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Ibovespa (IBOV) inicia agosto no vermelho com Wall Street; dólar atinge maior nível desde dezembro de 2021

01 ago 2024, 17:14 - atualizado em 01 ago 2024, 17:17
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(Imagem: Freepik)

O Ibovespa (IBOV) tentou iniciar agosto em tom positivo, mas o aumento da aversão ao risco no exterior impediu a continuidade dos ganhos da véspera. O principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de 0,20%, aos 127.395,47 pontos. 

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,73503 (+1,41%), no maior nível desde dezembro de 2021. Durante o pregão, a divisa norte-americana renovou a máxima do ano a R$ 5,7430 (+1,55%).

No cenário doméstico, os investidores repercutiram o comunicado da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve os juros a 10,50% ao ano. A ausência de sinalizações de novas altas da Selic, em um cenário de expectativas de inflação desancoradas e pressão sobre o câmbio, dividiram o mercado. Contudo, a reação ficou em segundo plano.

As atenções do dia foram concentradas no exterior, com dados de atividade econômica nos Estados Unidos mais fracos do que o esperado e a escalada das tensões no Oriente Médio.

Altas e quedas do Ibovespa

Entre os ativos, Americanas (AMER3) voltou a disparar mais de 10% durante o pregão, mas segue como penny stock, ou seja, com a cotação abaixo de R$ 1.

Bradesco (BBDC4) também foi um dos destaques. As ações do banco operaram entre os papéis mais negociados do mercado brasileiro — e limitou as perdas do Ibovespa.

Os dados do Banco Central sobre a performance de bancos brasileiros em maio corroboram perspectivas positivas para o resultado do Bradesco no segundo trimestre.  O Bradesco, que passa por uma reestruturação após queda no lucro em 2023 marcado por piora na rentabilidade e aumento da inadimplência, teve lucro líquido de R$ 1,567 bilhão em maio, conforme os números do BC relatados pelos analistas do Safra e do Citi.

O Bradesco divulga o resultado do segundo trimestre na próxima segunda-feira (5), antes da abertura dos mercados.

Vale (VALE3) destoou da recuperação do minério de ferro na China. As ações da ex-estatal terminaram o dia em queda com a notícia de que a mineradora rejeitou a recomendação do Ministério Público de Minas Gerais (MPF-MG) para suspender imediatamente a supressão de grutas na mina de Brucutu.

Petrobras (PETR3;PETR4) acompanhou o desempenho negativo do petróleo em meio à escalada de tensões no Oriente Médio e dados mais fracos da economia dos Estados Unidos.

Mas a ponta negativa do Ibovespa foi liderada por Embraer (EMBR3), em movimento de realização de ganhos após alta de mais de 21% em julho.

Já Telefônica Brasil (VIVT3), dona da Vivo, Weg (WEGE3) e frigoríficos ficaram entre as maiores altas do pregão.

Por fim, hoje foi o primeiro dia de negociações das ações da Azzas 2154 (AZZA3) na B3. A empresa é fruto da fusão entre a Arezzo e o Grupo Soma. 

Exterior 

Nem mesmo a sinalização do Federal Reserve (Fed) de corte na taxa de juros pode ocorrer já na próxima reunião do BC norte-americano, em setembro, foi suficiente para afastar a aversão ao risco dos Estados Unidos.

Os investidores reagiram a novos dados de atividade econômica. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria do país caiu de 48,5 em junho para 46,8 em julho, segundo o Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês). A expectativa era de avanço a 48,9.

A queda abaixo de 50 indica que o setor se manteve em terreno contracionista e sugere alguma desaceleração da maior economia do mundo.

O VIX, índice que mede a aversão ao risco em Wall Street — também conhecido como o ‘índice do medo’ — disparou mais de 18%, no maior nível desde 19 de abril.

Além disso, o aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio pressionaram os índices de Nova York, que registraram o pior desempenho do ano.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: -1,37%, aos 5.446,68 pontos;
  • Dow Jones: -1,21%, aos 40.347,97 pontos;
  • Nasdaq: -2,30%, aos 17.194,15 pontos.

*Com informações de Reuters 

Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.

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