Mercados

Ibovespa recua com tombo do petróleo e expectativa por inflação nos EUA; dólar sobe a R$ 5,65

10 set 2024, 17:10 - atualizado em 10 set 2024, 18:14
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Com IPCA abaixo do esperado, o Ibovespa acompanhou o tom negativo do exterior e tombo do petróleo (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) reverteu os ganhos da sessão anterior com a forte queda do petróleo, enquanto os investidores esperam novos dados de inflação nos Estados Unidos. No Brasil, o país registrou deflação pela primeira vez desde junho de 2023 — o que pressionou as ações ligadas ao consumo.

Nesta terça-feira (10), o principal índice da bolsa brasileira fechou com queda de 0,31%, aos 134.319,58 pontos. 

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,6553 (+1,32%)

No cenário doméstico, o mercado repercutiu o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

A inflação caiu 0,02% no mês — apontando para uma desaceleração em relação à alta de 0,38% apurada em julho. A expectativa do mercado, segundo projeções do Broadcast, era de um avanço de 0,02%.

Em 12 meses, o IPCA desacelerou de 4,50% em julho para 4,24% em agosto, também abaixo das expectativas.

O resultado, apesar de representar uma desaceleração em relação ao mês anterior, ainda mostrou uma inflação distante do centro da meta de 3%. O mercado mantém a projeção de alta na taxa básica de juros, a Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) — que acontece entre os dias 17 e 18 de setembro.

Altas e quedas da bolsa

Entre altos e baixos, as ações da Azul (AZUL4), que chegaram a cair 8% na véspera, despontaram na ponta positiva do Ibovespa nesta terça-feira (10).

A companhia aérea divulgou uma projeção de cerca de R$ 20 bilhões para as receitas deste ano, o que representa uma alta de 7% sobre o ano anterior. A empresa, por sua vez, manteve a projeção anterior de um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de mais de R$ 6 bilhões em 2024.

O JP Morgan também atualizou as estimativas para a Azul. O banco manteve a recomendação neutra para os papéis, mas reduziu o preço-alvo de R$ 19 para R$ 8,50 — o que ainda representa quase o dobro do preço do fechamento da última segunda-feira (9).

Klabin (KLBN11) e Suzano (SUZB3) também figuraram entre as maiores altas do Ibovespa com a revisão positiva de recomendação e preço-alvo para as ações das companhias pelo JP Morgan.

Já na ponta negativa, as ações cíclicas lideraram as perdas na esteira do IPCA de agosto. Em destaque, Assaí (ASAI3) estendeu a queda da sessão anterior — quando o mercado repercutiu o corte no preço-alvo dos papéis de R$ 18 para R$ 11,50 pelo JP Morgan.

Entre as blue chips, Vale (VALE3) acompanhou o desempenho do minério de ferro, sem notícias relevantes sobre a companhia. Depois registrar alta depois de seis dias de perdas consecutivas, a commodity fechou em leve queda com dados mais fracos na China.

Petrobras (PETR4;PETR3) também caiu em sintonia com o petróleo.

Os contratos mais líquidos do petróleo Brent, referência para o mercado internacional, para novembro, terminaram o dia em queda de 3,69%, a US$ 69,19 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres — o menor nível desde dezembro de 2021.

Exterior 

As bolsas dos Estados Unidos operaram sem direção única, com a ausência de gatilhos para as ações.

Mais cedo, o vice-presidente do Federal Reserve (Fed), Michael Barr anunciou novas propostas de regulamentação e exigências sobre o setor bancário — o que pressionou os papéis dos bancos negociados em Wall Street.

Além disso, o mercado aumentou a aversão ao risco, na expectativa da divulgação de números de inflação norte-americana em agosto.

O índice de preço ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) será divulgado amanhã (11) e deve recalibrar as apostas de corte nos juros pelo Federal Reserve na próxima semana.

A expectativa é de que a inflação se mantenha em 0,2% na comparação mensal e uma alta de 2,6% na base anual.

Enquanto o dado não é divulgado, os traders veem 67% de chance de o banco central colocar os juros na faixa de 5,00% a 5,25% ao ano, de acordo com a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group.

Já a probabilidade de o Fed cortar 50 pontos-base, que colocaria os juros nos EUA no intervalo de 4,75% a 5,00% ao ano, é de 33%.

Ainda hoje, os investidores acompanham o primeiro debate dos candidatos à Casa Branca Donald Trump e Kamala Harris. O embate será realizado pelo ABC News, às 22h (horário de Brasília) — e você pode acompanhar a cobertura AO VIVO aqui no Money Times.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: +0,45%, aos 5.495,52 pontos;
  • Dow Jones: -0,23%, aos 40.736,96 pontos;
  • Nasdaq: +0,84%, aos 17.025,88 pontos.

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Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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