Ibovespa acumula maior série de ganhos semanais desde começo de 2019
O Ibovespa (IBOV) fechou estável nesta sexta-feira, mas confirmou o sexto ganho semanal consecutivo, o que não acontecia desde o período entre o final de 2018 e começo de 2019.
De pano de fundo, permanecem as expectativas atreladas aos programas de vacinação contra o coronavírus que começam a ser divulgados por vários países, incluindo o Brasil, bem como a continuidade de fluxo de capital externo para a bolsa paulista.
Até o dia 9, o saldo de estrangeiros no mercado secundário de ações brasileiro em dezembro estava positivo em 6,5 bilhões de reais, movimento que agentes financeiros têm citado que reflete fluxo a mercados emergentes, não apenas no Brasil.
No campo de ‘trade ideas’, eles recomendam ficar comprado em bancos de mercados emergentes (Brasil, México, Índia, Rússia e África do Sul) e vendidos em bens de consumo.
Não por acaso, nomes como Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4), que detêm relevante participação no Ibovespa, acumulam ganhos ao redor de 10% cada no mês.
Banco do Brasil (BBAS3) avança cerca de 14%.
Desde o mês passado, profissionais da área de renda variável também têm citado rotação de portfólios para ações de ‘valor’, como bancos, e ‘cíclicas’, como atreladas a commodities, em detrimento de papéis de ‘crescimento’.
Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) referendam tal premissa, subindo cerca de 11% e 9%, respectivamente.
Apesar de não ter renovado as máximas apuradas em janeiro, quando encostou em 120 mil pontos, o Ibovespa já acumula ganho de mais de 85% desde as mínimas de março, o que até tem apoiado alguns movimentos de realização de lucros, mas tímidos.
Nesta sexta-feira, o Ibovespa fechou estável, a 115.128,00 pontos contabilizando alta de 1,2% na semana e de 5,73% no mês. No ano, o declínio é de apenas 0,45%.
O índice Small Caps avançou 0,45%, a 2.764,27 pontos nesta sexta-feira, com acréscimo de 0,64% na semana e de 5,3% no mês, o que reduziu a baixa no acumulado de 2020 para 2,7%.
O volume negociado no pregão nesta sexta-feira somou 28 bilhões de reais.
Destaques do Ibovespa do Acumulado do Mês:
Eletrobras (ELET3) e Eletrobras (ELET5) acumulam alta de 24,57% e 20,16%, respectivamente, em meio a perspectivas atreladas a sua privatização, principalmente a chance de que a questão entre na pauta no Congresso ainda no primeiro semestre de 2021.
O BTG Pactual (BPAC11) publicou relatório nessa semana recomendando a compra das ações da elétrica, citando reviravolta operacional “sem precedente” e potencial criação de valor relevante no caso de privatização.
Csn (CSNA3) sobe 20,16%, em meio a um cenário ainda benigno para preços do minério de ferro, bem como ambiente favorável para alta de preços de aço no Brasil.
A companhia divulgou nesta semana projeções positivas para suas operações, incluindo queda no endividamento no próximo anos. Também avaliou como real a oportunidade de realizar o IPO da sua divisão de mineração na primeira semana de janeiro.
O Credit Suisse reiterou ‘outperform’ para as ações nesta semana.
Suzano (SUZB3) perde 8,99%, reflexo de movimentos de realização de lucros e rotação de portfólios, após abrir dezembro renovando recorde histórico, a 57,46 reais para fechamento e 58,07 reais no intradia.
Nessa semana, a empresa confirmou aumento do preço da celulose branqueada de eucalipto (BEK) a clientes do Sudeste Asiático e do Oriente Médio, bem como planos de investir 2,7 bilhões de dólares em uma nova fábrica no Mato Grosso.
Cosan (CSAN3) recua 8,19%, tendo de pano de fundo novos detalhes relacionados à reoganização societária do grupo, incluindo relação de troca para as incorporações de Cosan Log e Cosan Limited pela empresa.
Veja o comportamento dos principais índices setoriais na B3 no acumulado do mês:
– Índice financeiro: +8,72%
– Índice de consumo: +1,78%
– Índice de Energia Elétrica: +3,99%
– Índice de materiais básicos: +2,64%
– Índice do setor industrial: +0,85%
– Índice imobiliário: +7,74%
– Índice de utilidade pública: +5,63%