Mercados

Ibovespa ignora ‘festa’ de Wall Street e fecha em queda aos 133 mil pontos; dólar cai a R$ 5,42

19 set 2024, 17:14 - atualizado em 19 set 2024, 17:24
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O Ibovespa ignorou a alta das bolsas de Nova York e de commodities, com os investidores ajustando posições após alta da Selic (Imagem: Getty Images Signature)

O clima pós-‘superquarta‘ foi de festa em Wall Street com o primeiro corte nos juros dos Estados Unidos em mais de quatro anos. O Ibovespa (IBOV), porém, não acompanhou o ritmo do exterior e a sessão foi marcada pelo ajuste as posições, enquanto os investidores seguiram calibrando as apostas sobre a trajetória dos juros.

Nesta quinta-feira (19), o principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de 0,47%, aos 133.122,67 pontos. 

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,4242 (-0,69%).

No cenário doméstico, os investidores acompanharam novos dados econômicos, em meio a reação à alta da taxa básica de juros, a Selic, e o noticiário corporativo.

A arrecadação do governo federal teve alta real de 11,95% em agosto sobre o mesmo mês do ano anterior, somando R$ 201,622 bilhões — o melhor resultado para o mês da série histórica iniciada em 1995, segundo dados da Receita Federal.

No acumulado de janeiro a agosto, a arrecadação foi de R$ 1,731 trilhão, 9,47% acima do registrado nos primeiros oito meses de 2023, já descontada a correção pela inflação. O resultado também representa um recorde para o período.

Ontem (18), o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, elevar a Selic em 25 pontos-base, a 10,75% ao ano, dando a largada em um ‘miniciclo’ de elevações nos juros — que deve seguir, pelo menos, até janeiro de 2025 nas contas dos analistas.

No comunicado, o Comitê afirmou que “o cenário, marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, demanda uma política monetária mais contracionista”.

Altas e quedas da bolsa

Entre os ativos negociados na bolsa, as ações da AgroGalaxy (AGXY3) caíram mais de 25% durante o pregão com o mercado reagindo ao pedido de recuperação judicial na última quarta-feira (18). No mesmo dia, o presidente e mais cinco conselheiros da companhia renunciaram aos cargos.

Hoje, o diretor de Gestão de Risco Agropecuário do Ministério da Agricultura, Jônatas Pulquério, afirmou que a RJ é “um sinal preocupante para o agronegócio brasileiros e, especialmente, para o mercado de capitais”, em rede social.

Já no Ibovespa, os frigoríficos operaram entre as maiores altas do índice.

O destaque da ponta positiva, porém, foi São Martinho (SMTO3). Os papéis da companhia avançaram após o JP Morgan elevar a recomendação para as ações de neutro para compra.

Azul (AZUL4) teve mais um dia volátil. Nas primeiras horas do pregão, os papéis da companhia aérea chegaram a subir mais de 6% impulsionados pela liberação de recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), que foi sancionada pelo presidente Lula ontem (18). Mas, ao longo do pregão, os papéis arrefeceram a alta.

Entre as blue chips, Petrobras (PETR4;PETR3) fechou em leve alta com apoio do petróleo.

As ações de Vale (VALE3recuperou as perdas da véspera. Sem notícias corporativas, a companhia acompanhou o desempenho do minério de ferro na China. O contrato da commodity mais negociado no mercado futuro de Dalian Commodity Exchange (DCE), para janeiro de 2025, terminou as negociações com avanço de 1,69%, a US$ 97,85 a tonelada.

A ponta negativa do Ibovespa foi liderada por Brava Energia (BRAV3) após a companhia informar ao mercado que a expectativa de retorno da produção do campo de Papa Terra foi atualizada para o início de dezembro de 2024.

Na avaliação de analistas do Bradesco BBI e Ágora Investimentos, a expectativa era de uma retomada mais rápida da operação, o que justifica a reação negativa do mercado.

Exterior 

Nos Estados UnidosWall Street iniciou o pregão com principais índices subindo mais de 1% e estendeu os ganhos ao longo do pregão.

Os investidores seguiram repercutindo a decisão do Federal Reserve (Fed) em cortar os juros em 50 pontos-base, para a faixa de 4,75% a 5,00% ao ano.

Essa foi a primeira redução desde março de 2020 e marca o início do ciclo de afrouxamento monetário nos Estados Unidos.

Além disso, novos dados do mercado de trabalho reforçaram a perspectiva de “pouso suave” da economia norte-americana.

O número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego caiu inesperadamente na semana passada, sugerindo que o crescimento do emprego acelerou em setembro.

Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 12.000 na semana passada, para 219.000 em dado com ajuste sazonal na semana encerrada em 14 de setembro, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira (19). Economistas consultados pela Reuters previam 230.000 pedidos para a última semana.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: +1,70%, aos 5.713,64 pontos;
  • Dow Jones: +1,26%, aos 42.025,19 pontos;
  • Nasdaq: +2,51%, aos 18.013,98 pontos.

Dow Jones e S&P 500 fecharam no maior nível da história. 

Na Europa, o Banco Central da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) manteve os juros inalterados em 5,00% ao ano.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 1,38%, a 521,67 pontos, seu maior nível de fechamento em mais de duas semanas. O DAX, principal índice da bolsa alemã, renovou o recorde histórico de fechamento aos 19.000,25 pontos.

*Com informações de Reuters 

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Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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