Ibovespa cai aos 131 mil pontos com Vale (VALE3) e Wall Street ‘fraca’ e recua quase de 3% na semana; dólar sobe a R$ 5,52
O Ibovespa (IBOV) estendeu as perdas da sessão anterior puxado por commodities e Wall Street ‘mais fraca’, em dia de vencimento de opções.
Nesta quinta-feira (19), o principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de 1,55%, aos 131.065,44 pontos. Na semana, o índice acumulou queda de 2,84%.
Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,5209 (+1,78%). Nos últimos cinco pregões, a divisa norte-americana caiu 0,83%.
No cenário doméstico, os investidores operaram na expectativa pela divulgação do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas Primárias do 4º bimestre. A coletiva de imprensa acontecerá na segunda-feira (23).
Na visão de estrategistas do BTG Pactual, após uma boa recuperação nos últimos meses, investidores têm se mostrado mais céticos quanto à continuação da valorização do Ibovespa, que subiu 1,48% em junho, 3,02% em julho e 6,54% em agosto.
“Embora os juros tenham sido reduzidos nos EUA…, investidores locais estão preocupados com a situação fiscal – a proposta orçamentária para 2025 parece irrealista – e inseguros sobre como o ciclo de aperto monetário no Brasil poderá afetar as ações locais”, afirmaram Carlos Sequeira e equipe.
Altas e quedas da bolsa
Entre os ativos negociados na bolsa, as ações da AgroGalaxy (AGXY3) liderou as perdas do B3 pelo terceiro dia consecutiva, ainda em reação ao pedido de recuperação judicial na última quarta-feira (18). No mesmo dia, o presidente e mais cinco conselheiros da companhia renunciaram aos cargos. Desde então, os papéis acumulam baixa de mais de 50%
Já no Ibovespa, Embraer (EMBR3) liderou os ganhos com apoio da valorização do dólar ante o real. Em linhas gerais, a alta da moeda norte-americana beneficia empresas com perfil exportador — já que as receitas, ou parte delas, são cotados em dólar.
Tim (TIMS3) também figurou entre as maiores altas do principal índice da bolsa brasileira após o Scotiabank elevar a recomendação de neutra para a compra das ações. Na revisão positiva, o banco canadense aumento o preço-alvo de R$ 17,50 para R$ 24,80 — o que representa um potencial de valorização de 34% em relação ao preço de fechamento da última quinta-feira (19).
Petrobras (PETR4;PETR3) fechou em leve alta na contramão do desempenho do petróleo.
Na ponta negativa, as ações cíclicas seguiram entre as maiores quedas, em meio ao ajuste de posições e troca setorial com o ‘miniciclo’ de altas nos juros no radar.
As companhias de mineração e siderurgia também figuraram nas baixas. Entre elas, as ações de Vale (VALE3) caíram mais de 1%.
Os preços futuros do minério de ferro subiram nesta sexta-feira (20), mas registraram perda em base semanal, à medida que os investidores pesavam as perspectivas de novos estímulos monetários da China contra a fraca recuperação econômica local.
O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 0,15%, a 680 iuanes (96,43 dólares) a tonelada. Na semana, o contrato caiu 3,41%.
Exterior
Nos Estados Unidos, o impulso do corte nos juros pelo Federal Reserve começou a ser dissipado e Wall Street operou sem força nesta sexta-feira (20), depois de renovar recordes na véspera.
Ontem (19), o índice Dow Jones Industrial atingiu um recorde acima de 42.000 e o S&P 500 subiu acima de 5.700 pela primeira vez.
Hoje, o diretor do Federal Reserve (Fed), Christopher Waller, defendeu o corte de meio ponto percentual na taxa de juros dos Estados Unidos nesta semana. Na última quarta-feira (18), o Fed reduziu a taxa ao intervalo de 4,75% a 5,00% ao ano.
Waller afirmou que a inflação está caindo ainda mais rápido do que ele esperava.
Citando dados recentes sobre preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) e ao produtor (PPI, na sigla em inglês), Waller disse à CNBC que os dados estão mostrando que a inflação básica, excluindo alimentos e energia, na medida preferida do Fed está abaixo de 1,8% nos últimos quatro meses. O Fed tem como meta a inflação anual em 2%.
Ele ainda afirmou que está “confortável” com o ritmo agressivo de cortes, “se os dados exigirem”.
Confira o fechamento dos índices de Nova York:
- S&P 500: -0,19%, aos 5.702,55 pontos;
- Dow Jones: +0,09%, aos 42.063,36 pontos;
- Nasdaq: -0,36%, aos 17.948,32 pontos.
Na semana, o S&P 500 avançou 1,3% — a quinta semana consecutiva de ganhos. Dow Jones e Nasdaq subiram 1,5% no acumulado dos últimos cinco pregões.
Além disso, o Banco do Japão (BOJ) manteve a taxa de juros estável. O presidente do BC sinalizou que não há pressa em aumentar ainda mais os custos dos empréstimos. A bolsa do país fechou em alta de mais de 1,5%.
*Com informações de Reuters