Mercados

Ibovespa cai com Petrobras (PETR4) e à espera de alta na Selic; dólar cai a R$ 5,46 após corte nos juros nos EUA

18 set 2024, 17:20 - atualizado em 18 set 2024, 17:40
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O Ibovespa estendeu as perdas da véspera puxada pelo desempenho das ações da Petrobras e cautela de NY após corte nos juros dos EUA (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

A ‘Super Quarta‘ finalmente chegou e confirmou parte das expectativas do mercado. Enquanto os investidores aguardam a decisão sobre a Selic, o Ibovespa (IBOV) acompanhou o ritmo do exterior – que reagiu ao corte de 0,50 ponto percentual (p.p.) nas taxas de juros dos Estados Unidos.

Nesta quarta-feira (18), o principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de 0,90%, aos 133.747,69 pontos. 

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,4617 (-0,48%).

No cenário doméstico, os investidores reagiram ao noticiário corporativo. Em destaque, a Agrogalaxy (AGXY3) entrou com pedido de recuperação judicial no final da tarde. Mais cedo, o presidente e mais cinco conselheiros da companhia renunciaram aos cargos.

Ainda hoje, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulga mais uma decisão de política monetária. O mercado espera uma alta na taxa Selic de 0,25 p.p., o que levaria os juros a 10,75% ao ano. As apostas de alta de 0,50 p.p. não estão descartadas.

Altas e quedas do Ibovespa

A ponta positiva do Ibovespa foi liderada por Braskem (BRKM5). As ações saltaram 9% na primeira hora do pregão e encerraram com alta de mais de 5%, após o UBS BB elevar a recomendação de neutra para compra.

O banco também revisou para cima o preço-alvo, de R$ 22 para R$ 28 – o que representa um potencial de valorização de 48,2% em relação ao preço de fechamento da última terça-feira (17).

Já na ponta negativa, Azul (AZUL4) interrompeu a sequência de altas consecutivas, em realização dos ganhos recentes. Os papéis da companhia aérea avançaram mais de 50% nos últimos três pregões.

O valor de mercado da empresa passou a R$ 2,16 bilhões no fechamento de 17 de setembro, um aumento de R$ 761 milhões em relação ao valor registrado em 12 de setembro, segundo levantamento da Elos Ayta.

Entre as blue chips, Petrobras (PETR4;PETR3) caiu mais de 2% em meio a rumores sobre novos ajustes nos combustíveis. Contudo, a estatal afirmou que a informação “não procede”.

“Eventuais ajustes nos preços de seus produtos são realizados no curso normal de seus negócios sem periodicidade definida e, quando há decisão por alteração, a tabela de preços é divulgada imediatamente aos seus clientes nos canais corporativos”, disse em comunicado.

As ações de Vale (VALE3tiveram mais um dia de queda. A companhia acompanhou o desempenho do minério de ferro na China. Na retomada das negociações após o feriado, o contrato mais negociado da commodity no mercado futuro da Dalian Commodity Exchange fechou em queda de 4,12%, a US$ 95,15.

Exterior 

Nos Estados UnidosWall Street viveu uma montanha-russa nesta quarta, com a decisão de política monetária do Federal Reserve no centro das atenções.

O Federal Reserve (Fed) cortou os juros para 4,75% a 5,00%. A magnitude da redução foi em linha com a expectativa do mercado, de acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group.

Além disso, essa foi a primeira redução desde março de 2020 e marca o início do ciclo de afrouxamento monetário nos EUA.

Junto com o comunicado da decisão, o BC divulgou o gráfico de pontos (“dot plot“), atualizado trimestralmente. Nele, nove diretores veem taxa de juros em 4,40% ao final de 2024 – o que abre uma janela para dois cortes de 0,25 p.p. nas próximas reuniões do Fomc.

Ou seja, o Fed deve trazer a taxa de juros (Fed Funds) ao intervalo de 4,25% a 4,50% até o final do ano, mais do que previram em junho, à medida que a inflação se aproxima da meta de 2% e o desemprego aumenta.

Durante a coletiva de imprensa, o presidente do BC norte-americano, Jerome Powell, disse que as projeções para a trajetória dos corte na taxa básica de juros não implicam em um processo urgente.

Ele acrescentou que ainda não é o momento para afirmar que as pressões sobre os preços definitivamente arrefeceram.

O corte nos juros foi comemorado inicialmente pelos traders. O índice Nasdaq, por exemplo, saltou mais de 1% instantes após a decisão do Fed.

Contudo, as bolsas devolveram os ganhos com o aumento das preocupações de que o BC dos Estados Unidos está tentando se antecipar à potencial fraqueza econômica.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: -0,29%, aos 5.618,26 pontos;
  • Dow Jones: -0,25%, aos 41.503,10 pontos;
  • Nasdaq: -0,31%, aos 17.573,30 pontos.

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Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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