Mercados

Ibovespa é puxado por Petrobras (PETR4) e não acompanha alta de Wall Street; dólar cai a R$ 5,61

12 set 2024, 17:15 - atualizado em 12 set 2024, 17:27
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Desempenho negativo de Petrobras puxa o Ibovespa, que destoa de Wall Street (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O avanço das bolsas de Nova York não foi suficiente para impulsionar o Ibovespa (IBOV). No ‘cabo de guerra’, Petrobras puxou o índice para baixo.

Nesta quinta-feira (12), o principal índice da bolsa brasileira fechou com queda de 0,48%, aos 134.029,43 pontos. 

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,6182 (-0,56%)

No cenário doméstico, o mercado repercutiu novos dados econômicos.

As vendas no varejo voltaram a crescer em julho com um desempenho um pouco acima do esperado, com destaque para o setor de supermercados e bebidas.

Os dados de julho mostram que o varejo registrou avanço de 0,6% das vendas em relação ao mês anterior, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), depois de retração de 0,9% em junho — único dado no vermelho no ano.

Além disso, a Câmara dos Deputados concluiu a votação o projeto de lei que estabelece uma transição para o fim da desoneração da folha de pagamento de empresas, com medidas compensatórias para o benefício.

O texto aprovado segue para sanção presidencial.

Em entrevista ao programa “Bom dia, Ministro”, do CanalGov, ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que foi “muito difícil” alcançar um consenso em torno da proposta, enfatizando que o projeto foi construído pelos próprios parlamentares e apoio técnico da equipe econômica do governo.

Altas e quedas da bolsa

Entre os destaques da bolsa, as ações da Petrobras (PETR4;PETR3) destoaram do desempenho positivo do petróleo e fecharam em queda de 1% — limitando os ganhos do Ibovespa.

Os papéis da estatal recuaram após o Goldman Sachs cortar o preço-alvo para as ações negociadas na B3 e no exterior.  A recomendação de compra foi mantida.

Na avaliação do banco, a queda de cerca de 20% do petróleo desde junho limita o potencial dos dividendos extraordinários que a estatal poderia distribuir até o final de 2025.

Além disso, as novas unidades de produção devem iniciar as operações até o final de 2025, o que deve elevar as preocupações dos investidores quanto à Petrobras exceder o limite máximo de dívida bruta de US$ 65 bilhões.

Apesar de Petrobras, a Brava Energia (BRAV3), ex-3R Petroleum, liderou as perdas do Ibovespa em realização dos ganhos da véspera com os dados da produção de agosto e avanço na operação do FPSO Atlanta.

Cogna (COGN3) também figurou na ponta negativa, mesmo após o Bank of America (BofA) elevar a recomendação de venda para neutra para as ações. O banco ajustou o preço-alvo de R$ 2,50 para R$ 1,70 — o que ainda representa um potencial de valorização de 18,9% em relação ao preço de fechamento da última quarta-feira (11).

Já a ponta positiva do Ibovespa foi liderada por Natura (NTCO3), que ignorou o avanço dos juros futuros em meio às expectativas de alta na Selic na próxima semana.

Raízen (RAIZ4) subiu com o anúncio de emissão de bonds verdes de 10 anos no mercado externo.

As ações de Vale (VALE3avançaram pela segunda sessão consecutiva após uma reunião da mineradora com analistas do mercado.

Além disso, a recuperação do minério de ferro contribuiu para o desempenho os papéis da ex-estatal. O contrato de janeiro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 3,97%, a US$ 99,30 a tonelada.

Exterior 

As bolsas dos Estados Unidos operaram próximos da estabilidade na primeira parte do pregão, mas firmaram alta e renovaram máximas intradia com a recuperação das ações de tecnologia e reação a novos dados econômicos.

O Departamento de Trabalho do país  informou que os pedidos de auxílio desemprego na semana encerrada em 7 de setembro ficaram em 230 mil, em linha com o esperado e pouco acima dos 228 mil pedidos da semana anterior, ante 227 mil anunciados anteriormente.

Os dados de auxílio-desemprego têm recebido atenção especial dos mercados em meio a mudança de foco do Fed para o esfriamento adicional do mercado de trabalho, uma vez que a inflação está desacelerando para sua meta de 2% e números recentes mostraram um enfraquecimento na abertura de novos postos de trabalho.

Além disso, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) avançou 0,2% em agosto ante julho, como o esperado. Na base anual, a inflação ao produtor subiu 2,4%, em linha com as expectativas e no nível mais baixo desde fevereiro de 2021

Já o núcleo do PPI, que exclui itens mais voláteis como alimentos e combustíveis, subiu 0,3% em agosto ante julho e 2,4% na comparação anual.

Ontem (11), o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) do país avançou 0,2% em agosto, em linha com o esperado. Na base anual, a inflação acumula alta de 2,5%, levemente abaixo das projeções do mercado.

Agora, os traders veem 73% de chance de o banco central colocar os juros na faixa de 5,00% a 5,25% ao ano, de acordo com a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group. Ontem (11), a probabilidade era de 86%.

Já a probabilidade de o Fed cortar 50 pontos-base, que colocaria os juros nos EUA no intervalo de 4,75% a 5,00% ao ano, é de 27%, ante 14% do dia anterior.

O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla me inglês) se reúne entre os dias 17 e 18 de setembro.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: +0,75%, aos 5.595,76 pontos;
  • Dow Jones: +0,58%, aos 40.096,77 pontos;
  • Nasdaq: +1,00%, aos 17.596,68 pontos.

Na Europa, o Banco Central Europeu reduziu a taxa referencial de juros em 25 pontos-base, para 3,50%, em um movimento amplamente anunciado e após corte na mesma proporção em junho.

A redução dos juros acontece em um cenário de inflação perto de sua meta de 2% e a economia doméstica à beira de uma recessão.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,80%, aos 512,08 pontos, atingindo o maior nível em uma semana.

*Com informações de Reuters

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Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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