Ibovespa cede à pressão de Wall Street com dado de emprego mais fraco e acumula baixa de 1% na semana; dólar sobe a R$ 5,59
O Ibovespa (IBOV) acompanhou o tom negativo das bolsas de Nova York com dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos e a fraqueza das commodities
Nesta sexta-feira (6), o principal índice da bolsa brasileira fechou com queda de 1,41%, aos 134.572,45 pontos. Na semana, o índice acumulou baixa de 1,05%.
Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,5901 (+0,34%). No acumulado dos últimos cinco pregões, a divisa norte-americana caiu 0,80%.
No cenário doméstico, os investidores concentraram as atenções no noticiário corporativo, na expectativa por dados de inflação na próxima semana. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto será divulgado na próxima terça-feira (10).
A expectativa é de queda de 0,02% no mês, ante alta de 0,38% em julho. Em 12 meses, a inflação deve arrefecer de 4,50% para 4,28%, segundo as projeções coletadas pelo Broadcast.
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Altas e quedas da bolsa
Entre os ativos negociados na B3, as ações da Oncoclínicas (ONCO3) figuraram entre as maiores quedas com reação a renúncia do vice-presidente da companhia, Rodrigo Medeiros.
Já a ponta positiva do Ibovespa foi liderada por CSN Mineração (CMIN3).
Braskem (BRKM5) também ficou entre as altas do índice a despeito de uma nova ação movida pela Defensoria Pública de Alagoas que propõe a revisão de acordos de indenização com vítimas do desastre de Maceió por danos morais. A petroquímica disse que ainda não foi intimada do processo.
Vivara (VIVA3) avançou após o Santander atualizar as projeções para a companhia e elevar o preço-alvo de R$ 33 para R$ 37 para o final de 2025.
Na ponta negativa, o destaque foi para Embraer (EMBR3), que fechou o pregão com baixa de mais de 3% em um movimento de realização dos ganhos recentes. Mesmo com a queda, os papéis da fabricante de aeronaves acumulam alta de quase 110%.
Entre as blue chips, Vale (VALE3) recuou mais uma vez com minério de ferro. A commodity negociada na Bolsa de Cingapura tombou 9,5% na semana. Petrobras (PETR4;PETR3) também caiu na esteira do petróleo e fechou a semana com a perda de cerca de R$ 23 bilhões em valor de mercado — puxada pelo óleo.
Os bancos também caíram em bloco.
Na semana, CSN Mineração (CMIN3) liderou os ganhos do Ibovespa, enquanto Azul (AZUL4) teve o pior desempenho acumulado do índice.
Exterior
As bolsas dos Estados Unidos reagiram a novos dados do mercado de trabalho e a continuidade da liquidação das ações de tecnologia. Amazon e Alphabet, dona do Google, caíram mais de 3%. Já Nvidia registrou baixa de cerca de 4%.
Os Estados Unidos criaram 142 mil vagas em agosto. O resultado ficou abaixo das expectativas.
Mas payroll de agosto mostrou que o mercado de trabalho acelerou em relação a julho, quando a economia norte-americana abriu 89 mil vagas de emprego (dado revisado) — e gerou forte apreensão de que os Estados Unidos estariam em um recessão.
A taxa de desemprego ficou em linha com as expectativas, de 4,2%. em agosto Os dados de ganho médio por hora trabalhada avançaram acima do esperado na comparação mensal e anual.
Com os dados mistos, o mercado segue apostando majoritariamente em um corte de 25 pontos-base nos juros norte-americanos pelo Federal Reserve na reunião de setembro.
Os traders agora veem 73% de chance de o banco central colocar os juros na faixa de 5,00% a 5,25% ao ano, de acordo com a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group. Ontem (5), a probabilidade era de 60%.
Já a probabilidade de o Fed cortar 50 pontos-base, que colocaria os juros nos EUA no intervalo de 4,75% a 5,00% ao ano, caiu de 40% (ontem) para 27%.
Confira o fechamento dos índices de Nova York:
- S&P 500: -1,73%, aos 5.408,42 pontos;
- Dow Jones: -1,01%, aos 40.345,41 pontos;
- Nasdaq: -2,55%, aos 16.690,83 pontos.
O índice S&P 500 caiu mais de 4% nos últimos quatro pregões e registrou a pior semana desde março de 2023.
Nasdaq recuou 5,50% na semana, sendo o pior desempenho desde 2022 e Dow Jones acumulou baixa de 2,8%.
*Com informações de Reuters