Mercados

Com pressão negativa de Wall Street, Ibovespa fecha em queda aos 129 mil pontos; dólar cai a R$ 5,69

23 out 2024, 17:20 - atualizado em 23 out 2024, 17:38
ibovespa
O Ibovespa cedeu à pressão de Wall Street e manteve-se abaixo dos 130 mil pontos pela segunda sessão consecutiva; IRB Re (IRBR3) saltou 12% (Imagem: Reuters)

O Ibovespa (IBOV) seguiu a tendência de queda puxada pelo tom negativo de Wall Street e baixa de mais de 1% das commodities.

Nesta quarta-feira (23), o principal índice da bolsa brasileira caiu 0,55%, aos 129.233,11 pontos. 

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,6928 (-0,08%). 

No cenário doméstico, o mercado reagiu a novas declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O chefe da pasta econômica afirmou que um fortalecimento do arcabouço fiscal é o melhor “remédio” para o momento que o país vive, ressaltando que discutirá iniciativas relacionadas ao tema com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em entrevista à imprensa em Washington, onde participa de reunião de ministros do G20, Haddad disse que parece “um pouco exagerado” afirmar que o governo não está tomando conta das contas públicas.

Após a adoção de uma série de medidas arrecadatórias, a equipe econômica vinha sendo pressionada a adotar iniciativas pelo lado das despesas e prometeu que, após o segundo turno das eleições municipais, vai apresentar projetos de controle de gastos.

Na reta final do pregão, os investidores acompanharam a participação do presidente do Banco Central. Roberto Campos Neto, em evento promovido pelo UBS BB, também em Washington.

Campos Neto reafirmou que as expectativas de inflação desancoradas e o patamar atual dos prêmios de risco do país preocupam “muito” a autoridade monetária.

Altas e quedas do Ibovespa 

Entre os ativos negociados no Ibovespa, IRB Re (IRBR3) disparou mais de 13% durante a sessão e liderou os ganhos da ponta positiva do índice, em reação aos resultados operacionais de agosto.

A resseguradora reportou lucro líquido de R$ 29 milhões em agosto, após ganho líquido de R$ 33,6 milhões em julho. Na visão de analistas do Citi, os resultados financeiros permaneceram sólidos, acrescentando que a taxa de execução implica um lucro líquido trimestral de cerca de R$ 95 milhões.

Os papéis do Carrefour (CRFB3) também foram destaque no pregão. Ontem (22), a companhia divulgou a prévia do terceiro trimestre e anunciou a venda de 65 lojas das bandeiras Nacional e Bompreço — que totalizam cerca de R$ 1,5 bilhões em vendas, representando aproximadamente 1% das vendas totais do Grupo Carrefour.

Na avaliação do Safra, o desempenho das vendas — em linha com as expectativas — não deve conduzir nenhuma surpresa importante nas margens para o terceiro trimestre.

O BTG Pactual, por sua vez, espera uma melhora gradual das tendências nos próximos trimestres, apoiada pelos esforços do Carrefour para otimizar seu portfólio de lojas e pela recente recuperação da inflação de alimentos.

Em relação às vendas das lojas, o Itaú BBA calcula que  a operação pode render entre R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão, o que reduziria a alavancagem em até 0,2x com impacto limitado no Ebitda (lucro antes do juros, impostos, amortização e depreciação).

Na ponta negativa, Hypera (HYPE3) realizou os ganhos recentes e figurou entre as maiores quedas do Ibovespa. No início da semana, a farmacêutica confirmou que recebeu uma proposta de oferta pública de aquisição (OPA) e combinação de negócios com a NC Farma, controladora da EMS. 

Entre os pesos-pesados do principal índice da bolsa brasileira, Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4;PETR3) terminaram mais uma sessão em território negativo, na esteira do desempenho do minério de ferro e do petróleo, respectivamente.

Exterior 

Nos Estados Unidos, Wall Street estendeu a baixa da véspera com a escalada dos rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os Treasuries.

Os juros projetados para a dívida de dez anos, por exemplo, superou a 4,25%, atingindo seu nível mais alto desde 26 de julho. Os Treasuries têm avançado nos últimos dias com o aumento das apostas na vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos.

Durante o pregão VIX (CBOE Volatility Index), indicador que mede a aversão ao risco de Wall Street, também conhecido como o “termômetro do medo”, subiu mais de 10%.

Entre os ativos negociados em NY, as ações do McDonald’s caíram mais de 5% depois de órgãos reguladores abriram investigações sobre o surto da bactéria E. coli nos Estados Unidos ligado ao sanduíche “Quarter Pounder”. Uma pessoa morreu e outras 49 ficaram doentes no país.

Os investidores também acompanharam a divulgação do Livro Bege do Federal Reserve (Fed). O documento informou que a atividade econômica nos EUA ficou quase estável de setembro até o início de outubro, enquanto empresas observaram um aumento nas contratações.

É provável que as próximas semanas sejam voláteis para os mercados acionários, conforme investidores analisam balanços das empresas, novos dados econômicos e a eleição dos EUA, seguidos por uma reunião do Federal Reserve (Fed) — no início de novembro.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: -0,92%, aos 5.797,42 pontos; 
  • Dow Jones: -0,96%, aos 42.514,95 pontos;
  • Nasdaq: -1,60%, aos 18.276,65 pontos.

*Com informações de Reuters 

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