Ibovespa recua com tombo do petróleo e expectativa por inflação nos EUA; dólar sobe a R$ 5,65
O Ibovespa (IBOV) reverteu os ganhos da sessão anterior com a forte queda do petróleo, enquanto os investidores esperam novos dados de inflação nos Estados Unidos. No Brasil, o país registrou deflação pela primeira vez desde junho de 2023 — o que pressionou as ações ligadas ao consumo.
Nesta terça-feira (10), o principal índice da bolsa brasileira fechou com queda de 0,31%, aos 134.319,58 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,6553 (+1,32%).
No cenário doméstico, o mercado repercutiu o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A inflação caiu 0,02% no mês — apontando para uma desaceleração em relação à alta de 0,38% apurada em julho. A expectativa do mercado, segundo projeções do Broadcast, era de um avanço de 0,02%.
Em 12 meses, o IPCA desacelerou de 4,50% em julho para 4,24% em agosto, também abaixo das expectativas.
O resultado, apesar de representar uma desaceleração em relação ao mês anterior, ainda mostrou uma inflação distante do centro da meta de 3%. O mercado mantém a projeção de alta na taxa básica de juros, a Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) — que acontece entre os dias 17 e 18 de setembro.
Altas e quedas da bolsa
Entre altos e baixos, as ações da Azul (AZUL4), que chegaram a cair 8% na véspera, despontaram na ponta positiva do Ibovespa nesta terça-feira (10).
A companhia aérea divulgou uma projeção de cerca de R$ 20 bilhões para as receitas deste ano, o que representa uma alta de 7% sobre o ano anterior. A empresa, por sua vez, manteve a projeção anterior de um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de mais de R$ 6 bilhões em 2024.
O JP Morgan também atualizou as estimativas para a Azul. O banco manteve a recomendação neutra para os papéis, mas reduziu o preço-alvo de R$ 19 para R$ 8,50 — o que ainda representa quase o dobro do preço do fechamento da última segunda-feira (9).
Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB3) também figuraram entre as maiores altas do Ibovespa com a revisão positiva de recomendação e preço-alvo para as ações das companhias pelo JP Morgan.
Já na ponta negativa, as ações cíclicas lideraram as perdas na esteira do IPCA de agosto. Em destaque, Assaí (ASAI3) estendeu a queda da sessão anterior — quando o mercado repercutiu o corte no preço-alvo dos papéis de R$ 18 para R$ 11,50 pelo JP Morgan.
Entre as blue chips, Vale (VALE3) acompanhou o desempenho do minério de ferro, sem notícias relevantes sobre a companhia. Depois registrar alta depois de seis dias de perdas consecutivas, a commodity fechou em leve queda com dados mais fracos na China.
Petrobras (PETR4;PETR3) também caiu em sintonia com o petróleo.
Exterior
As bolsas dos Estados Unidos operaram sem direção única, com a ausência de gatilhos para as ações.
Mais cedo, o vice-presidente do Federal Reserve (Fed), Michael Barr anunciou novas propostas de regulamentação e exigências sobre o setor bancário — o que pressionou os papéis dos bancos negociados em Wall Street.
Além disso, o mercado aumentou a aversão ao risco, na expectativa da divulgação de números de inflação norte-americana em agosto.
O índice de preço ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) será divulgado amanhã (11) e deve recalibrar as apostas de corte nos juros pelo Federal Reserve na próxima semana.
A expectativa é de que a inflação se mantenha em 0,2% na comparação mensal e uma alta de 2,6% na base anual.
Enquanto o dado não é divulgado, os traders veem 67% de chance de o banco central colocar os juros na faixa de 5,00% a 5,25% ao ano, de acordo com a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group.
Já a probabilidade de o Fed cortar 50 pontos-base, que colocaria os juros nos EUA no intervalo de 4,75% a 5,00% ao ano, é de 33%.
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Ainda hoje, os investidores acompanham o primeiro debate dos candidatos à Casa Branca Donald Trump e Kamala Harris. O embate será realizado pelo ABC News, às 22h (horário de Brasília) — e você pode acompanhar a cobertura AO VIVO aqui no Money Times.
Confira o fechamento dos índices de Nova York:
- S&P 500: +0,45%, aos 5.495,52 pontos;
- Dow Jones: -0,23%, aos 40.736,96 pontos;
- Nasdaq: +0,84%, aos 17.025,88 pontos.