Mercados

Ibovespa recua pelo 3º pregão e passa a mostrar desempenho negativo em novembro

17 nov 2021, 18:13 - atualizado em 17 nov 2021, 18:57
Ibovespa
O volume financeiro somou 45,18 bilhões de reais (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O Ibovespa (IBOV) fechou em queda nesta quarta-feira pelo terceiro pregão seguido, passando a mostrar sinal negativo em novembro, em meio a renovadas preocupações com o quadro fiscal, em um contexto de deterioração nas perspectivas econômicas do país.

A queda de commodities como o minério de ferro e o petróleo no exterior também contaminaram a bolsa paulista, afetando as blue chips Vale e Petrobras.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,39%, a 102.948,45 pontos, após subir a 105.535,21 e tocar 102.551,17 no pior momento – mínima intradiária desde novembro de 2020.

O volume financeiro somou 45,18 bilhões de reais, em sessão ainda marcada pelo vencimento dos contratos de opções sobre o Ibovespa.

Com tal desempenho, o Ibovespa passou a mostrar declínio de 0,53% no mês. Até a véspera, contabilizava alta de 0,9%.

A percepção entre agentes financeiros de que a PEC dos Precatórios segue travada no Senado trouxe de volta os receios que haviam sido amenizados nas últimas duas semanas, após a aprovação do texto na Câmara dos Deputados.

Mesmo não considerando a PEC a melhor medida, o mercado se resignou de que seria a opção viável para evitar um descontrole ainda maior das contas públicas. A falta de avanço no Senado, porém, reaviva os temores de “planos B” pelo governo.

Ao mesmo tempo, o presidente Jair Bolsonaro tem acenado com a possibilidade de reajustes nos salários do funcionalismo público, que teriam impacto bilionário no Orçamento de 2022.

Segundo o sócio e economista da empresa de assessoria de investimentos VLGI, Leonardo Milane, o mercado segue estressado com o ruído político, com o presidente falando em reajuste a servidores, enquanto a PEC encontra empecilhos no Senado.

Tal panorama tem como pano de fundo contínua piora nas projeções econômicas, com o Ministério da Economia cortando previsão para o PIB e elevando estimativa para o IPCA.

A sessão também foi negativa em Wall Street, com temores de inflação e preocupações com a cadeia de suprimentos corroborando apostas de que o banco central norte-americano aumentará as taxas de juros mais cedo do que o esperado.

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Destaques

Eletrobras (ELET3) caiu 6,63%. Após resultado trimestral afetado por revisão em provisões judiciais, a companhia de energia elétrica prevê agora que o follow-on relacionado à sua privatização ocorra até maio de 2022.

Méliuz (CASH3) subiu 4,49%, abandonando a fraqueza do começo da sessão, quando chegou a cair mais de 5% após reportar prejuízo no terceiro trimestre.

Durante teleconferência com analistas, executivos mencionaram que o pico de contratações de pessoal pela companhia já passou e que a empresa está focada em projetos de novos produtos financeiros a serem lançados no início de 2022.

Vale (VALE3) caiu 2,01%, uma vez que os contratos futuros do minério de ferro da China caíram pela quarta sessão consecutiva, com os estoques portuários da commodity crescendo para o nível mais alto em 31 meses.

Petrobras (PETR4) recuou 2,53%, pesando no Ibovespa, na esteira do declínio dos preços do petróleo no exterior, após a Opep e a Agência Internacional de Energia alertaram sobre o iminente excesso de oferta.

Banco Inter (BIDI11) desabou 7,32%, em sessão negativa em outros papéis de bancos, como PAN (BPAN4) e BTG Pactual (BPAC11). No contramão, Itaú Unibanco (ITUB4) subiu 0,4% e Bradesco (BBDC4) avançou 0,44%.

Stone (STNE), que é negociada em Nova York, desabou 34,62%, após a empresa de meios de pagamento reportar queda de mais de 50% no lucro líquido ajustado, resultado aquém das expectativas de analistas.