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Wall Street ‘puxa’ Ibovespa para queda aos 129 mil pontos e índice recua mais de 1,5% em outubro; dólar avança a R$ 5,78

31 out 2024, 17:26 - atualizado em 01 nov 2024, 9:07
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O Ibovespa acompanhou a queda de NY, puxada pelas big techs, e a incerteza sobre o fiscal; índice acumulou queda de 1,6% em outubro (Imagem: Pixabay)

O Ibovespa (IBOV) teve mais um dia ‘morno’ e terminou o mês em tom negativo, com pressão de Nova York às vésperas das eleições à presidência dos Estados Unidos e decisões de política monetária.

Nesta quinta-feira (31), o principal índice da bolsa brasileira caiu 0,71%, aos 129.713,33. No mês, o Ibovespa caiu 1,6%. 

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,7811 (+0,31%) — no maior nível desde março de 2021. Em outubro, a moeda norte-americana acumulou alta de 6,13%. 

No cenário doméstico, os investidores seguiram na expectativa do anúncio de novas medidas de contenção de gastos públicos, ainda repercutindo as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na véspera.

Ontem (30), ele disse que houve convergência com a Casa Civil em torno da elaboração de medidas para controle de despesas públicas. Contudo, ainda não data para o anúncio das medidas fiscais.

Os dados econômicos dividiram as atenções dos investidores com a temporada de balanços.

A taxa de desemprego brasileira encerrou o terceiro trimestre no menor nível desde o final de 2013, em um resultado abaixo do esperado que mostra que o mercado de trabalho segue aquecido.

Nos três meses até setembro a taxa de desemprego ficou em 6,4%, de 6,9% no segundo trimestre, e ante os 7,7% vistos no mesmo período do ano passado.

O dado, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou ainda ligeiramente abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de 6,5%.

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Altas e quedas do Ibovespa 

Entre os ativos negociados no Ibovespa, Hypera (HYPE3) voltou a liderar as perdas. Durante o pregão, os papéis da farmacêutica recuaram quase 10% com a notícia de que a EMS retirou a proposta de fusão com a companhia. 

Bradesco (BBDC4) também foi destaque do pregão, com os investidores reagindo ao balanço do terceiro trimestre.

O banco reportou lucro recorrente de R$ 5,2 bilhões no terceiro trimestre de 2024, alta de 13,1% em relação ao mesmo período do ano passado —  e um pouco acima das projeções da Bloomberg. Em comparação com o segundo trimestre, a cifra escalou 10%.

Na avaliação do mercado, o cenário macroeconômico é o que pesa contra os números do banco — que, em um cenário de juros mais elevados, devem apresentar uma melhora nos indicadores mais lenta nos próximos meses. 

Entre os pesos-pesados do Ibovespa, Vale (VALE3)destoou do desempenho do minério de ferro e fechou em queda, acelerando as perdas do mês. Petrobras (PETR4;PETR3) tentou recuperar as perdas e fechou em leve alta, mas o saldo de outubro foi negativo.

Na ponta positiva do Ibovespa,  BRF (BRFS3)  liderou os ganhos com elevação de recomendação, de neutra para compra, pelo Santander.

Em outubro, Yduqs (YDUQ3) foi a ação com melhor desempenho no Ibovespa, com avanço de 16%. Já a maior queda mensal foi registrada por Carrefour (CRFB3), que caiu 19,6%.

Exterior 

Nos Estados Unidos, Wall Street teve mais um dia de quedas em reação ao balanços de Meta e Microsoft, divulgados ontem (30) depois do fechamento dos mercados.

As ações da companhia de Bill Gates caíram mais de 5% durante o pregão, mesmo com o lucro do terceiro trimestre superar as expectativas do mercado. A mudança no guidance, com a indicação de que o crescimento da empresa deve ser mais lento do que o esperado, pesou sobre os papéis.

No caso da Meta — dona do Facebook, Instagram e WhatsApp —, as ações também registraram baixa de quase 4% em reação ao balanço.

Entre os dados econômicos, o índice de preços (PCE) dos Estados Unidos (EUA) subiu 0,2% no mês de setembro, segundo divulgado pelo Bureau of Economic Analysis (BEA). Em um ano, o PCE foi a 2,1% e se aproximou mais da meta de 2% perseguida pelo Federal Reserve (Fed).

A variação mensal veio levemente abaixo das projeções do mercado, de 0,3%, enquanto a anual veio em linha com o esperado. O PCE é a referência de inflação para o Fed. 

Os pedidos de auxílio-desemprego no país caíram em 12.000, para 216.000 em dado com ajuste sazonal, na semana encerrada em 26 de outubro, informou o Departamento do Trabalho. Economistas consultados pela Reuters previam 230.000 pedidos para a última semana.

O mercado agora espera o relatório de empregos (payroll) de outubro.

Os investidores seguem aumentando as apostas de vitória de Donald Trump na disputa pela Casa Branca. A eleição acontece na próxima semana, no dia 5 de novembro.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: -1,86%, aos 5.705,45 pontos; 
  • Dow Jones: -0,90%, aos 41.763,46 pontos;
  • Nasdaq: -2,76%, aos 18.095,15 pontos.

No mês, os índices também acumularam perdas. S&P 500 caiu 0,8%, Dow Jones recuou 1,1% e Nasdaq acumulou baixa de 0,4%.

Na Europa, o índice pan-europeu Stoxx 600 registrou a maior queda mensal em um ano, pressionado por balanços corporativos fracos e com investidores à espera de mais clareza sobre as condições macroeconômicas.

*Com informações de Reuters