Mercados

Ibovespa avança aos 131 mil pontos com impulso de Vale (VALE3) e espera por medidas fiscais; dólar sobe a R$ 5,70

28 out 2024, 17:10 - atualizado em 28 out 2024, 17:25
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O Ibovespa tem novo impulso de Vale, com forte avanço do minério de ferro; Petrobras limita os ganhos à espera do relatório trimestral (Imagem: Money Times)

Ibovespa (IBOV) iniciou a última semana de outubro, que promete ser agitada, em tom positivo.

Nesta segunda-feira (28), o principal índice da bolsa brasileira subiu 1,02%, aos 131.212,58 pontos. 

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,7088 (+0,02%). 

No cenário doméstico, o quadro fiscal segue no foco dos investidores. O mercado espera o anúncio de novas medidas de contenção de gastos públicos com o fim do período eleitoral.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniram no Palácio da Alvorada na tarde desta segunda-feira (28). O compromisso não constava na agenda pública dos dois.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reafirmou que pacote com medidas fiscais, prometido pelo governo, poderá gerar efeito positivo sobre a política monetária se for capaz de gerar uma mudança grande o suficiente em variáveis observadas pelo BC ao definir os juros básicos.

“Tem que ser algo que produza uma mudança nas expectativas que seja grande o suficiente para reverter o prêmio de risco, a expectativa de inflação e a curva longa de juros, e isso alimentaria a função de reação (do BC) de maneira positiva”, disse Campos Neto em evento organizado pelo Deutsche Bank, em Londres.

Mais cedo, analistas consultados pelo Banco Central subiram pela quarta semana consecutiva sua projeção para a alta do IPCA neste ano, com a expectativa agora ultrapassando o teto da meta de inflação perseguida pelo BC de 4,50%.

O Boletim Focus mostrou que a mediana das expectativas para a inflação chegou a 4,55%, de 4,50% na semana anterior.

Altas e quedas do Ibovespa 

Entre os ativos negociados no Ibovespa, Azul (AZUL4) saltou mais de 16% durante o pregão em reação a um novo acordo com os arrendadores, de um acréscimo de até US$ 500 milhões em novas dívidas com os detentores de títulos — o equivalente a R$ 2,5 bilhões.

O valor total anunciado será dividido em partes. A primeira parcela, de US$ 150 milhões, será recebida nesta semana e a outra, de US$ 250 milhões, até o final do ano.

O capital novo era uma condição do recente acordo da companhia aérea com arrendadores para se desfazer de quase US$ 550 milhões em dívidas em troca de uma participação acionária de cerca de 20% na empresa.

As ações cíclicas, que são mais sensíveis ao juros, ganharam força com o alívio na curva de juros por expectativa por corte nos gastos públicos.

Entre os pesos-pesados do Ibovespa, Vale (VALE3) avançou na esteira do minério de ferro.

O contrato mais negociado da commodity, no mercado futuro da Dalian Commodity Exchange, para janeiro de 2025, fechou em alta de 2,35%, cotado a 783,5 yuans por tonelada, o equivalente a US$ 110,02.

Já Petrobras (PETR4;PETR3) acompanhou o tombo do petróleo no mercado internacional. O mercado também calibrou as expectativas pelo relatório de produção e vendas do terceiro trimestre, considerado uma prévia do balanço. O documento será divulgado ainda hoje (28).

Mas a ponta negativa do índice foi liderada por Hypera (HYPE3), que estendeu as perdas da última sexta-feira (25). Os investidores reagiram à notícia de que o fundador da Hypera aumentou a participação na companhia e passou a deter mais de 50% do capital social — o que impede o avanço da proposta ‘hostil’ de Carlos Sanchez.

Exterior 

Nos Estados Unidos, Wall Street iniciaram a semana em tom positivo na expectativa por balanços corporativos e dados econômicos.

Nesta semana, a maior parte do grupo das “Sete Magníficas” divulgam os resultados. Alphabet — dona do Google —, Meta, Microsoft, Apple e Amazon apresentam os números do terceiro trimestre nos próximos dias.

Além disso, o mercado repercute uma nova bateria de dados, como o índice de inflação (PCE, na sigla em inglês) — o indicador preferido do Federal Reserve (Fed)— e o relatório de empregos (payroll) de outubro.

Os investidores também seguem precificando uma vitória de Donald Trump na disputa pela Casa Branca em 5 de novembro e a próxima reunião do Fed —  que acontece entre os dias 6 e 7 de novembro.

Hoje os traders veem 96,4% de chance de o banco central norte-americano reduzir os juros em 25 pontos-base, levando para a faixa de 4,50% e 4,75% ao ano, de acordo com a ferramenta de monitoramento do CME Group. Na reunião de setembro, o Fed iniciou o ciclo de afrouxamento monetário com um corte de 50 pontos-base. 

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: +0,27%, aos 5.823,52 pontos; 
  • Dow Jones: +0,65%, aos 42.387,57 pontos;
  • Nasdaq: +0,26%, aos 18.567,19 pontos.

*Com informações de Reuters 

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Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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