação.

Saindo do mundo político, no mercado acionário continuou o calvário da Vale (SA:VALE3). Os papéis da mineradora desabaram 6,68% com noticiário negativo do rompimento da barragem de rejeitos em Brumadinho (MG) no fim de janeiro. Além disso, durante a semana mineradora alegou atraso na entrega de minério de ferro e pelotas já firmado em contrato alegando força maior, anunciou antecipação na suspensão da produção no Complexo de Vargem Grande (MG) e recebeu notificação de cancelamento operacional de uma barragem em Brucutu (MG).

Na sexta-feira, a mineradora foi excluída do Índice de Sustentabilidade da B3, seu porto em Vitória (ES) foi paralisado parcialmente e houve alerta de desnível de uma barragem em Barão de Cocais (MG), levando ao evacuamento de 500 moradores da região. No fim do dia, o site da revista IstoÉ disse que o Ministério Público de Minas Gerais prepara pedido de prisão de Fabio Schvartsman, CEO da companhia.

Em relação à temporada de balanço, o Itaú (SA:ITUB4) divulgou resultado abaixo do esperado, com queda de 3,86% nos papéis do banco na semana. Diferentemente do Bradesco (SA:BBDC4), que apresentou números acima do esperado na semana passada e as ações se manteve estável nesta semana.

Por fim, o Comitê de Política Monetária do Banco Central manteve a taxa básica de juros em 6,5% ao ano, seguindo o consenso. O IBGE divulgou o IPCA de janeiro, que veio abaixo da expectativa do mercado, a 0,32%.

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