Ibovespa fecha quase estável no fim de sessão volátil
O Ibovespa (IBOV) fechou com queda discreta nesta terça-feira, tendo trocado o sinal várias vezes durante o pregão, com movimentos de realização de lucros e receios com a cena político-econômica enfraquecendo o efeito do clima favorável a risco no exterior.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,05%, a 100.219,66 pontos, segundo dados preliminares, após chegar a 99.646,81 pontos na mínima e a 100.949,43 pontos na máxima.
O volume financeiro somava 23,1 bilhões de reais.
Pesquisa do Bank of America com gestores mostrou que o sentimento positivo em relação ao Ibovespa continua, mas sem mudança relevante em comparação com o mês anterior, com metade ainda o enxergando acima de 110 mil pontos até o final do ano.
“As respostas sugerem que os investidores já estão posicionados”, afirma o BofA, citando que os níveis de caixa recuaram a 3,3%, de 4,7% no mês passado, no menor patamar desde janeiro de 2020 e abaixo da média histórica de 4,1%.
Do ponto de vista gráfico, o analista da Clear Corretora Fernando Góes destacou que o Ibovesa seguiu no suporte de 98 mil pontos, o que a princípio é um bom sinal, mas que ele precisa superar 103 mil pontos para declarar novo momento de compra.
“O que gráfico indica é que a probabilidade do Ibovespa romper para cima é maior do que o movimento inverso, segundo alguns indicadores técnicos”, afirmou, ponderando ainda não ser possível ver pelo gráfico se no curto ou no médio prazo.
Nesta terça-feira, o mercado brasileiro também não conseguiu replicar o ânimo com dados econômicos melhores sobre a China e os Estados Unidos, que deram suporte a uma trajetória positiva em Wall Street, onde o S&P 500 fechou em alta de 0,5%.
Declarações do presidente Jair Bolsonaro de que não irá mais criar o Renda Brasil, acompanhadas de críticas às medidas que a equipe econômica estaria analisando para tentar financiá-lo, adicionaram alguma incerteza, notaram operadores.
Destaques
Suzano (SUZB3) valorizou-se 6,01%, após notícia na véspera de que um importante grupo de papel e celulose anunciou estar completamente vendida para seus volumes de celulose de fibra curta de outubro e aceitando pedidos apenas para novembro. “Acreditamos que essa melhora no balanço de oferta/demanda pode finalmente fazer com que os preços de fibra curta comecem a subir gradativamente a partir de outubro/novembro”, citou o Itaú BBA em comentário a clientes.
Minerva (BEEF3) subiu 4,3%, após divulgar que assinou carta não vinculativa com uma sociedade de propósito específico para vender fatia de 25% de sua subsidiária Athena Foods.
Na máxima, a ação chegou a disparar 11,2%.
Vale (VALE3) avançou 1,11%, apesar da queda dos futuros do minério de ferro na China, com Gerdau (GGBR4) tendo alta de 5,77% e liderando ganhos do setor de mineração e siderurgia em meio a perspectivas positivas sobre preços.
Petrobras (PETR4) cedeu 0,05%, enquanto Petrobras (PETR3) subiu 0,23%, tendo de pano de fundo alta do petróleo no exterior e revisão do portfólio de exploração e produção, entre outras notícias, entre elas retoma negociação de petróleo com Vitol, Trafigura e Glencore.
Bradesco (BBDC4) cedeu 1,06%, em sessão negativa do setor de bancos, com Itau Unibanco (ITUB4) cedendo 1,33%.
O Ministério da Economia manteve projeção de queda para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 de 4,7%, enquanto ajustou para cima suas estimativas para a inflação.
B3 (B3SA3) caiu 2,47% após alta de 4,8% na véspera.
Cogna (COGN3) caiu 3,01%, enquanto Yduqs (YDUQ3) recuou 1,36%, após forte alta na véspera.
A Yduqs sinalizou que disputará os ativos do Grupo Laureate no Brasil, após a Ser Educacional assinar contrato para aquisição do negócio. E o Bank of America reiniciou a cobertura no setor com recomendação ‘underperfom’ para Cogna e de ‘compra’ para Yduqs.
Cia Hering (HGTX3) perdeu 3,11%, em meio a movimentos de realização de lucros, após alta de mais de 5% na segunda-feira. Lojas Renner (LREN3) caiu 1,6%.