Mercados

Ibovespa sobe 2% com ajuda do fed

17 mar 2021, 17:18 - atualizado em 17 mar 2021, 18:05
Federal Reserve
O volume financeiro somava 29,7 bilhões de reais (Imagem: REUTERS/Kevin Lamarque)

O Ibovespa (IBOV) avançou 2% nesta quarta-feira e fechou na máxima em quase um mês, fortalecido pelo desfecho da reunião do Federal Reserve, que melhorou a projeção de crescimento econômico dos Estados Unidos este ano, mas repetiu a promessa de manter a meta de juros próxima de zero nos próximos anos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa teve alta de 2,22%, a 116.549,44 pontos, maior patamar de fechamento desde 19 de fevereiro. O volume financeiro somou 47,8 bilhões de reais, em sessão com vencimento de opções sobre o Ibovespa.

Nos EUA, a melhora no cenário econômico não alterou de imediato as expectativas das autoridades do Fed em relação aos juros. Na sequência, o chair Jerome Powell afirmou que ainda não é o momento para falar sobre redução de medidas de apoio à economia.

Na visão de Mohamed A. El-Erian, conselheiro econômico da Allianz e ex-CEO da Pimco, os comentários ultra dovish sobre política monetária feitos por Powell foram “um passo além do comunicado”, conforme publicou em sua conta no Twitter.

Por aqui, investidores aguardam o resultado da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ainda nesta quarta-feira, quando Banco Central deve promover a primeira alta em quase seis anos da taxa básica de juros, hoje em 2% ao ano.

O Credit Suisse, que prevê alta de 0,5 ponto percentual da Selic, avaliou que o comunicado pode mostrar o quão deteriorado o BC considera o balanço de riscos para a inflação, se ainda vê os choques inflacionários como temporários, e se os a taxa de juros deve ser normalizada, mas apenas parcialmente.

Na visão do diretor de investimentos da BS2 Asset, Mauro Orefice, porém, a alta da Selic não muda muito a perspectiva (positiva) de longo prazo para a bolsa. “Nenhum analista fazia valuation olhando Selic a 2%”, afirmou, atribuindo a fraqueza recente a outras variáveis, entre elas questões políticas.

A sessão ainda teve no radar a aprovação da chamada Lei do Gás, que prevê mudanças no marco regulatório do setor, após ter rejeitado todas emendas do Senado ao texto, segundo informações da Agência Câmara.

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Destaques

Cosan (CSAN3) subiu 7,37%, um dia após seu Investor Day, do qual o BTG Pactual (BPAC11) saiu mantendo recomendação de compra e elevando o preço-alvo da ação.

E a Raízen Combustíveis pediu registro de companhia aberta, movimentando-se na direção de um esperado IPO da joint venture entre Cosan e Shell.

Na véspera, o diretor financeiro da Cosan avaliou que “timing” de mercado parece mais favorável à realização de uma oferta de ações da Raízen antes de uma operação envolvendo a Compass.

Sabesp (SBSP3) valorizou-se 5,78%, após a manutenção de vetos referentes à atualização da lei sobre saneamento básico no país. Segundo informações da Agência Senado, o texto vai à promulgação.

Para o Credit Suisse, a notícia é positiva para Sabesp e outras do setor, uma vez que o cenário de privatização pode parecer mais atraente para empresas estatais.

Itaú Unibanco (ITUB4) fechou em alta de 3,9%, embalado pelo apetite a risco desencadeado pelo Federal Reserve, com Bradesco (BBDC4) subindo 4,17%.

Petrobras (PETR4)  ganhou 3,44% apesar da fraqueza dos preços do petróleo no mercado externo. O Comitê de Pessoas da empresa aprovou na véspera o general da reserva Joaquim Silva e Luna, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para assumir o comando da companhia e uma vaga no conselho.

Vale (VALE3) subiu 1,44%, em sessão mista no setor de mineração e siderurgia, após alta dos futuros do minério de ferro e aço na China.

Csn (CSAN3) e Gerdau (GGBR4) avançaram 1,87% e 1,15%, respectivamente, mas Usiminas (USIM5) caiu 0,92%.

Notre Dame Intermédica (GNDI3) caiu 1,43%, mesmo com alta superior a 20% receita líquida no quarto trimestre de 2020, uma vez que o Ebitda ajustado cresceu 6,1%, mas a margem recuou.

Em teleconferência, o presidente da empresa disse que o setor de saúde do Brasil passará por muitas dificuldades em razão da Covid-19 e que ainda não é possível determinar qual será o impacto financeiro.

Hapvida (HAPV3) fechou em baixa de 2,39%.