Sem Wall Street, Ibovespa fecha em queda aos 134 mil pontos com Vale (VALE3); dólar cai a R$ 5,61
O Ibovespa (IBOV) iniciou setembro em tom negativo com a ausência das bolsas de Nova York, recuo das commodities e à espera de novos dados econômicos.
O principal índice da bolsa brasileira fechou com queda de 0,81%, aos 134.906,07 pontos.
Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,6148 (-0,36%). A moeda norte-americana interrompeu a sequência de cinco altas consecutivas com uma nova intervenção do Banco Central.
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No cenário doméstico, o mercado repercutiu o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2025, enviado ao Congresso na última sexta-feira (30).
Entre as medidas, o documento propõe elevações na alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e do Imposto de Renda retido na fonte sobre Juros sobre Capital Próprio (JCP). Com isso, o governo estima arrecadar cerca de R$ 21 bilhões no próximo ano.
O Ministério da Fazenda tampem prevê a extinção da desoneração da folha de pagamentos de setores da economia e municípios, argumentando que projeto sobre o tema em análise no Congresso não prevê compensações para essa renúncia tributária.
Para amanhã (3), os investidores aguardam o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre. O resultado deve ser divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) às 9h (horário de Brasília).
Altas e quedas da Ibovespa
Com poucos destaques corporativos, as ações da Americanas (AMER3) chegaram a disparar 25% durante o pregão. A companhia anunciou a contratação de uma consultoria para a venda de ativos da fintech Ame Digital e o encerramento de contas da instituição de pagamentos.
Entre as blue chips, Petrobras (PETR4;PETR3) ignorou o avanço do petróleo no mercado internacional e encerrou o dia em queda. Vale (VALE3) acompanhou, mais uma vez, o desempenho do minério de ferro, que fechou com baixa de 4,36%, a US$ 102,04 a tonelada, na Bolsa de Dalian, na China.
Na ponta negativa do Ibovespa, Azul (AZUL4) liderou as perdas com os investidores cautelosos com a situação financeira da companhia.
Na última quinta-feira (29), os papéis da companhia aérea sofreram uma derrocada em reação à notícia publicada pela Bloomberg de que a empresa estaria considerando diversas opções — incluindo um pedido de proteção contra credores — para lidar com sua dívida com vencimento iminente.
Os frigoríficos também caíram bloco e figuraram entre as maiores quedas do índice, sem notícias recentes sobre as companhias.
Já a ponta positiva do Ibovespa, Petz (PETZ3) e IRB Re (IRBR3) estiveram entre os destaques de altas. Assaí também avançou mesmo após o Grupo Mateus (GMAT3) negar qualquer negociação ou tratativa para uma eventual oferta pública de aquisição de ações ASAI3.
Exterior
As bolsas dos Estados Unidos permaneceram fechadas nesta segunda-feira (2), com o feriado do Dia do Trabalho — o que limitou a liquidez dos mercados internacionais.
Na Europa, os principais índices encerraram as negociações sem direção única, com os investidores repercutindo novos dados econômicos.
O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da Alemanha caiu menos que a leitura prévia sugeria em agosto. Já o PMI da indústria na zona do euro se manteve estável. O mesmo dado no Reino Unido, por sua vez, subiu ao maior nível em 26 meses.
Também na Alemanha, o mercado repercutiu as eleições estaduais: com vitórias da Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, e da Aliança Sahra Wagenknecht (BSW), populista de esquerda — o que foi considerado um duro golpe para a coalizão governista do chanceler Olaf Scholz.
O DAX, índice de referência da Alemanha, fechou no maior nível da história aos 18.930,85 (+0,13%) , mesmo incertezas no cenário político.
Já índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com queda de 0,02%, aos 524,94 pontos.