Ibovespa fecha no azul mas com volume fraco; Dasa despenca 50%
O Ibovespa (IBOV) teve mais uma sessão volátil nesta quarta-feira, fechando com uma alta marginal, mas com o volume no pregão novamente mais fraco, enquanto agentes financeiros continuam no aguardo de definições relacionadas ao Orçamento e medidas contra a pandemia de coronavírus.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,11%, a 117.623,58 pontos. Durante o pregão, alcançou 118.303,28 pontos no melhor momento. Na mínima, atingiu 116.747,95 pontos.
O giro financeiro somou 28,6 bilhões de reais, abaixo da média diária de 36,7 bilhões de reais no ano e de 36,9 bilhões em março. Nos primeiros pregões de abril, a média alcançava 26,2 bilhões de reais.
Na visão do analista da Terra Investimentos Régis Chinchila, tal piora decorre da cautela dos investidores que aguardam definições em pautas relevantes como Orçamento e medidas contra a pandemia do Covid-19, enquanto assuntos como as reformas administrativa e tributária ainda estão na fila. “O cenário é de muitas incertezas”, afirmou.
Participantes do mercado têm atribuído a performance positiva do Ibovespa recente ao prognóstico de recuperação da economia global, puxada principalmente por Estados Unidos e China, que apoia o desempenho das ações de companhias como a Vale, com peso relevante no índice. Em abril, o Ibovespa acumula alta de 0,85%.
Apesar do ganho de tração, as autoridades do Fed avaliaram que a economia norte-americana permanece longe dos objetivos de longo prazo (do Fed) e que a trajetória à frente continua altamente incerta, reiterando o suporte da política monetária até que a recuperação esteja mais assegurada.
A ata, na visão do estrategista-chefe do banco digital modalmais, Felipe Sichel, mostra conforto com a manutenção dos parâmetros de política monetárias adotadas até agora, com a perspectiva de que qualquer alteração ainda não foi discutida pelo comitê e será comunicada com ampla antecedência.
Essa percepção ajudou o S&P 500 a fechar no azul em Nova York.
Destaques
Dasa (DASA3), que não está no Ibovespa, desabou 50,01%, após precificar oferta de ações a 58 reais por papel na véspera, abaixo da faixa indicativa estimada para o follow on entre 64,90 e 84,50 reais.
A precificação também representou forte desconto ante a cotação de fechamento do papel na terça-feira, de 144,01 reais. A companhia levantou 3,3 bilhões de reais com a operação.
Bradesco (BBDC4) perdeu 1,09% e Itaú Unibanco (ITUB4) recuou 0,88%, mais uma vez pesando do lado negativo, diante de impasses relacionados ao Orçamento e receios fiscais, além de preocupações sobre eventual aumento na tributação do setor.
Banco do Brasil (BBAS3) cedeu 0,64%.
Vale (VALE3) avançou 2,46%, renovando máximas históricas e chegando a superar 105 reais no melhor momento.
Os setores de mineração e siderurgia fecharam em alta, após os futuros de referência do minério de ferro na Ásia subirem, com preços recordes do aço na China.
A Anfavea também divulgou alta na produção de veículos no Brasil em março.
Braskem (BRKM5) valorizou-se 5,95%, dando continuidade ao movimento de alta recente, em meio à avaliação no mercado de que a empresa está bem posicionada para aproveitar a sólida demanda por produtos petroquímicos, com o movimento de desalavancagem e o progresso contínuo nas frentes de Alagoas e México também sendo potenciais catalisadores para a ação.
Hapvida (HAPV3) subiu 3,89%, tendo de pano de fundo anúncio de vem estudando eventuais captações de recursos para financiar investimentos e aquisições, assim como fortalecer sua posição de caixa, incluindo a possibilidade de uma oferta de ações.
Intermédica , que está em processo de fusão com a Hapvida, avançou 2,57%.
IRB Brasil re (IRBR3) fechou em alta 2,30%, após a Superintendência de Seguros Privados (Susep) encerrar fiscalização especial sobre a companhia aberta no ano passado sobre insuficiência de ativos garantidores das provisões técnicas.
Na máxima do dia, o papel subiu quase 9%.
Petrobras (PETR4) cedeu 0,08%, após o presidente Jair Bolsonaro afirmar que o aumento do preço do gás anunciado pela companhia nesta semana, de 39%, é “inadmissível” e que, apesar de dizer que não irá interferir na estatal, a política de preços da empresa pode mudar.
B2W (BTOW3) caiu 2,96%, em sessão de ajustes, após três altas seguidas, com os rivais Magazine Luiza (MGLU3) e Via Varejo (VVAR3) recuando 2,04% e 0,4%, respectivamente.
CCR (CCRO3) perdeu 1,82%, em sessão volátil. A companhia foi a principal vencedora do leilão para concessão à iniciativa privada de 22 aeroportos no país, assegurando 9 terminais no bloco Sul, o mais cobiçado, por 2,88 bilhões de reais e 6 no bloco Central, por 754 milhoões de reais.