Mercados

Ibovespa fecha em queda puxada por ‘tombo’ de Wall Street com risco de recessão dos EUA; dólar renova máxima do ano e sobe a R$ 5,74

05 ago 2024, 17:21 - atualizado em 05 ago 2024, 17:42
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A bolsa brasileira foi pressionada pelo tombo das bolsas de Nova York (Imagem: Pixabay)

Nesta segunda-feira (05), Ibovespa (IBOV) cedeu à pressão externa com o aumento das incertezas sobre a economia dos Estados Unidos, com o risco de recessão no radar. 

O principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de 0,46%, aos 125.269,54 pontos. 

O dólar à vista (USBRL), que renovou a máxima do ano a R$ 5,8656, terminou a sessão a R$ 5,7414 (+0,56%).

No cenário doméstico, o mercado reagiu o noticiário corporativo, de olho na temporada de balanços – mas em segundo plano.

O exterior foi o destaque do dia. Os investidores repercutiram o risco de recessão dos Estados Unidos, após dados de empregos norte-americano, divulgado na última sexta-feira (2).

As preocupações se somaram a uma série de balanços corporativos fracos de grandes empresas de tecnologia e ao aumento das incertezas com a economia chinesa, que resultaram em uma liquidação global nos mercados de ações, petróleo e moedas fortes, com os investidores buscando ativos mais seguros.

As tensões geopolíticas no Oriente Médio seguiram no radar.

Altas e quedas do Ibovespa

Entre os ativos, Pão de Açúcar (PCAR3) liderou os ganhos da B3 e do Ibovespa com alta de mais de 16%.

A despeito do avanço da curva de juros futuros, os papéis doGPA avançam com a expectativa pelobalanço do segundo trimestre, que será divulgado nesta terça-feira (6) após o fechamento dos mercados.

Além disso, os investidores reagem à notícia de que o Grupo Casino – ex-controlador da varejista, que hoje detém 22,5% de participação –deve vender bloco de ações do Pão de Açúcar.

Bradesco (BBDC4;BBDC3) também driblou a aversão ao risco dos investidores, com os resultados do segundo trimestre, e encerrou o pregão entre as maiores quedas do Ibovespa. Além disso, foi a ação mais negociada nesta segunda-feira (5) no mercado brasileiro.

O banco registrou  lucro recorrente de R$ 4,7 bilhões no segundo trimestre de 2024, alta de 4,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Em comparação com o primeiro trimestre, a cifra escalou 12%.

O número ficou acima do esperado pelo consenso da Bloomberg, que aguardava R$ 4,3 bilhões no período. Além disso, a maioria das casas tinha expectativa de queda no lucro.

Já na ponta negativa foi liderada por CVC (CVCB3) e EZTec (EZTC3). As ações foram pressionadas pela abertura da curva de juros com o aumento da aversão ao risco e piora das expectativas de inflação, segundo o Boletim Focus.

Entre as blue chips, Petrobras (PETR4;PETR3) acompanhou o petróleo e encerrou o dia em leve queda. Vale (VALE3) caiu mais de 1%, na contramão do minério de ferro. A commodity avançou quase 2% em Dalian, na China.

Exterior 

No exterior, a aversão ao risco com a desaceleração da economia norte-americana ganhou força e repercutiu sobre os principais índices internacionais.

Na Ásia, a bolsa de Nikkei, a maior do Japão, despencou 12% em sessão histórica. Trata-se da pior queda desde 1987, quando ocorreu a chamada ‘Black Monday’. Na Europa, o Stoxx 600, que é um índice composto pelas maiores empresas da Europa, fechou em queda de mais de 2%.

Já na Europa, o Stoxx 600, que é um índice composto pelas maiores empresas da Europa, fechou em queda de mais de 2%.

A forte quedas das bolsas internacionais reflete a perspectiva do mercado de que os Estados Unidos entre em recessão, após dados de atividade econômica e do mercado de trabalho divulgados na semana passada apontarem para uma desaceleração da maior economia do mundo.

Além disso, o aumento das tensões dos conflitos no Oriente Médio e o aumento da taxa de juros do Japão aumentam as incertezas dos investidores ao redor do mundo.

Nos Estados Unidos , o índice Nasdaq chegou a cair mais de 6% e o Dow Jones teve queda superior a 4% na abertura dos negócios.

VIX, índice de aversão ao risco de Wall Street também conhecido como “termômetro do medo”, chegou a disparar 170%, no maior nível desde a pandemia e se aproximou das máximas atingidas durante a crise financeira de 2008.

Contudo, as perdas foram reduzidas ao longo do pregão após dado do setor de serviços norte-americano, acima do esperado.

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços dos Estados Unidos subiu de 48,8 em junho a 51,4 em julho, segundo o Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês). Analistas ouvidos pela FactSet previam um aumento menor, a 51.

Por fim, os investidores esperam que cortes mais agressivos na taxa básica de juros, o Fed Funds. A expectativa é de que o Federal Reserve inicie o afrouxamento monetário em setembro com um corte de 50 pontos-base, levando a taxa ao intervalo de 4,75% a 5,00% ao ano.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: -3,00%, aos 5.186,33 pontos;
  • Dow Jones: -2,60%, aos 38.703,27 pontos;
  • Nasdaq: -3,43%, aos 16.200,08 pontos.

 

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Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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