Ibovespa fecha semana em queda com tensão sobre guerra comercial
O Ibovespa chegou a esboçar uma reação ao pessimismo no mercado internacional durante a tarde, mas acabou não resistindo às perdas até o fim da sessão. O principal índice da B3 fechou a sexta-feira (23) em queda de 0,46%, aos 84.377 pontos, acumulando na semana desvalorização de 0,60%. No ano, o saldo ainda é positivo em 10,44%.
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No mercado de câmbio, o dólar subiu 0,28% frente ao real, cotado a R$ 3,3192 na venda. A moeda americana avançou pela quinta semana consecutiva.
Os desdobramentos de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China continuaram atormentando investidores no último pregão da semana. Na quinta-feira (22), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu impor tarifas de US$ 50 bilhões sobre produtos da China. Em resposta, o governo chinês divulgou uma lista com 128 produtos americanos que podem ter sobretaxa de 15% ou 25%.
Em Wall Street, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq perderam 1,77%, 2,10% e 2,43%, respectivamente. Na Europa, as bolsas de Frankfurt e Paris se desvalorizaram em 1,77% e 1,39%, respectivamente.
Já no mercado de commodities, enquanto diversos metais caíram, como o minério de ferro, em meio à disputa entre EUA e China, o preço do barril de petróleo subiu 2,5% na Bolsa de Nova York, valendo quase US$ 66. Isso porque repercutiram no mercado os comentários do ministro de Energia da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih, sobre possível continuidade nos cortes de produção da Opep (atualmente em curso) em 2019.
Diante do salto do óleo bruto, as ações da Petrobras (PETR4) conseguiram se manter em terreno positivo: +0,14% a R$ 21,75. A sessão também foi favorável para papéis do setor financeiro. Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) fecharam em alta de 0,48% e 0,68%, respectivamente.
Por outro lado, as ações de empresas de ensino superior se destacaram na ponta negativa da Bolsa. Kroton (KROT3) (-3,92%) e Estácio (ESTC3) (-3,50%) lideraram as perdas do dia. Fora do Ibovespa, a Ser Educacional (SEER3) despencou 21,24% a R$ 23,55 em meio à reação do mercado aos números da empresa no quarto trimestre de 2017.
A Ser registrou lucro líquido ajustado de R$ 16 milhões no quarto trimestre de 2017, uma queda de 59,9% sobre o mesmo período em 2016. Em todo o ano de 2017, a companhia lucrou R$ 217,1 milhões, 12,4% menos do que em 2016.