Ibovespa perde os 130 mil pontos com Wall Street, mas Vale (VALE3) evita perda maior; dólar sobe a R$ 5,70

O Ibovespa sustentou os 130 mil pontos com impulso de Vale, que minimizou a influência negativa de Wall Street (Imagem: Divulgação/B3)

O Ibovespa (IBOV) acompanhou a fraqueza de Wall Street, em compasso de esperado por novos dados econômicos na reta final de outubro, e terminou a semana em tom negativo. Vale (VALE3) limitou as perdas.

Nesta sexta-feira (25), o principal índice da bolsa brasileira caiu 0,13%, aos 129.893,32 pontos. Na semana, o índice caiu 0,46%. 

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,7051 (+0,75%). No acumulado dos últimos cinco pregões, a moeda norte-americana teve leve avanço de 0,11%. 

No cenário doméstico, os investidores repercutiram os balanços corporativos.

Em segundo plano, o diretor de Organização do Sistema Financeiro do Banco Central, Renato Gomes, listou uma série de fatores que suscitam preocupações com a política fiscal do governo, argumentando que ingredientes recentes nessa área assustaram o mercado.

Entre os fatores, o diretor citou a previsão de aumento do déficit de empresas estatais por meio da aceleração de investimentos dessas companhias por fora do arcabouço fiscal, apontando também que o mercado está inquieto com a possibilidade de o governo não atingir a meta fiscal de déficit zero de 2025.

Em evento do Bank of America em Washington, às margens das reuniões do FMI e do Banco Mundial, Gomes também disse que a atuação do BC nos juros segue focada em levar a inflação exatamente à meta de 3%, mas com uma calibragem que leve em conta as incertezas do cenário.

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Altas e quedas do Ibovespa 

Entre os ativos negociados no Ibovespa, Vale (VALE3) concentrou as atenções do dia, com o mercado digerindo os números do terceiro trimestre.

A mineradora reportou lucro líquido atribuível aos acionistas de US$ 2,4 bilhões no terceiro trimestre de 2024, uma queda de 15% em relação ao mesmo período do ano passado. No trimestre, o recuo foi de 13%.

Apesar da baixa, o número ficou acima do consenso da Bloomberg, que esperava lucro de US$ 1,8 bilhão.

Além disso, a companhia anunciou a assinatura de um acordo definitivo com o Governo Federal, os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, os Ministérios Públicos, Defensorias Públicas e outras autoridades públicas, para a reparação integral dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG).

Usiminas (USIM5) e  Suzano (SUZB3) também figuraram entre as maiores altas com repercussão dos seus respectivos balanços trimestrais.

Mas o destaque da ponta positiva do principal índice da bolsa brasileira foi CVC (CVCB3), que destoou do desempenho das ações cíclicas — pressionados pela abertura da curva de juros.

Entre os pesos-pesados do Ibovespa, Petrobras (PETR4;PETR3) avançou com o petróleo e em meio às expectativas pelo relatório de produção e vendas do terceiro trimestre, considerado uma prévia do balanço. O documento será divulgado na próxima segunda-feira (28) depois do fechamento dos mercados.

Na ponta negativa, Hypera (HYPE3) devolveu parte dos ganhos da semana e liderou as perdas do pregão. Ontem (24), a farmacêutica rejeitou a proposta de fusão da EMS.

Contudo, há rumores de que a EMS deve fazer um nova contraproposta nos próximos dias.

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Na semana, CVC (CVCB3) liderou os ganhos com alta de cerca de 12%. Azul (AZUL4) registrou a maior baixa entre as ações que compõem o Ibovespa, com recuo de mais de 10% acumulado nos últimos cinco pregões.

Exterior 

Nos Estados Unidos, Wall Street operou sem direção única, em meio à escalada dos rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os Treasuries.

Nasdaq, por sua vez, seguiu em tom positivo, com apoio das ações de Tesla. O índice renovou o recorde intradia aos 18.674,37 pontos.

Além disso, a Nvidia destronou a Apple como a empresa mais valiosa do mundo, impulsionada pela demanda forte por chips usados em aplicações de inteligência artificial.

O valor de mercado da Nvidia atingiu brevemente US$ 3,53 trilhões, um pouco acima dos US$ 3,52 trilhões da Apple, segundo dados da Lseg.

As eleições presidenciais também ganharam destaque.

O candidato presidencial republicano, Donald Trump, e sua rival democrata, Kamala Harris, estão empatados em 47% entre os prováveis eleitores da eleição de 5 de novembro, de acordo com a mais recente pesquisa nacional da CNN.

A pesquisa, realizada por telefone de 20 a 23 de outubro com 1.704 eleitores registrados e divulgada nesta sexta-feira, teve uma margem de erro de 3,1 pontos percentuais entre os prováveis eleitores e de mais ou menos 3,2 pontos percentuais entre a amostra completa de eleitores registrados.

Nas próximas semanas, os mercados acionários devem operar mais voláteis, conforme investidores analisam balanços das empresas, novos dados econômicos e a eleição dos EUA, seguidos por uma reunião do Federal Reserve (Fed) — no início de novembro.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

• S&P 500: -0,03%, aos 5.808,12 pontos; 
• Dow Jones: -0,61%, aos 42.114,40 pontos;
• Nasdaq: +0,56%, aos 18.518,61 pontos.

Os índices interromperam a sequência de seis altas semanais consecutivos. O S&P 500 recuou 0,6%, Dow Jones recuou 2,4% na semana. Nasdaq acumulou ganhos de 0,7% nos últimos cinco pregões.

*Com informações de Reuters