Mercados

Ibovespa fecha em queda pressionado por Vale e pacote econômico no radar

25 ago 2020, 17:16 - atualizado em 25 ago 2020, 19:36
Ibovespa
O volume financeiro da sessão somava 21,6 bilhões de reais (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

O Ibovespa fechou levemente em queda nesta terça-feira, após três finalização com sinal positivo, pressionado particularmente pelo recuo das ações da Vale e com agentes financeiros cautelosos após o governo adiar o anúncio de pacote econômico.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,18%, a 102.117,64 pontos, após acumular elevação de 1,4% nos três pregões anteriores.

O volume financeiro na bolsa somou 23,5 bilhões de reais.

O governo adiou na véspera anúncio de medidas proporcionais ao vencimento para esta terça-feira, que deve incluir, entre outras, a criação do Renda Brasil, programa social previsto para ampliar o alcance do Bolsa Família.

Apesar do potencial efeito na recuperação da atividade econômica do país, os agentes financeiros estão preocupados com o potencial efeito negativo nas contas públicas.

Um dos pontos do pacote que está sob os holofotes é o valor do Renda Brasil.

Originalmente, às vezes, o ministro Paulo Guedes apresentou uma proposta de cerca de 250 reais, valor que foi considerado baixo pelo presidente Jair Bolsonaro.

Fontes da equipe econômica afirmaram à Reuters que um benefício de 300 reais ou acima disso exigirá mais corte de despesa ou base menor de beneficiários.

“Na medida em que avançamos para o final do terceiro trimestre, o fiscal vem fazendo cada vez mais preço e as tendências preocupantes”, observando a equipe do BTG Pactual em comentário a clientes.

Endossando a visão, a equipe da Elite Investimentos avaliou que novos recebios de piora fiscal em razão dos impasses que levado ao adiamento do anúncio do pacote ofuscaram dados melhores de notícias ee contas externas do país.

No exterior, Wall Street fechou sem direção única, mas com o S&P 500 renovando máximo, em meio a notícias positivas sobre as relações comerciais entre os Estados Unidos e a China, além de avanço na frente médica no combate ao Covid-19.

Destaques

Vale (VALE3) recuou 2,13%, na esteira da queda dos preços de aço e minério de ferro na China. No setor de mineração e siderurgia, porém, apenas Gerdau PN também terminou em baixa.

CSN (CSNA3) avançou 1,99%, após o Valor Econômico publicar que a empresa contratou bancos para IPO de sua unidade de mineração.

Usiminas (USIM5) fechou em alta de 1,96% em véspera de suprimento de reativação do alto-forno 1 da usina de Ipatinga (MG), paralisado em abril como consequência da pandemia de Covid-19.

Itaú Unibanco (ITUB4)  caiu 0,74%, em sessão na qual prevaleceu o sinal negativo para os bancos.

Bradesco (BBDC4) fechou estável, Banco do Brasil ON cedeu 0,6%, unidade Santander (SANB11) Brasil perdeu 0,72% e unidade PACTUAL BTG fechou em baixa de 2,75%.

Petrobras (PETR4) e Petrobras (PETR3) recuaram 0,44% e 0,47%, respectivamente, apesar da alta dos preços do petróleo no mercado externo, em ajustes após avanço na véspera.

Cogna (COGN3) caiu 2,67%. Analistas do Goldman Sachs retomaram a cobertura das ações com recomendação ‘neutra’ e preço-alvo de 7 reais, após ajuste no modelo para incorporar uma cisão recentemente concluída da subsidiária Vasta, entre outros dados.

Além de avaliar que o crescimento potencial da Vasta já está precificado, uma equipe liderada por Irma Sgarz vê um cenário de prazo médio desafiador para uma educação superior no Brasil.

Yduqs (YDUQ3), que divulga balanço na quarta-feira, subiu 1,22%.

LOJAS RENNER (LREN3) subiu 4,29%, antes do balanço do segundo trimestre na próxima semana.

Uma sessão de alta de ações de varejistas de vestuário, puxada por MARISA, que disparou 8,41% mesmo após números fracos no segundo trimestre, com analistas avaliados que o pior pode ter ficado para trás e chamando a atenção para o desempenho das vendas online da Comércio.

CIA HERING (HGTX3) avançou 3,17%.

Rumo (RAIL3) fechou em alta de 3,48%, após precificar na segunda-feira oferta de ações a 21,75 reais por papel, o que resultou em aumento de capital de 6,4 bilhões de reais.

Os recursos serão em parte usados ​​para pagar outorgas. O preço saiu com um desconto de apenas 2,95% em relação à cotação de fechamento da segunda-feira.

Eletrobras (ELET5) avançou 3,11%, mais uma vez entre os destaques de alta. De acordo com o senador Eduardo Braga (MDB-AM), que participou das reuniões com os ministérios da Economia e de Minas e Energia na véspera, o governo mais perto de conseguir avançar com o projeto de privatização da elétrica. Eletrobras (ELET3) subiu 2,17%.

Braskem (BRKM5) cedeu 3,51%. O Valor Econômico publicou o governo do México elevou a pressão sobre a Braskem Idesa, petroquímica mexicana controlada pela empresa brasileira, em busca da revisão do contrato de fornecimento de etano firmado em 2010 com a Pemex.

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