Mesmo com alta de Vale (VALE3), Ibovespa fecha em queda com Wall Street; dólar sobe a R$ 5,50
Em mais uma sessão, os “pesos-pesados” do Ibovespa (IBOV) sustentaram o índice na reta final de agosto em patamares inéditos — patrocinando um novo recorde nesta terça-feira (27).
Com apoio de Vale (VALE3), o principal índice da bolsa brasileira renovou a máxima intradia histórica aos 137.212,64 pontos. O recorde anterior era de 137.039,54 pontos, registrado na última quarta-feira (21).
Durante o pregão, o Ibovespa operou volátil e fechou o dia com leve queda de 0,08%, aos 136.775,91 pontos
Já dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,5027 (+0,18%).
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No cenário doméstico, os investidores repercutiram a prévia oficial da inflação.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) subiu 0,19% em agosto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número indica uma desaceleração em relação à alta de 0,30% apurada em julho.
“O resultado de agosto traz um certo alívio ante o mau resultado do IPCA de julho, mas amplamente influenciado pelo comportamento dos alimentos, itens mais voláteis”, afirma André Valério, economista sênior do Inter.
Para Valério, o dado contribui para não aumentar ainda mais a pressão sobre os juros. “Com a expectativa de um IPCA menor em agosto e o início do ciclo de cortes nos juros norte-americanos, mantemos a expectativa de Selic constante pelo futuro próximo.”
Vale lembrar que o mercado já precifica alta de até 150 pontos-base, o que levaria a taxa básica de juros, Selic, a 12% em janeiro de 2025.
Os investidores aguardam o anúncio dos indicados ao Banco Central pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Hoje mais cedo, o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, Valderlan Cardoso (PSD-GO), afirmou que não há possibilidade de sabatinar os indicados ao BC na próxima semana. “Ainda não fui procurado [pelo governo]. Não tem conversa de data. […] Se não foi comunicado nada [até agora] é porque o governo não tem pressa”, disse Cardoso.
Altas e quedas da bolsa
Hoje foi a vez da Vale (VALE3) ser o grande destaque da bolsa brasileira. Entre as maiores altas do Ibovespa, as ações da mineradora repercutiram a aprovação de Gustavo Pimenta, atual vice-presidente financeiro da mineradora, pelo conselho da companhia para o cargo de presidente (CEO) a partir de janeiro de 2025.
O executivo deve substituir Eduardo Bartolomeo, que encerra o mandato em dezembro.
Para o BTG Pactual, o processo de sucessão da presidência ter ocorrido de acordo com elevados padrões de governança é uma vitória para a empresa, prevalecendo frente às tentativas de interferência política — o que foi visto como um fator tranquilizador.
Além disso, os papéis da Vale — e de outras empresas do setor — avançaram na esteira do minério de ferro.
O contrato mais líquido da commodity, com vencimento em janeiro de 2025, encerrou as negociações com alta de 3,34%, a 758 yuanes — o que equivale a US$ 106,38 — a tonelada na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE). Esse é a maior cotação desde 7 de agosto.
Apesar do forte avanço de Vale, Lojas Renner (LREN3) foi quem liderou os ganhos. A varejista avançou mais de 4% com a revisão positiva e elevação do preço-alvo pelo Bank of America (BofA).
Já na ponta negativa, São Martinho (SMTO3) liderou as perdas, com incertezas sobre a produção de açúcar, já que cerca de 20 mil hectares de cana-de-açúcar da companhia foram atingidos pelos incêndios no interior de São Paulo.
Os papéis da Petrobras (PETR4;PETR3) também fecharam em queda, na esteira do recuo de mais de 2% do petróleo no mercado internacional.
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Entre os ativos da B3, as ações da Americanas (AMER3) dispararam mais de 40% no primeiro de negociações após o grupamento de ações na proporção de 100 para 1. Com a cotação de R$ 0,05 na véspera, os papéis iniciaram o dia a R$ 5,00.
Exterior
Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street tiveram mais um dia de volatilidade na expectativa pelo balanço da Nvidia (NVDA) — que será divulgado nesta quarta-feira (28) após o fechamento dos mercados.
Os investidores também aguardam o Índice de Preços de Gastos com Consumo (PCE), o índice inflacionário preferido do Federal Reserve, além da segunda prévia do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos. Os dados calibrar as apostas sobre a magnitude do corte nos juros pelo Fed em setembro.
De acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group, a aposta de corte já está consolidada e a chance majoritária é de redução de 25 pontos-base, o que levaria a taxa de juros norte-americana na faixa de 5,00% a 5,25%.
Confira o fechamento dos índices de Nova York:
- S&P 500: +0,13%, aos 5.625,80 pontos;
- Dow Jones: +0,02%, aos 41.250,50 pontos;
- Nasdaq: +0,16%, aos 17.754,82 pontos.