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Ibovespa perde 6,7% em outubro com risco fiscal e acumula queda de 13% em 2021

29 out 2021, 17:07 - atualizado em 29 out 2021, 17:59
Mercados, Ibovespa, B3
O volume financeiro nesta sexta-feira somou 33,3 bilhões de reais (Imagem: Divulgação/B3)

O Ibovespa (IBOV) fechou em queda nesta sexta-feira, acumulando desempenho semanal negativo e engatando a quarta perda mensal consecutiva, reflexo da desconfiança de investidores principalmente acerca de potenciais medidas do governo de Jair Bolsonaro com reflexos nocivos na situação fiscal do país.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 2,09%, a 103.500 pontos, contabilizando um declínio de 2,63% na semana e de 6,74% em outubro, renovando sua mínima em 11 meses. No ano, perde 13,04%.

O volume financeiro nesta sexta-feira somou 33,3 bilhões de reais.

“O Ibovespa encerra o quarto mês consecutivo de baixa, com um cenário completamente indefinido nas pautas econômicas e políticas”, afirmou o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos.

De acordo com ele, fatores como a pressão inflacionária e o aumento dos juros e incertezas em questões como a PEC dos Precatórios, Auxílio Brasil, entre outros, se refletem em cautela dos investidores e corroboram uma imprevisibilidade crescente, com diminuição na busca pelo risco na renda variável.

Chinchila destacou que há setores bem depreciados, como o de bancos e commodities, que podem impulsionar o Ibovespa para uma recuperação para final do ano. “Para tanto, é fundamental definições como Orçamento 2022 para que as empresas tenham algum horizonte e reforcem suas expectativas futuras”, afirmou ele.

Uma bateria de resultados corporativos também repercutiu na bolsa paulista, que outra vez acompanhou Wall Street, onde a tônica foram os resultados de empresas como Apple e Amazon pressionando negativamente após seus respectivos balanços.

Ainda assim, o S&P 500 e o Nasdaq fecharam no azul, tocando máximas históricas no intradia, embalados pelo desempenho da Microsoft. O S&P 500 subiu 0,19% e o Nasdaq avançou 0,33%. No mês, acumularam ganhos de 6,91% e 7,27%, respectivamentes.

Destaques

Vale (VALE3) recuou 2,84%, com o resultado do terceiro trimestre ficando aquém das expectativas, com queda do lucro na base trimestral. Nem o programa de recompra de ações evitou o ajuste negativo.

No setor, Usiminas (USIM5) tombou 7,54%, também na frustração com o balanço da companhia.

Petrobras (PETR4) caiu 5,9%, com receios ligados à possível greve de caminhoneiros anunciada para a próxima semana e declarações de Bolsonaro de que a companhia não pode ter lucro tão alto, o que ofuscou o resultado bem acima do esperado e anúncio de dividendo, além de melhora no nível de endividamento.

Alpargatas (ALPA4) desabou 10,56%, mesmo com a alta de 34% do lucro no terceiro trimestre, em parte devido à melhora da linha financeira e de efeito positivo de operações descontinuadas.

O Bradesco BBI considerou os números razoáveis, e se frutrou com o desempenho das operações internacionais.

Minerva (BEEF3) valorizou-se 7,15%, com empresas de proteínas em forte alta, em meio a expectativas para resultados trimestrais.

A companhia reporta os números em 4 de novembro.

JBS (JBSS3) subiu 4,19% e BRF (BRFS3) ganhou 2,11%. Ambas divulgam balanço dia 10.

Marfrig (MRFG3), que já mostrou seus dados, subiu 5,33%.

Fleury (FLRY3) avançou 2,67%, apesar da queda no lucro do terceiro trimestre ano a ano, para 103,5 milhões de reais.

Para a equipe do Safra, foram resultados fortes, uma vez que a melhor comparação deve ser a da base trimestral devido à estrutura de custos atipicamente baixa um ano antes.

Suzano (SUZB3) fechou em alta de 0,65%, após aumento no resultado operacional do terceiro trimestre e expansão de cerca de 11% na capacidade de sua futura fábrica em Ribas do Rio Pardo (MS).

Executivos da Suzano disseram esperar custo de produção estável nos próximos trimestres e recuperação na China.

Bradesco (BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4) recuaram 2,88% e 2,35%, respectivamente, tendo no radar os respectivos resultados do terceiro trimestre na próxima semana.

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reuters@moneytimes.com.br

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